No meio do ano, ainda faltam 13 professores nas escolas municipais de Santa Maria

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Lá se vão quatro meses desde o início do ano letivo nas escolas públicas de Santa Maria. Com a proximidade do fim do primeiro semestre, algumas escolas da rede municipal ainda buscam alternativas para reduzir os impactos da falta de professores. Para tentar suprir essas vagas, a prefeitura de Santa Maria convocou, ontem, mais 27 professores para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental (confira neste link).

Desde o início deste ano, a prefeitura já publicou 25 editais convocando 135 professores. Porém, conforme levantamento feito pelo Diário, pelo menos nove instituições de ensino da rede municipal ainda não estão com o quadro completo - faltam 13 profissionais (veja a lista abaixo). Um desses casos é a Escola Diácono João Luiz Pozzobon, onde a defasagem é de três docentes.

Segundo a secretária de Educação, Lúcia Madruga, novos editais poderão ser publicados nos próximos meses, considerando que há uma previsão de novos afastamentos de professores que estão se encaminhando para a aposentadoria.

- Hoje, existem duas situações para o professor estar fora da sala de aula. Uma delas é a aposentadoria, que exige a reposição. Um grande número de professores ingressou na década de 1990, e esse conjunto já está encaminhando suas solicitações por conta da possível reforma da Previdência. Outra situação são as licenças e atestados e, neste caso, não há como prever os afastamentos - explica.

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Lúcia destaca que ainda há casos pontuais de falta de professores e que a reposição de profissionais dura, em média, 45 dias, em função do processo legal. Por isso, a Secretaria de Educação procura manter fluxo contínuo de editais.

Por outro lado, o Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) aponta que não há planejamento para os casos de aposentadorias. Segundo a entidade, tem ocorrido de a professora solicitar a licença-prêmio para se aposentar e essa substituição não ser encaminhada, mesmo com meses de antecedência.

Em nota, o Sinprosm afirma que tem mantido "contato permanente com as escolas sobre as condições de trabalho, e que as próprias direções buscam orientação sobre como proceder em situações mais difíceis".

Além das aposentadorias e dos eventuais afastamentos do trabalho, algumas escolas enfrentam a desistência por parte de professores. Entre os motivos que levam o profissional a abrir mão do contrato com o município, estão a aprovação em outros concursos, outras propostas de emprego e a dedicação a cursos de pós-graduação ou projetos de pesquisa.

RODÍZIO E SUSPENSÃO DE AULAS ESTÃO ENTRE AS ALTERNATIVAS DAS ESCOLASFoto: Renan Mattos (Diário)
Escola Diácono João Luiz Pozzobon preencheu, ainda ontem, uma das vagas. Três seguem em aberto

Apesar das 135 convocações já feitas neste ano, algumas escolas da rede municipal seguem com vagas de professores em aberto. A Diácono João Luiz Pozzobon é uma das instituições de ensino que precisa gerenciar o vaivém de profissionais. Em março, conforme levantamento feito pelo Diário, a escola apresentava um déficit de dois professores. Ontem, esse número chegou a mudar duas vezes.

No início da tarde, eram quatro as vagas em aberto: em ciências, coordenação pedagógica dos anos iniciais e para o 2º e o 3º ano. Os dois primeiros cargos estavam abertos desde o início do ano. No final da tarde, a direção da escola informou que a titular de ciências se apresentou para dar início às atividades. Ainda assim, três vagas seguem em aberto (veja no quadro abaixo). A diretora, Sandra Suzana Maximowitz Silva, disse que dois professores se aposentaram na última semana, um na quinta-feira, e outro, na sexta.

Já na Escola Martinho Lutero, as aulas de uma turma de Educação Infantil foram suspensas devido à falta de professores. Segundo a diretora, Orizabete Aquino da Silva, não há como atender os 14 alunos matriculados. E, para suprir a ausência de uma coordenadora pedagógica, professores e direção se ajudam nas tarefas para que o prejuízo seja amenizado.

- Um auxilia o outro, contribuindo com ideias e com o planejamento das atividades. Mas, essa pessoa faz muita falta - afirma a diretora.

Os casos envolvendo as licenças-prêmio, que antecedem as aposentadorias, já afetou instituições como a Escola Major Tancredo Penna de Moraes. No início do ano letivo, faltava 1 professor para os anos iniciais. De lá para cá, a vaga foi preenchida. Porém, conforme a diretora, Deina Farenzena, o quadro voltou a ficar defasado com a saída de um professor do 4º ano para cumprir a licença:

- Agora, estamos na expectativa, pois não sabemos quando essa vaga será preenchida.

ONDE O PROBLEMA PERSISTE
EMEF Castro Alves

Em março - Faltava 1 professor de educação especial
Agora - Falta 1 professor de planejamento de séries iniciais. A vaga de professor de educação especial foi preenchida

EMEF Diácono João Luiz Pozzobon

Em março - Faltavam 2 professores, um de ciências e um de planejamento
Agora - Faltam 3 professores (2º e 3º ano e coordenadora pedagógica dos anos iniciais). Dois professores se aposentaram na última semana (quinta e sexta-feira)

EMEF João da Maia Braga

Em março - Faltava 1 professor de língua portuguesa
Agora - Vaga segue em aberto

EMEF Major Tancredo Penna de Moraes

Em março - Faltava 1 professor para os anos iniciais
Agora - A vaga foi preenchida. Porém, falta 1 professor de 4º ano (titular entrou em licença-prêmio para aposentadoria)

EMEF Martinho Lutero