Por unanimidade, o Legislativo de Santa Maria aprovou, na seção de quinta-feira (21), uma moção de repúdio ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFSM e ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers).
Proposta pelo vereador Tubias Callil (MDB), a moção foi motivada pela seleção de Leandro Boldrini, condenado a 31 anos pela morte do filho Bernardo, ao Programa de Residência Médica em Cirurgia do Trauma no Husm. A moção chegou a ser endereçada, inicialmente, ao hospital, mas depois de conversar com vereadores, o autor alterou. As manifestações foram de muito protesto pelo fato do médico estar atuando no hospital.
Responsável por mudanças nas regras, o Cepe foi alvo da moção por não ter adotado nenhum critério de classificação no processo seletivo para médicos residentes para impedir que candidatos com condenação penal participem das seleções.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Em nota repassada na última semana e reafirmada nesta sexta-feira, a Universidade Federal de Santa Maria e o Hospital Universitário (Husm) ressaltaram que "primam pela democracia, legalidade e transparência" nos seus processos seletivos.
Nota do Husm
"O Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM/Ebserh) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) atuam primando pela democracia, legalidade e transparência.
Todos os processos seletivos e concursos são públicos e, não havendo impedimento legal, todos residentes e profissionais selecionados respeitam a ordem de classificação.
O caso do processo seletivo para Residência Médica (RM) atende a legislação da Comissão Nacional de Residência Médica, inclusive para publicação dos seus editais. Todos os candidatos que se adequam às exigências, estão aptos à inscrição, realização das provas e, quando aprovados, à confirmação da vaga."
- Câmara de Santa Maria mantém vetos a projetos relacionados ao aborto
- Cartório alerta para baixa procura a pouco mais de um mês de prazo eleitoral
Quanto ao Cremers, pesa o fato de o Conselho “não cassar ou suspender, imediatamente, as licenças de médicos com condenação penal”. Em nota, a assessoria do Cremers cita que não há nenhum fato novo envolvendo o caso, portanto, não se manifestariam oficialmente.
Confira a nota abaixo
"O Cremers não se manifesta oficialmente sobre a aprovação de Leandro Boldrini em Programa de Residência Médica da UFSM, pois não há qualquer fato novo em relação à situação do médico junto à autarquia. Tendo o registro regular, não há impedimento legal para que Leandro Boldrini participe desse tipo de seleção."