Devido a nova superlotação, pronto-socorro do Husm vai atender apenas casos graves; veja quais são

Thais Immig

Foto: Divulgação/Unidade de Comunicação do Husm

A partir desta quarta-feira (24), o pronto-socorro do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) vai atender apenas casos graves. A decisão foi tomada devido à superlotação do espaço, que atualmente está em 255%, casos sem caráter de urgência serão encaminhados para outras unidades de pronto-atendimento.

Com 380 leitos e cerca de 2,5 mil profissionais, o Husm é referência para 45 municípios gaúchos, dando assistência a quase 1,2 milhão de pessoas. Do total de leitos, 35 são destinados ao pronto-socorro. De acordo com o superintendente da instituição, Humberto Palma, a superlotação é uma situação crônica que tem sido recorrente nos últimos anos. No momento, o pronto-socorro, com 29 leitos, está com 74 pacientes, ou seja, 45 estão em macas no corredor. O número é três vezes mais do que a capacidade, o que representa uma superlotação de 255%. Já na sala vermelha, que recebe apenas pacientes graves, esse percentual é ainda maior: são 26 pacientes no espaço que comporta 6 leitos. Palma ainda afirma que a situação extrapola a capacidade operacional de segurança para atuar no cuidado adequado dos pacientes:

– A equipe está dimensionada para esses 29 leitos. Equipamentos, infraestrutura e tecnologia do hospital também. Isso aumenta também o estresse dos funcionários e a ansiedade dos familiares. Não podemos aplicar uma carga de trabalho muito acima do que a gente possa suportar.


Casos graves

Considerando que o Husm atende casos de alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pacientes em caráter de não urgência serão encaminhados para outras unidades de pronto-atendimento. O superintendente da instituição explica que são considerados graves casos como Acidente Vascular Cerebral (AVC), infartos, fraturas expostas e envenenamento por animais peçonhentos. Também será feito o atendimento de pacientes oncológicos, se o caso estiver relacionado com o tratamento:

– Pacientes oncológicos estão na prioridade desde que seja uma consequência do tratamento. Se esse paciente é oncológico, mas torceu o tornozelo, ele não precisa vir aqui, pode procurar outro serviço. Mas se ele está usando uma droga oncológica que deu alguma repercussão, aí sim ele deve procurar o pronto-socorro para ser atendido - explica Palma.

O Husm informa, ainda, que a equipe tem reuniões periódicas, duas vezes ao dia, para reavaliar a situação. A 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), representante da Secretaria de Saúde na região, foi comunicada. Palma afirma que o órgão pode auxiliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no encaminhamento dos pacientes, realocando casos sem caráter de urgência.


Confira a nota divulgada pelo Husm:

Com 74 pacientes internados no Pronto-Socorro, quase três vezes a mais do que a quantidade de leitos, o Hospital Universitário de Santa Maria foi levado a restringir o atendimento de demandas espontâneas, na manhã de quarta-feira (24). O hospital tem equipamentos, estrutura física e equipe dimensionada para atender 29 paciente e, no momento, está com 45 em macas no corredor. Somente pacientes encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou referenciados pela Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) terão prioridade na assistência. A Direção Clínica do hospital e o Setor de Paciente Crítico orientam a população para só se dirigir ao pronto-socorro em casos graves (com risco de vida), como fratura exposta, enfarte e Acidente Vascular Cerebral (AVC), envenenamento por animais peçonhentos. A restrição no atendimento será avaliada diariamente pela equipe técnica. A assistência aos pacientes de demanda espontânea será retomada assim que houver condições adequadas que garantam a segurança das equipes e dos pacientes. A situação já foi notificada para a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde para providências.

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