Foto: Lucas Amorelli (Diário)
O reajuste médio de 15% das tarifas de táxis, que foi pedida pelo Sindicato dos Taxistas de Santa Maria (SindiTáxi), está provocando uma situação inusitada, pois dividiu a categoria. Apesar de não ser uma entidade que represente todos os trabalhadores, mas só uma parte deles, a Associação dos Taxistas de Santa Maria (Atasm) fez uma assembleia, na segunda-feira à noite, em que quase todos os 70 participantes votaram contra a concessão do reajuste neste momento.
Segundo o presidente da Atasm, Volmar Arruda, a entidade representa 97 táxis dos 326 existentes na cidade. A associação é contra o aumento de preços agora porque teme que isso irá provocar uma queda expressiva no número de passageiros.
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- Os custos realmente subiram, e seria preciso aumentar a tarifa, mas achamos que agora não é o momento adequado. Por isso, preferimos trabalhar com margem mais apertada agora do que aumentar a tarifa e perder passageiros para os aplicativos e para os clandestinos, que não pagam impostos e fazem uma concorrência desleal. A prefeitura não fiscaliza esses clandestinos. O sindicato pediu o reajuste com base na decisão de poucas pessoas e não nos consultou - reclama Arruda, confirmando que, um dia por mês, a Atasm fará promoção como não cobrar bandeira 2, para tentar atrair clientes.
SINDITÁXI REBATE A ATASM
Já o presidente do SindiTáxi, Marco Fogliarini, discorda do representante da Atasm. Fogliarini alega que o sindicato representa mais de 200 taxistas e que a maioria da categoria quer o reajuste das tarifas, pois elas estão muito defasadas.
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- Ficamos cinco anos e meio sem reajuste, até que houve o aumento em 2015 e outro em dezembro de 2016. Já é mais um ano e cinco meses sem reajuste, e os preços da gasolina e de tudo subiram muito. Os aplicativos e clandestinos também não vão conseguir trabalhar com os mesmos preços e vão ter de subir também - diz Fogliarini.
Realmente, a situação é complexa. O aumento da tarifa de táxis, aprovado pelo Conselho Municipal de Transportes, na reunião do dia 8 desse mês, dependerá agora da decisão do prefeito Jorge Pozzobom. Na prefeitura, também há certa resistência em conceder o aumento dos táxis pensando nos usuários e também no fato de que, se a tarifa subir, poderá reduzir o número de passageiros. Pela proposta, a bandeirada passaria dos atuais R$ 5,20 para R$ 6, além de contemplar reajuste para o quilômetro rodado na bandeira 1 e 2. Não foi dado prazo para a prefeitura bater o martelo se concederá ou não o reajuste.