Foto: Gilson Alves (Diário)
Na rede municipal, Secretaria de Educação propõe identificar as causas, atrair as famílias e valorizar os professores como forma de reduzir a taxa de distorção idade-série
Um dos aspectos educacionais que mais preocupam professores e gestores de escolas é a taxa de distorção idade-série (que significa a proporção de alunos com mais de 2 anos de atraso escolar). Em Santa Maria, segundo dados são Censo Escolar divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), os índices diminuíram no Ensino Fundamental, mas aumentaram no Ensino Médio (confira no quadro abaixo).
PESQUISA: Quanto custa 60 itens do material escolar em cinco lojas de Santa Maria
A distorção aparece em todas as etapas do Ensino Fundamental, mas é no 6º e no 7º ano que o problema é mais crônico. Nesses casos, os índices de 2018 ficaram acima da média total do nível de ensino.
Na avaliação da a superintendente do Setor Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Gisele Bauer, a distorção idade-série é um desafio educacional que está ligado a vários fatores, além da questão pedagógica.
- É preciso avaliar a realidade de cada escola. Os motivos para a repetência do aluno podem estar relacionados a questões sociais, econômicas e pessoais, além dos educacionais. Nosso desafio é identificar e tratar o problema - explica Gisele.
Esse problema afeta todas as redes de ensino, nas esferas federal, estadual, municipal e privada. No Ensino Médio, a taxa de distorção aumentou em 2018, na comparação com 2017, principalmente na rede estadual e nas duas escolas federais da cidade: o Colégio Politécnico e o Colégio Técnico Industrial (Ctism). Na rede estadual, o índice atinge 74% nas escolas da zona rural.
Segundo Gisele, é preciso verificar as possíveis causas que levam a esse resultado.
- A participação da família é fundamental nesse processo. Os pais precisam acompanhar o aluno e entender a proposta da escola onde ele está matriculado. E não só quando ele é criança. Pré-adolescentes e adolescentes também necessitam dessa atenção - reforça.
Saiba como reutilizar itens do material escolar
NO PAÍS
Segundo o Censo Escolar, em 2018, foram registradas 48,5 milhões de matrículas nas 181,9 mil escolas de educação básica brasileiras. O número total apresenta uma redução em relação aos 48,6 milhões de estudantes registrados em 2017.
A maior parte dos estudantes está na rede pública, cerca de 39,5 milhões, 81,44% do total. E estão, principalmente, na área urbana (88,7%).
Apesar da redução do número geral de alunos, segundo o Censo, a quantidade de matrículas na Educação Infantil cresceu cerca de 2,8% em relação a 2017, atingindo 8,7 milhões em 2018. Esse crescimento foi decorrente, principalmente, do aumento das matrículas em creches (5,3%).
Os números em Santa Maria
Ensino Fundamental
Ano/rede | 2018 | 2017 |
Média do Ensino Fundamental | 18,5% | 19,2%
|
Média dos Anos Iniciais | 10,1% | 11%
|
Média Anos Finais | 28,6% | 29,1%
|
Média do 6º ano | 31% | 30,8%
|
Média do 7º ano | 30,3% | 30,7%
|
Rede estadual | 27,3% | 27,3%
|
Rede municipal | 20,9% | 22%
|
Rede privada | 5,1% | 5,1% |
Ensino Médio
Ano/rede | 2018 | 2017 |
Média total | 31,9% | 30,7%
|
Rede federal | 15,5% | 11,9%
|
Rede estadual | 41,1% | 39,2%
|
Rede privada | 8,3% | 6,7% |