com a palavra

Professor de escola de cursos preparatórios conta detalhes sobre sua trajetória como educador

Foto: Charles Guerra (Arquivo Diário)

Professor há 25 anos, Paulo Cervi, além de lecionar Português, Literatura e Redação, exerce a função de diretor da Mano a Mano Cursos Preparatórios, em Santa Maria. Graduado em Letras pela Faculdade Imaculada Conceição (FIC), atual Universidade Franciscana (UFN), ele nunca deixou de buscar especialização. Nesta trajetória, Cervi fez especialização em Linguística e mestrado em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Casado há 26 anos com a também professora Carla Mano, ele é pai orgulhoso de Lucca, 22 anos, e de Lana, 19. 

Diário - De onde veio a sua motivação para ser educador?

Paulo Cervi - Sou santa-mariense da gema, mas meus pais vieram da Quarta Colônia. Nascidos em distritos de Faxinal do Soturno, e mesmo morando muito próximos, eles só vieram a se conhecer em Santa Maria. Do meu pai, que trabalhava com máquinas agrícolas, herdei a praticidade de realizar múltiplas tarefas, e da mãe, que voltou a estudar depois de viúva, formando-se em Artes Plásticas, herdei o gosto pelas artes e a proximidade com a literatura. Esses aspectos forjaram em mim a vocação de educador.

Foto: Arquivo Pessoal
Em família, a maior riqueza do professor. Na fotografia, com Carla, Lucca e Lana

Diário - Como se iniciou a sua trajetória profissional?

Cervi - Minha vida profissional foi construída por fatos que talharam em mim as marcas de educador. Minha trajetória de professor começou em 1992, no Colégio Riachuelo e, na sequência, nos pré-vestibulares Master e Riachuelo, até o ano de 2003, quando, com outros nove colegas, criamos a G10 Vestibulares, que funcionou até 2009, e o Colégio G10, que ficou com uma das sócias, quando o grupo se desfez. Ainda com passagem pelo Colégio Sant'Anna e como professor substituto na UFSM, em 1997, iniciei, com minha esposa, um projeto que passou a justificar objetivamente a definição da palavra professor.

Foto: Arquivo Pessoal
Com alunos do curso preparatório para a prova do Colégio Militar, onde a Mano a Mano tem alto índice de aprovação

Diário - Esse projeto se efetivou no Mano a Mano?

Cervi - Sim. Carla e eu começamos a desenvolver uma proposta de educação que nos aproximou e que transformou o ideal de um casal de professores na realização dos sonhos de milhares de alunos, além dos nossos também, é claro. Foi assim que nasceu o Mano a Mano, inicialmente em uma única sala com mesa em "U", objetivando uma interação entre educador e educando, com a finalidade de aprofundar os conhecimentos da língua, através da compreensão de textos, da magia da literatura e da produção textual. Era o início de uma missão que se ampliou para cursos preparatórios de todos os níveis e que nos permite trocar conhecimentos tanto com uma galerinha fantástica de 9, 10 anos quanto com adultos que buscam mudar ou ampliar a atividade profissional.

Foto: Arquivo Pessoal
No registro, os 20 anos de casamento de Cervi e Carla Mano

Diário - Além de lecionar, de que maneira você orienta os alunos que sonham em passar em concursos públicos?

Cervi - Essa multiplicidade etária de nossos alunos proporciona sensações distintas na busca dos objetivos, levando-nos a diferentes e gratificantes resultados. Ao longo dessas mais de duas décadas do Mano a Mano, tenho direcionado minha orientação, sempre me colocando no lugar do aluno e desmitificando máximas de que alguma coisa possa acontecer sem a ação específica dele. Sempre digo a meus alunos que querer não é poder. Querer é fazer. Quem faz é que tem poder. Reforço a ideia de que esmerar esforços ao máximo não é garantia de resultados, mas desconsiderá-los é certeza de insucesso, afinal, de onde menos se espera é que não vem nada mesmo.

Diário - Você trabalha com a sua esposa. Qual é a receita para conciliarem sonhos pessoais e profissionais?

Cervi - Certamente, a receita para convivermos por tanto tempo está na concretização dos sonhos que idealizamos juntos, na paixão inquestionável pela literatura, no gosto pela leitura e no respeito mútuo. Isso não impede que tenhamos problemas, mas essa relação, forjada desde o princípio pela cumplicidade e admiração, facilita inegavelmente o processo de recomposição e fortalecimentos dos laços pessoais e profissionais.

Foto: Arquivo Pessoal
Com as irmãs, Rosane (a partir da esq.), Ana Lúcia, Ana Maria e Rosalba

Diário - Além do trabalho, o que você mais gosta de fazer?

Cervi - Hábito é repetição e essa reiteração é base de conhecimento. Por isso, não dispenso um bom café acompanhado da leitura do jornal. Além das coisas de que quase todos gostam, como viajar, assistir a um bom filme, tenho paixão por trabalhos manuais e conserto praticamente tudo em casa. Como ler é parte de meu DNA profissional, não dispenso um livro que tenha o poder de me capturar antes de completar a vigésima página. Mas se tivesse que destacar um autor, ficaria com os monólogos interiores da diva Clarice Lispector. Afinal, a busca constante de uma identidade nos fortalece como pessoa e nos qualifica a encontrar nosso lugar ao sol.

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