Educação

Gestão da UFSM tem meta de reduzir gastos em 28%

Joyce Noronha

Foto: Renan Mattos (Diário)
Instituição afirma que vai reforçar ações para diminuir consumo de água e de energia elétrica em todos os espaços e prédios dos campi. 

Dentre os sete desafios que o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Afonso Burmann, e o vice-reitor, Luciano Schuch, propuseram à gestão 2018-2021 da instituição, está o de reduzir em 7%, por ano, os gastos com encargos - 28% até o final da gestão. Para alcançar essa meta, Schuch explica que todos os contratos de serviços prestados à UFSM serão reavaliados, o que pode gerar uma redução no número de terceirizados dentro da universidade.

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O vice-reitor reforça que a UFSM vai rever formas de tentar reduzir os custos nos contratos de limpeza e manutenção, mas reforça que não controla a quantidade de pessoas que trabalham nesses serviços dentro da instituição.

- Nós não demitimos pessoas, até porque os terceirizados não são nossos empregados, eles apenas prestam serviço nos campi. Se a redução de gastos com os contratos resultar em redução de pessoas trabalhando dentro da UFSM, não quer dizer, necessariamente, que são demissões, porque eles seguem empregados nas empresas que nós terceirizamos - avalia Schuch.

Essa revisão de contratos, conforme o vice-reitor, pode, por exemplo, implicar em reduzir a quantidade de vezes que um serviço é feito ao ano, o que, por consequência, diminui os gastos que a UFSM tem com uma empresa terceirizada. Ele justifica a iniciativa pela situação financeira da universidade.

REFLEXOS 
Schuch salienta que, neste mês, a instituição está perto de atingir a meta de 7% de economia dos encargos, mesmo sem ter feito a renegociação de contratos. Porém, ele lembra que o contrato com uma das terceirizadas foi renegociado no ano passado, e a possibilidade de economia reflete nas finanças deste ano.  

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Por isso, o vice-reitor acredita que, para os próximos três anos, a renegociação com as prestadoras de serviços será necessária na busca da redução planejada.

O plano de gestão 2018-2021 está em análise no Conselho Universitário, e ainda pode ser alterado. Schuch explica que qualquer pessoa da comunidade, acadêmica ou não, pode fazer propostas ao plano. O vice-reitor acredita que o plano deve ser homologado até o final de julho. Ele também comenta que o plano de gestão é flexível, e que é possível fazer revisões das metas e maneiras de trabalho para alcançá-las.

OS DESAFIOS DA GESTÃO 2018-2021

  • Internacionalização
  • Educação inovadora e transformadora com excelência acadêmica
  • Inclusão social
  • Inovação, geração de conhecimento e transferência de tecnologia
  • Modernização e desenvolvimento organizacional
  • Desenvolvimento local, regional e nacional
  • Gestão ambiental

REDUÇÃO DE CONTAS
Entre os encargos da UFSM, constam gastos com contas de energia elétrica, água, diárias, manutenção de prédios (como pequenas reformas e limpeza), investimento em qualificação de professores e outras despesas. A verba utilizada para quitar esses gastos é chamada pela UFSM de recurso de custeio. É nessa fatia de verba que a gestão pretende fazer a economia de 7%.

De acordo com Schuch, a conta de energia elétrica deve ser a primeira a passar pela tentativa de redução, pois a UFSM desembolsa cerca de R$ 14 milhões ao ano para quitar essa despesa, o que equivale a mais de R$ 1 milhão por mês. O vice-reitor esclarece que esse valor é resultado da soma todos os campi da instituição (Santa Maria, Silveira Martins, Palmeira das Missões, Cachoeira do Sul e Frederico Westphalen). Aqui, a meta é reduzir em 20% o total gasto com essa conta.

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Além da fatura de energia elétrica, a UFSM também quer diminuir o valor da conta de água. Schuch não passa valores dessa despesa, mas avalia que a universidade precisa rever a quantidade e a forma de consumo da água, e que vai buscar maneiras para reduzir o uso dentro das obras, bem como seguir a conscientização da comunidade universitária.

O vice-reitor diz que, além de reduzir gastos, esse trabalho também faz parte da gestão ambiental da universidade, que é um dos sete desafios impostos no plano de gestão.

OBRAS 
Enquanto a gestão traça estratégias para reduzir os gastos de custeio, segue a rotina de debates com a União para conseguir a verba de capital, referente a obras e compra de equipamentos. Schuch diz que a instituição não prevê redução de gastos nesta parte das finanças, porque "o governo cuida disto para a instituição", lembrando que o orçamento anual das instituições federais de ensino reduzem ano a ano por causa de contingenciamentos feitos por parte da União. 

