Na tarde de quinta-feira (3), durante uma briga entre alunas da Escola Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi, no Bairro Juscelino Kubitschek, o vice-diretor do turno da tarde, Fábio Freitas, teria empurrado uma das estudantes ao tentar apartar a confusão.
O responsável por uma adolescente de 14 anos, envolvida na briga, entrou em contato com o Diário para relatar a situação e enviou imagens do momento do suposto empurrão à uma outra estudante. Segundo o homem, que não quis se identificar, a briga teria iniciado no horário de saída das turmas do Ensino Fundamental. Foi quando a menina teria sido agredida por outras duas estudantes.
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Ele afirma que um Boletim de Ocorrência já foi realizado e que a família também realizará exame de corpo de delito, já que a estudante chegou a ter ferimento na região da testa. O homem relata que as brigas entre os estudantes da escola são comuns e alega que, no caso da última quinta-feira, a escola não contatou os responsáveis pelas adolescentes, apenas aplicando uma suspensão até a próxima segunda-feira (7). O responsável também relata que a escola costuma abafar quando situações parecidas acontecem.
Quanto ao empurrão que o vice-diretor da escola teria dado em uma outra garota, ele afirma que ela apenas não foi derrubada no chão porque haviam outras pessoas atrás que impediram.
O que diz a escola
Na tarde de sexta-feira (4), o vice-diretor Fábio, que leciona há 22 anos na escola Augusto Ruschi, atendeu o Diário por telefone para dar o relato da escola quanto ao que aconteceu. Ele afirma que os responsáveis pelas estudantes envolvidas na briga foram informados do acontecido e assinaram a ata da escola em que se registra a situação.
— Lamentável o que ocorreu. Nossa escola tem 600 alunos no turno da tarde e quatro meninas brigaram ontem (quinta). Além de ofensas verbais, puxando o cabelo, e agressões. Nós conseguimos contornar a situação aqui, separar, conversar individualmente e conversar com as famílias. Ainda não reunimos toda a equipe administrativa para conversar sobre as medidas administrativas e pedagógicas que nós devemos tomar, por enquanto as meninas estão suspensas. É o tipo de coisa que a gente não gosta de reverberar — afirma.
Fábio afirma que, no turno da tarde, essa foi a primeira briga entre estudantes registrada. Questionado quanto ao suposto empurrão que teria dado em uma aluna, ele diz que, em meio a confusão, o foco foi não deixar que as estudantes se agredissem mais.
— Na hora, ali, a gente não vai deixar se machucar mais. Então a gente segura de um lado, puxa daqui, puxa dali… entre o que é puxar e o que é empurrar — analisa.
Ele afirma que o Estado não oferece informação e orientação aos professores e equipes pedagógicas para lidar com este tipo de situação.
O que diz a 8ª CRE
José Luis Viera Eggres, coordenador da 8ª Coordenadoria Regional de Educação, afirma ter sido notificado pela equipe diretiva e que, imediatamente, foi acionada a Comissões Internas de Prevenção a Acidentes e Violência (Cipave), que é instituída na rede.
Eggres relata que está sendo feito um monitoramento da situação, que as medidas cabíveis necessárias foram tomadas e que na próxima semana serão feitas ações necessárias, juntamente à equipe diretiva e com as famílias dos envolvidos, para que a normalidade no âmbito escolar seja retomada.
— Com relação a outras questões, que eventualmente envolvam os servidores, nós também estamos averiguando, para apurar de fato o que realmente aconteceu nesse lamentável episódio, desse atrito que houve envolvendo alunos da escola Augusto Ruschi — acrescenta.