santa maria

Levantamento expõe problema crônico: falta de professores e servidores na volta às aulas

Dandara Aranguiz, Eduardo Tesch, Gilson Alves, Michelli Taborda e Thays Ceretta

Foto: Thays Ceretta (Diário)
Alunos do 9º ano da Escola Municipal Santa Helena começaram com aula de educação física

As aulas voltaram em Santa Maria trazendo velhos problemas: a falta de professores e servidores nas escolas públicas.

Na rede municipal, por exemplo, os alunos dos 2º e 3º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Helena, no Bairro Camobi, não tiveram aulas porque não havia professores. Diante da situação, uma aluna da escola, de 6 anos, escreveu uma carta pedindo ao prefeito uma solução.

Na rede estadual, um levantamento feito pelo Diário mostra que faltam professores e servidores. O levantamento não inclui o Colégio Tiradentes (Brigada Militar), as escolas Humberto Campos, do Centro de Atendimento Socioeducativo de Santa Maria (Case), e Julieta Balestro, do Presídio Regional de Santa Maria, além das instituições de ensino indígenas.

Confira o resultado do levantamento

  • Rômulo Zanchi - Segundo a diretora Jani Zorzi, o quadro de professores está completo. Porém, faltam servidores no setor de manutenção
  • Manoel Ribas (Maneco) - De acordo com a diretora Rosângela de Freitas, não faltam professores. Entretanto, precisaria de mais servidores
  • Tancredo Neves - A diretora Marines Muscope diz que o número de professores atende a demanda. O problema é a falta de monitores para atender os alunos com necessidades especiais
  • Irmão José Otão - Segundo a diretora Laurenita Bulegon, a escola gostaria de receber as verbas em dia e que o governo do Estado disponibilizasse mais recursos financeiros
  • Edna May Cardoso - De acordo com o diretor Alan Patrik Buzzatti, houve ampliação no número de alunos matriculados, por isso, há uma solicitação de abertura de novas turmas. Faltam, pelo menos, cinco professores perante a demanda de alunos 
  • Edson Figueiredo - A diretora Cristiane Segalin de Costa informa que há falta de professores de matemática, geografia e ensino religioso nos anos finais do Ensino Fundamental. Além disso, necessita de mais servidores na área da limpeza e de monitores para alunos com necessidades especiais 
  • João Belém - Segundo a diretora Vera Denise Bertoldo Barreto, há superlotação de turmas do 3º e do 8º ano do Ensino Fundamental, e a abertura de novas turmas foi solicitada
  • Antônio Xavier da Rocha - O diretor Cícero dos Santos Alves afirma que precisa de duas merendeiras para atender a demanda dos alunos que ficam na escola em turno integral
  • Margarida Lopes - Conforme a diretora Cácia Cortes, a estrutura atual atende as necessidades da escola
  • Celina de Moraes - De acordo com a diretora Verginia Flôres, o quadro de professores está completo. Entretanto, solicitou a divisão de uma turma que está superlotada no 6º ano do Ensino Fundamental 
  • Almiro Beltrame - A diretora Lisete Fontoura afirma que não há reivindicações. O quadro de professores e funcionários está completo, e o início das aulas transcorreu sem problemas 
  • Cícero Barreto - Segundo a diretora Vânia Cunha Pires, quatro turmas dos anos finais do Ensino Médio foram fechadas por falta de alunos
  • Paulo Devanier Lauda - De acordo com a vice-diretora do turno da manhã, Maria Fajardini, algumas turmas do turno da tarde ainda não constam no sistema. A direção da escola está tentando resolver o problema junto a CRE. Existem faltas pontuais de professores
  • Arroio Grande - São 121 alunos matriculados este ano, pouco mais do que o ano passado, conforme a direção. Não faltam professores
  • Naura Teixeira Pinheiro - De acordo com a diretora Jaqueline Severo, a escola está em ótimo estado. Ela comemora, inclusive, a pintura de uma faixa de pedestres em frente ao portão de entrada
  • Cícero Barreto - Segundo a diretora Vânia Cunha Pires, quatro turmas dos anos finais do Ensino Médio foram fechadas por falta de alunos
  • Marechal Rondon - Conforme a direção, o quadro de professores e funcionários está completo. Teve a abertura de uma turma de 4ª ano  
  • Luiz Guilherme Prado Veppo - De acordo com a secretária Marília da Silva Miranda, não há falta de professores, e nenhuma turma precisou ser fechada
  • Coronel Pilar - Duas turmas de 1º ano do Ensino Médio e uma turma de 4º ano do Ensino Fundamental tiveram o pedido de abertura negado pela 8ª CRE. Em relação ao 4º ano, só uma turma está formada, com 32 alunos, sendo seis alunos especiais na mesma sala. Outro problema é em relação à infraestrutura: todas as salas possuem condicionadores de ar, mas não podem ser usados porque a rede elétrica é antiga. A obra já foi licitada e o dinheiro, R$ 150 mil, já foi liberado, porém, segundo a direção, a 8ª CRE não teria autorizado o início da obra por falta de engenheiro elétrico. Os 105 professores atendem a demanda
  • Augusto Ruschi - Houve a redução de duas turmas, consequência da diminuição do número de alunos. São 1,1 mil estudantes. Falta um professor de matemática 
  • Reinaldo Fernando Coser - Por conta de um decreto do governo estadual, as duas turmas de Educação de Jovem e Adultos (EJA) foram unificadas. São 62 alunos para 23 professores 
  • Marechal Castelo Branco - De acordo com a diretora Ana Lúcia dos Santos, apenas uma turma dos anos iniciais do Ensino Fundamental precisou ser fechada por falta de estudantes  
  • Boca do Monte - Sem redução de turmas. São 168 alunos matriculados e 14 professores, que atendem a demanda
  • João Link Sobrinho - Conforme o diretor, Leonardo Rodrigues Leal, por conta do baixo número de alunos, a escola precisou juntar os estudantes do 1º e do 3º ano do Ensino Fundamental em uma única turma seriada, com nove alunos na mesma sala, com o mesmo professor. Não há falta de professores 
  • Arroio Grande - São 121 alunos matriculados este ano, número um pouco maior do que o ano passado, conforme a direção. Não faltam professores
  • Santa Marta - Turmas do EJA foram unificadas, de quatro para duas. Uma turma de 7º ano está com 35 alunos, mas as salas de aula possuem capacidade para 30. Falta um professor de geografia

