Júri da Kiss

'Não havia nenhuma boate com espuma que estivesse de acordo com a legislação', afirma defesa de Elissandro Spohr

Arianne Lima

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O segundo do Júri do Caso Kiss contou com a oitiva dos sobreviventes e da primeira testemunha arrolada pela Ministério Público (MP): o engenheiro e ex-militar da reserva, Miguel Ângelo Teixeira Pedroso, 72 anos. Responsável pela elaboração do projeto acústico da boate Kiss em 2012, ele afirmou ter alertado o ex-sócio da boate, Elissandro Spohr, de que a espuma não era um material eficiente para isolamento acústico. 

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Durante um dos intervalos pedidos pelo juiz Orlando Faccini Neto na noite de quinta-feira, o advogado Jader Marques, que atua na defesa de Elissandro, comentou sobre a participação do engenheiro. Ele argumentou que a presença de Miguel foi importante para sustentar que a obra realizada por um dos donos da Kiss contava com a orientação de engenheiros. De acordo com Jader, a defesa de Elissandro reconhece que a culpa pelo uso indevido de espuma não foi da testemunha presente.

- Nós nunca dissemos. Não queremos que fique registrado e que seja indicado por nós que ele indicou a espuma. Quem indicava e vendida espuma, quem colocou a espuma em projeto apresentado ao MP foi o Samir (Samara). Quem colocava espuma na cidade era o Samir. Ele tinha espuma para vender - diz.

ESPUMA
A espuma utilizada na estrutura da Boate Kiss foi um dos pontos levantados durante a oitiva de Miguel Pedroso. Jader descarta a premissa da existência de um material adequado, quando se fala sobre espuma.

- Não venha com essa história de que há uma espuma permitida e uma espuma proibida, porque toda e qualquer espuma expele gás tóxico na queima. E é isso que a legislação municipal proíbe. Ou seja, não havia naquele momento nenhuma boate com espuma que tivesse de acordo com a legislação.

De acordo com advogado, uma petição realizada em 7 de fevereiro contra o Ministério Público deve ser lida durante o júri. A defesa de Elissandro Spohr irá seguir com a linha de que a responsabilidade é do órgão público. 

- Não é uma novidade. Eu não estou fazendo isso agora. Estou fazendo isso desde o início. Só que eu vou continuar fazendo. O único processo que existe colocando essas responsabilidades perante o judiciário está mantido por mim. É o único. Todos os demais desistiram.

Questionado sobre a existência da espuma em cima do palco, Jader é categórico: 

- No teto do palco, ainda não havia espuma quando o Ministério Público esteve lá. É bem provável que se essa espuma estivesse lá, que nada acontecesse. A boate teve espuma em 2009, 2010, 2011 e 2012, porque outras boates tinham espuma. Ninguém olhava para espuma com os olhos que nós passamos a olhar a partir de 27 de janeiro - afirma. 

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