na pandemia

VÍDEO: aulas teóricas continuam remotas, mas práticas começam a ser liberadas na UFSM

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

Com uma comunidade universitária maior do que a população de 85% dos municípios gaúchos, a volta presencial de aulas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é encarada como um desafio. Diferente do Ensino Básico, onde os alunos são moradores da cidade onde estudam, no universo de 30 mil estudantes da UFSM, a maioria vive em outras cidades, e um retorno em massa causaria um aumento significativo no movimento de Santa Maria.


Mesmo com a imunização de cerca de 3 mil profissionais de educação, que ocorre hoje na UFSM, ainda não há uma previsão de retorno total da comunidade acadêmica na instituição. Mas a vacinação dos docentes, técnico-administrativos e trabalhadores terceirizados é um primeiro passo para o planejamento de um sistema híbrido. Conforme o pró-reitor de Graduação, Jerônimo Tybush, um retorno gradual já começou a ser adotado na área da saúde e deve se estender para os demais cursos no próximo semestre.

- No ano passado, já liberamos as atividades práticas para os cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia, conforme permissão do Ministério da Educação (MEC). Agora, neste semestre, estágios e aulas essencialmente práticas, que não têm condições de serem feitas de forma remota, já foram permitidas para todos os cursos da área da saúde - explica.

Após um ano sem aula presencial na UFSM, município e alunos sofrem as consequências

Essa liberação é apenas para as atividades práticas. Aulas teóricas continuam de forma online, pelo Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (Rede), mesmo para as disciplinas da área da saúde. Para que houvesse a permissão, os cursos precisaram elaborar um plano de contingência aprovado pelo Centro de Operações de Emergências da Saúde (COE) da instituição.

- Imagina um retorno de 30 mil alunos neste momento? Isso é inviável. Temos também a maior casa estudantil da América do Sul. Se voltarmos com as aulas para todo mundo, vai haver um retorno em massa, e isso não é adequado. Por isso, as permissões para atividades presenciais são analisadas conforme a necessidade e acontecem de forma escalonada - explica.

Calendário com mais atividades presenciais será levado para votação
O calendário para o segundo semestre de 2021 já está sendo elaborado e deve ser apresentado para votação no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) nas próximas semanas. A ideia é que comece em outubro e termine em fevereiro do próximo ano. Da mesma forma que já ocorre, deve continuar com atividades remotas, pelo Rede, mas, segundo Tybush, haverá a liberação para que os cursos de outras áreas, além da saúde, possam elaborar seus planos de contingência e voltem com atividades práticas presenciais.

- O início do próximo semestre deve coincidir com a segunda dose da vacinação dos nossos profissionais de educação. Mas, ainda assim, não teremos todos os nossos alunos vacinados. Por isso, tudo deve ser analisado com cautela. As aulas teóricas devem continuar online por, pelo menos, mais um semestre - adianta o pró-reitor.

A tendência, caso os cursos elaborem seus planos de contingência e eles sejam aprovados, é de que as atividades práticas dos alunos em final de curso sejam priorizadas para que eles possam realizar a formatura.

O reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, destaca que a prioridade para o retorno é para as disciplinas práticas que não foram realizadas no primeiro semestre de 2020, quando começou a pandemia e a adesão ao Rede ainda era opcional. A possibilidade de aulas presenciais vai depender também das condições sanitárias de Santa Maria:

- Fazemos um planejamento para que algumas atividades possam voltar, porém, isso não será possível se, dentro de alguns meses, os índices continuarem elevados. E também queremos acalmar nossos alunos no sentido de que um retorno presencial não será anunciado de uma hora para outra. Faremos isso com bastante antecedência, para que seja possível a organização de todos - relata.

