Processo seletivo do Colégio Politécnico poderá ser por meio de sorteio

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Foto: Renan Mattos (Diário)

O processo seletivo do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para o ano letivo de 2021 poderá ser realizado por meio de um sorteio. A informação foi confirmada pela direção da escola à reportagem do Diário. Esse sorteio seria realizado de forma online, ainda sem detalhes, que seriam definidos a partir de um edital. Conforme o professor e diretor do Politécnico, Valmir Aita, a decisão foi tomada após reunião em um conselho, e todo o processo pode ser realizado de forma virtual.

- Esta opção é a única que temos. Fazer um processo presencial com o envolvimento de mais de mil pessoas seria uma irresponsabilidade. E não existe processo a distância que seja seguro - afirma o diretor.

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Conforme Aita, as inscrições serão gratuitas, e o sorteio, dividido conforme a destinação do total de 35 vagas nas respectivas cotas. Tradicionalmente, as vagas eram destinadas aos melhores colocados em uma prova objetiva sediada na UFSM. O diretor ressente a ausência da avaliação para o próximo ano:

- É lamentável fazer um processo que não avalia o mérito das pessoas, mas não dá para colocar vidas em risco, nem mesmo fazer as provas de uma forma que poderiam burlar o processo - justifica Aita.

CAUTELA
Questionado sobre a possibilidade da seleção via sorteio, o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, afirma que a situação ainda está em análise.

- É uma discussão existente, mas ainda julgamos como não definitiva e um tanto quanto prematura por conta do cenário a se desenhar - explica o reitor.

Ao contrário da afirmação de Aita, de que o sorteio seria a única opção, Burmann acredita que esta seria a última alternativa:

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- Temos um caminho longo a percorrer até projetar o início do próximo ano e teremos tempo hábil para tratar do processo seletivo adequado. O sorteio seria o último recurso. É uma discussão inicial no nível das unidades, que têm seus méritos e suas razões, mas precisamos olhar o processo como um todo.

A professora Carla Mano, responsável por um curso preparatório na cidade, avalia a decisão como "irresponsável" e "desrespeitosa":

- Nós temos a iniciativa, a atitude, de duas das melhores escolas do Brasil, o Colégio Militar e o Tiradentes, que com todo o cuidado e respeito ao momento pandêmico, vão realizar as provas, seguindo todo protocolo e cuidados, mostrando que é possível. É um retrocesso, falta de respeito a todos os alunos que se preparam para a seleção. São alunos que se esforçam muito para conseguir essas vagas, e nós acompanhamos muito bem esse processo. Então, fazer por sorteio, agora, é sem sombra de dúvidas um desrespeito - diz a professora.

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PRAZOS
Caso aprovado o método de sorteio, o edital com regras e o cronograma deve ser divulgado somente no início do ano que vem. A expectativa é poder publicá-lo quando houver certeza de datas sobre o retorno das aulas do Ensino Médio e Técnico. O maior desafio é, no entanto, a defasagem entre as duas modalidades. Conforme a direção, o ensino técnico exige mais aulas presenciais, e por isso teve o calendário mais atrasado do que o do Ensino Médio.

Além do Politécnico, o diretor confirmou que o Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM), também situado na UFSM, poderá realizar a seleção no mesmo formato. Ainda assim, as duas escolas manterão uma prova escrita pronta em caso de retomada das atividades normais e controle maior da pandemia. O Diário entrou com contato com a direção do CTISM para confirmar a informação, mas não teve retorno. No entanto, Burmann afirmou que há uma "discussão existente nas duas unidades". 

IFFAR
No Instituto Federal Farroupilha (IFFar), o ingresso de estudantes para o primeiro semestre de 2021 será por meio de sorteio público. A mudança foi aprovada pelo Conselho Superior do IFFar em maio. As inscrições serão abertas ainda neste ano, em novembro. O edital com o cronograma completo e demais informações será divulgado em breve. 

Em nota, a instituição afirmou que "dada a situação em que vivemos, a opção pelo sorteio é uma alternativa mais democrática e menos danosa à comunidade e aos futuros estudantes impactados pelo contexto pandêmico".