"Nos dá a possibilidade de viver nosso luto efetivamente", diz presidente da AVTSM sobre decisão do STF

A validação do júri da Kiss era o maior objetivo da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). Com a aprovação pelo ministro Dias Toffoli, na tarde de segunda-feira (2), o presidente da associação, Gabriel Rovadoschi, diz que a notícia fecha uma etapa. O representante falou ao vivo no programa Bom Dia, Cidade, da Rádio CDN (93.5 FM), nesta terça (3). 


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– Ao longo de tanta luta, estávamos acostumados em ter nossas expectativas frustradas. E a notícia de ontem chega num momento muito importante. Buscávamos justamente não ter que enfrentar todo aquele momento intenso que foi o júri. Acho que isso nos poupa e nos dá a possibilidade de viver nosso luto efetivamente, pois sentimos que a justiça produz esse alívio na gente – explica Rovadoschi. 


Entre os familiares, a notícia foi recebida com muita emoção. Nesse momento, também lamentam por muitos dos familiares não conseguirem presenciar o desfecho. No relato de Rovadoschi, só neste ano, quatro deles faleceram aguardando o resultado. 

Próximos passos 

O processo deve seguir em outra esfera. Para a AVTSM, é necessário que o caso seja judicialmente concluído, para buscar maneiras de não acontecer novamente. 


– Tendo essa decisão assinada pelo Estado, teremos condições de buscar no Legislativo e em outras instâncias garantias de que isso não aconteça mais. Tudo isso serve para as futuras gerações. Queremos buscar prevenir o futuro de todo mundo e garantir o mínimo de segurança, que é o nosso direito – concluí o presidente da AVTSM. 

Leia mais: 


A decisão

O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a validação do júri da Kiss realizado em 2021, e os quatro réus voltaram a ser presos. O resultado atendeu recursos do Ministério Público do Estado. 

Conforme apuração do Diário, os quatro réus já se apresentaram no sistema prisional. Eles retornam a cumprir condenação. Na época, Elissandro Callegaro Spohr foi condenado a 22 anos e seis meses de reclusão; Mauro Londero Hoffmann, a 19 anos e seis meses; e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, 18 anos.

O caso

O incêndio na casa de shows, em janeiro de 2013, causou a morte de 242 pessoas e deixou feridas outras 636. 


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Bibiana Pinheiro

bibiana.pinheiro@diariosm.com.br

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