REDUÇÃO DE TURMAS É PROBLEMA
Além de lidar com as carências de docentes e servidores, os gestores de escolas estaduais enfrentaram outra dor de cabeça neste ano: o fechamento de turmas, o que acabou gerando a unificação de mais de uma classe em um mesmo local, superlotação de alunos em sala de aula e diminuição de carga horária de professores.

VÍDEO: aluna de 6 anos escreve carta ao prefeito pedindo professor na sua escola

No Instituto de Educação Olavo Bilac, há falta de professor e uma turma de Ensino Médio não está autorizada a ser montada.

- A 8ª CRE nos liberou três turmas de 2º ano, e nós temos uma demanda para quatro turmas. São 38 alunos matriculados que estão sem turmas. Nós temos espaço, temos professores, temos tudo, mas não podemos trabalhar com uma turma que não existe - explica a coordenadora pedagógica do Ensino Médio, Carla Coradini.

Para o diretor-geral do 2º núcleo do Cpers/Sindicato, Rafael Torres, a multisseriação de turmas prejudica o aprendizado:

- Isso aí é um roubo nas horas dos estudantes. É impossível um professor atender duas turmas distintas ao mesmo tempo. Não entra na conta do Estado o prejuízo que o aluno vai ter.

O Diário tentou contato com o titular da 8º CRE, José Luis Eggres, que não retornou as ligações.

* Não atenderam às ligações as escolas Padre Caetano, Dom Antônio Reis, Paulo Freire, Princesa Isabel, Maria Rocha, Marieta D'ambrosio e Érico Veríssimo
** Não passaram informações as escolas Gomes Carneiro e Cilon Rosa

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