saúde e educação

Psicólogos não entram em consenso sobre a necessidade do retorno das aulas presenciais

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Escolas já começaram a ser preparadas para receber os alunos, com maior distanciamento entre as classes, por exemplo

No que se refere ao desgaste mental provocado pelo isolamento de um ano ao qual as crianças e jovens estão submetidos, não há consenso entre psicólogos sobre a necessidade de retorno imediato às aulas. Para a psicóloga e fonoaudióloga Luciana Costa Beber, mandar os filhos para a escola é uma escolha de cada família e depende da necessidade e postura de enfrentamento da pandemia de cada um.

- A aprendizagem é um processo abrangente. Isso inclui comunicação, socialização e troca de informações. Alguns aspectos da aprendizagem ficam prejudicados, mas não todos - comenta.

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Na opinião da psicóloga Clara Monteiro, ao se levar em consideração o alto risco de contaminação por Covid-19, é necessária a manutenção do ensino remoto na Educação Infantil, pelo menos. Conforme a profissional, a percepção dela também está baseada na falta de cuidados com a higiene que as crianças têm e no compartilhamento de materiais, como brinquedos.

- Os pais que já precisam autorizar que seus filhos retornem à escola podem deixar claro a eles que os professores estão por dentro dos protocolos e que não há com que se preocupar, para que a criança ou adolescente não venha a desenvolver sintomas de ansiedade, paranoia ou depressão - acrescenta Clara.

Ela ainda diz que o período em casa ocasionou atraso no ensino pedagógico e que, agora, haverá um período de readaptação às atividades presenciais, o que considera normal. Neste momento, a família tem um papel determinante:

- O que mais me preocupa é o suporte afetivo que a família pode ter deixado de transmitir para as crianças e adolescentes em casa. Se o diálogo entre familiares não for propiciado, a criança ou o adolescente pode guardar pensamentos angustiantes para si e se isolar ainda mais.

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Luciana Costa Beber ressalta que os protocolos podem ser reforçados, mas, segundo ela "ser cuidadoso é diferente de provocar medo". Ela ainda pontua que acompanhamento psicológico na infância é "sempre bem-vindo", assim como aos professores, que terão, nas palavras dela, "a tarefa árdua de gerenciar a ansiedade de pais e crianças".

Na tentativa de manter a atenção das crianças ao ensino pela internet, Clara acredita que reflexões precisam ser feitas. Na visão da psicóloga, talvez, o modelo de ensino digital precisa ser revisto.

- A pandemia nos incita a pensar neste desafio pela primeira vez, pelo menos de maneira urgente - finaliza. 

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