LINHA DO TEMPO DA PANDEMIA NA UFSM

2020

2021

  • 9 de fevereiro - Cepe aprovou o calendário acadêmico para o primeiro semestre de 2021, mais uma vez pelo Rede
  • 13 de fevereiro - término das aulas do segundo semestre de 2020
  • 7 de abril - Cepe aprova alterações referentes ao 1° semestre letivo de 2021, que estava previsto para iniciar em 12 de abril, passando para 18 de maio. Adiamento ocorreu devido ao atraso na divulgação dos aprovados no Sisu 
  • 18 de maio - início das aulas do primeiro semestre de 2021, pelo Rede. Alunos de todos os cursos da área da saúde podem realizar aulas práticas e estágios presenciais
  • 4 de setembro - término das aulas do primeiro semestre de 2021
  • Outubro - início das aulas do segundo semestre de 2021, pelo Rede. Expectativa é que aulas práticas e estágios possam ser liberados de forma presencial para os cursos, com apresentação e aprovação de planos de contingência 

2022

  • Fevereiro - término das aulas do segundo semestre de 2021 

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Foto: Marcelo Oliveira (Diário)

Entidades defendem vacinação para todos

Na visão da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), a volta das aulas presenciais só deve acontecer quando toda a comunidade universitária estiver vacinada com as duas doses. De acordo com a professora de Enfermagem e uma das diretoras da entidade, Terezinha Weiller, a Sedufsm entende que esse retorno deve acontecer em parcelas, com base no avanço da imunização:

- Estamos todos ansiosos por poder voltar à presencialidade, mas isso deve ser feito com segurança. Assumimos essa postura de defender a imunização por entender que só assim vai haver um retorno seguro.

O posicionamento da Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm) é semelhante. Conforme o técnico-administrativo e um dos coordenadores, Eloiz Guimarães Cristino, o retorno deve ser somente após imunização e com diálogo com todas as entidades:

- O entendimento é de que é necessário que tenhamos segurança sanitária para voltar. Não queremos que o campus seja um vetor de transição, com fluxo de 30 mil alunos. Temos alta contaminação, UTIs lotadas na cidade. Sabemos que não é o momento - considera Eloiz.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) não defende o retorno presencial agora. Segundo nota enviada pelo diretório, "mesmo em disciplinas de caráter prático, o retorno deve ser bem avaliado, conforme decisão da Comissão de Biossegurança da UFSM e em discussão inclusive com o próprio município, tendo em vista que isso envolve outros setores, como o transporte público".

Além disso, chegou até o DCE relatos de estudantes que retornaram presencialmente a aulas práticas ou estágios, e teriam contraído Covid-19. "Mesmo com a vacinação docente e de TAEs, que consideramos uma vitória, a categoria estudantil, que representa a maior parte da comunidade universitária, não está vacinada, assim como a grande parte da população. O ensino remoto apresenta muitos déficits, desde o acesso à internet e meios tecnológicos, até a qualidade de ensino e aprendizagem, mas neste momento, os esforços devem se voltar para garantir melhorias".

Veja a nota do DCE na íntegra:

"Desde o ano passado, o Diretório Central das e dos Estudantes se voltou para pensar e elaborar medidas em relação ao ensino na UFSM. Apresentamos inclusive, uma proposta de regulamentação do ensino remoto no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Não medimos esforços por compreender que o retorno presencial é, primeiramente, uma impossibilidade. Promover um retorno massivo, num momento em que a maior parte da população não tem acesso a vacinação, coloca a vida de todos os agentes envolvidos (estudantes, docentes, TAEs) em risco, aumentando as possibilidades de contrair o COVID numa realidade de falta de leitos, altos índices de contaminação e de mortes tanto a nível nacional, quanto estadual e municipal. Mesmo com a vacinação docente e de TAEs, que consideramos uma vitória da educação, a categoria estudantil, que representa a maior parte da comunidade universitária, não está vacinada, assim como a grande parte da população. O ensino remoto apresenta muitos déficits, que vão desde o acesso a internet e meios tecnológicos, até a qualidade de ensino e aprendizagem, mas neste momento, os esforços devem se voltar para garantir melhorias, e isso deve ser feito em debate junto à comunidade acadêmica. O retorno presencial, mesmo em disciplinas de caráter prático, deve ser bem avaliado, conforme decisão da Comissão de Biossegurança da UFSM e em discussão inclusive com o próprio município, tendo em vista que isso envolve outros setores, como o transporte público, por exemplo. Além disso, o eixo principal desse debate é a vacinação: não há retorno seguro enquanto a categoria estudantil e a maior parte da população não estiver vacinada. Estamos recebendo diversos relatos de estudantes que retornaram presencialmente a aulas práticas ou estágios, e contraíram COVID-19. O retorno de estudantes vai muito para além da esfera universitária."

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