“Dei uma escorregadinha. Foi um erro e peço desculpas”, diz Bibo Nunes sobre fala de que alunos deveriam “ser queimados vivos”

Pâmela Rubin Matge

“Dei uma escorregadinha. Foi um erro e peço desculpas”, diz Bibo Nunes sobre fala de que alunos deveriam “ser queimados vivos”
Depois de manifestar declarações em um vídeo que ganhou repercussão nacional dizendo que alunos de universidades federais deveriam “ser queimados vivos”, o deputado federal Bibo Nunes (PL) concedeu entrevista ao Diário, na tarde de sexta-feira. Por cerca de sete minutos, o parlamentar afirmou que as falas foram tiradas de contexto, que não teve a intenção de ofender os alunos, pedindo desculpas reiteradas vezes e admitindo uma “escorregadinha”. Bibo Nunes ainda informou que tem conhecimento do procedimento do Ministério Público Federal (MPF), que investiga as declarações, mas que ainda não foi procurado pelo órgão.

Diário de Santa Maria – o que senhor tem a manifestar depois da repercussão do vídeo e por que os ataques aos estudantes de universidades federais?Deputado Bibo Nunes – Não é (o ataque) aos estudantes, é ao grupo que estava fazendo protesto. Antes, uma mãe de Santa Maria me ligou dizendo que o filho estava querendo estudar e não conseguia por causa desses protestos, que acontecem em todo Brasil. Ouvindo ela, fiquei muito irritado, além dos meus limites, e fui fazer uma live. Quando falam esses sensacionalismos, que eu queria que queimassem vivos os estudantes de universidades, isso é um grande absurdo. Tiraram do contexto a minha fala. Quando falei o filme Tropa de Elite, era para chamar a atenção dos estudantes que alguns ali consomem drogas também. Se vão a uma boca de fumo, podem ser queimados vivos como no filme. Eu quis dar um alerta. Eu quis dizer não vale a pena seguir nesta linha de ficar fazendo política partidária em vez de estudar, que leva para esses mundos aí.

Diário – O senhor está dizendo que foi um mal entendido e se referia a um grupo específico?Bibo Nunes – A intenção ao falar do filme foi chamar a atenção aos jovens do grupo que poderiam ser queimados vivos como no filme: onde estudantes vão comprar seu tóxico e acabam sendo queimados. Aí, foi um erro, não que eu queira, não merecem. Foi uma força de expressão, pois estou lutando por um Brasil que tenha uma educação de qualidade e vem esse grupo tumultuar o tempo inteiro.

Diário – O senhor se referia à UFSM e à UFPEL?Bibo Nunes –Também. Pelotas também tem grupos de estudantes profissionais para fazer política partidária. Não são os estudantes todos. É o grupo. Não que eu queira que queime vivo qualquer um deles.

Diário – O senhor já está sabendo que o MPF abriu um procedimento para investigar suas declarações?Bibo Nunes – Não fui contatado, mas podem fazer, não tem problema nenhum.

Diário – Diante dessa repercussão, o senhor tem mais alguma declaração a fazer?Bibo Nunes – Foi uma repercussão negativa. Me excedi. Peço desculpas aos pais de Santa Maria e aos estudantes, pois falei do grupo que estava protestando. Reconhecer um erro é um grande acerto. Estamos vivendo uma guerra política no Brasil. Lula e Bolsonaro. Sou Bolsonarista. Ontem (sexta-feira), todos os veículos de comunicação de Porto Alegre receberam meu vídeo, do dia 9, e em que o ex-reitor da UFSM, Paulo Burmann, falou que eu queria torturar os estudantes, que não falei em momento algum. Tem muita maldade. Eu estava muito chateado, a mãe (que disse que o filho não conseguia estudar) me deixou muito chocado com o que ela relatou.

Diário – E o que a mãe do estudante relatou?Bibo Nunes – Que o filho não consegue estudar, que a gurizada não trabalha nem estuda e tem carrão e não tem noção de mundo. É maneira de dizer, né? São profissionais da política partidária, o que sou contrário. Em momento algum quero que queime alguém vivo, ninguém. Nem um bandido. Tiraram de contexto a minha fala. Eu, de fato, estava muito excedido, foi uma força de expressão e dei uma escorregadinha ali. Não foi minha intenção, foi um erro e peço desculpas a todos. Queria dizer que ajudei a colocar o reitor (da UFSM) em Santa Maria, que é uma cidade universitária, que orgulha a nós, gaúchos, a primeira do interior do Brasil. Ora, que eu estaria falando mal e que queimassem os estudantes. Só se eu fosse um maluco, um débil mental, um louco.

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