O vice-reitor explica que, das finanças da UFSM, é possível retirar parte da verba de custeio e injetar na parte de capital, mas, ao contrário, isso não é permitido por legislação. Contudo, se a universidade fizer isso, não conseguirá quitar alguns encargos. Entretanto, a economia com contas e revisão de contratos não deve ser investida nas obras da instituição, conforme Schuch.

Foto: Lucas Amorelli (Arquivo/Diário)
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VICE-REITOR ALMEJA CONCEITO 5
Se a gestão conseguir alcançar a meta de reduzir os gastos em 7% ao ano com os encargos, o resultado será uma economia de 28% ao final da gestão, o que equivale a cerca de R$ 15 milhões, segundo o vice-reitor da UFSM, Luciano Schuch. A ideia é utilizar essa verba na melhoria dos cursos e profissionais da instituição para conseguir aumentar a nota da Universidade junto ao Ministério da Educação (MEC) para conceito 5 - a nota máxima. Atualmente, a Universidade tem nota 4.

Porém, a tarefa não será fácil, já que a UFSM precisa aumentar o Índice Geral de Cursos (IGC) de 3,81 para 3,95.

- São 0,14 que temos que avançar. Parece pouco, mas, na verdade, não é. Fizemos uma pesquisa e descobrimos que, nos últimos sete anos (de 2011 a 2017), a Universidade cresceu 0,1 no IGC. Agora, nós queremos crescer 0,14 até 2021 - explica o vice-reitor da Universidade.

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Contudo, Schuch diz que, pelo plano de gestão proposto por ele e Burmann, há meios para que a UFSM alcance esta meta dentro do tempo esperado.

O vice-reitor conta que, com o IGC atual, de 3,81, a Universidade está na 14ª posição do ranking nacional de universidades. Com o aumento do índice, a instituição pode ficar entre as 10 melhores do país.

Mas, tornar-se conceito 5 não melhora apenas a posição da UFSM no ranking nacional, aumenta também os valores de repasses da União para investimentos na universidade (para pesquisas e para estrutura). A gestão estima que, com o aumento da nota, a instituição deve receber mais R$ 7 milhões.

 Segundo o vice-reitor, atualmente, a instituição conta com 119 cursos, e 95 precisam ter nota máxima para que a UFSM consiga nota 5 pelo MEC, o equivalente a 85% dos cursos da universidade. Para avaliação, o Ministério da Educação faz rodízio entre os cursos, a cada ano, três graduações passam pelo processo de avaliação, de acordo com Schuch.

QUALIFICAÇÃO
Investir na melhoria de cursos vai muito além de qualificar áreas de estudo e professores, conforme explica o vice-reitor da UFSM. A quantidade de alunos formados em cada graduação também faz parte de um quesito de avaliação do Ministério da Educação. Schuch diz que no plano de gestão estão estratégias para garantir a permanência dos alunos na instituição.

- Não adianta ter uma turma em que 40 estudantes ingressaram e, dessa mesma turma, formamos seis ou 10 pessoas. É um número muito baixo. Se 40 alunos ingressam em uma turma, queremos que esses 40 concluam o curso e que façam isso com a certeza de que o ensino foi de qualidade - diz Schuch.

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Atualmente, a UFSM tem cerca de 30 mil alunos matriculados, entre todos os campi da instituição.

A primeira forma de se manter mais alunos na instituição, conforme o vice-reitor, é garantir a assistência estudantil a quem precisa - como auxílio-moradia, alimentação, passagem e outros benefícios. Mas, para Schuch, é preciso muito mais do que esses subsídios para assegurar que os alunos fiquem na UFSM. Quando questionado sobre o que é necessário, a resposta é: "trabalho conjunto de toda a cidade". 

Ele conta que alguns acadêmicos vieram de outros Estados e precisam se sentir acolhidos pela cidade, e não apenas quando estão dentro da universidade.

- Este jovem precisa sentir que, quando vai a um restaurante, que não o Universitário, é bem tratado. Que tem opções de diversão, de lazer, enfim, que ele tenha uma boa vida na cidade em que está morando - avalia o vice-reitor.

Schuch diz que o plano de gestão prevê a manutenção e aumento de parcerias e convênios com empresas e poderes públicos para garantir qualidade de ensino e de vivências para os alunos. Mas reforça que toda a comunidade precisa "abraçar" os estudantes da UFSM para auxiliar na permanência deles na instituição.

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