Saiba quais os novos valores da gasolina e do diesel em Santa Maria

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Caminhão-tanque abastecia reservatório de posto na Avenida Medianeira, na tarde de sexta, mesmo dia em que o reajuste começou a valer.

Felipe Backes e Francine Boijink

Levou apenas algumas horas para que o reajuste nos preços da gasolina e do diesel chegasse à maioria dos postos de combustíveis de Santa Maria. Na sexta-feira, os valores já apresentavam altas significativas.

O litro da gasolina comum era vendido, entre o meio-dia e as 15h de sexta, por valores entre R$ 6,49 e R$ 8,46. A reportagem analisou os dados inseridos no aplicativo Menor Preço, do programa Nota Fiscal Gaúcha. Nele, os preços são divulgados em tempo real, conforme o valor emitido na nota fiscal pelo estabelecimento comercial.

Em relação ao dia anterior, houve aumento médio entre R$ 0,60 e R$ 0,70 por litro. Houve casos em que o consumidor santa-mariense chegou a pagar até R$ 1 a mais pelo litro, ao ser feita uma comparação com quinta, quando filas se formaram nos postos por motoristas que queriam garantir o preço mais barato.

BAIXA PROCURA
O óleo diesel custava, no mesmo horário, entre R$ 5,46 e R$ 7,22. O reajuste médio foi em torno de R$ 0,90. Alguns postos não haviam reajustado os preços até a tarde de sexta. Por isso, os valores podem variar, para mais, a partir deste sábado.

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No primeiro dia de preços reajustados, a movimentação nos postos foi tranquila. No Neo Autoposto, conforme o sócio-proprietário Alan Roberto Ferigolo, chegou a faltar combustível por volta de 22h de quinta. A oferta foi normalizada na manhã de sexta. Mas com o novo preço, o volume de vendas foi menor. A gasolina subiu R$ 0,55 e, o diesel, R$ 0,92.

No Dutra Auto Posto, na Avenida Medianeira, a gasolina comum era vendida a R$ 7,13 na tarde de sexta. Por volta de 16h, o segundo caminhão-tanque do dia reabastecia os reservatórios do estabelecimento.

- Ontem (quinta) tivemos uma venda acima do esperado. Agora, acalmou um pouco. Não chegou a faltar combustível, pois eu ainda estava bem de estoque - informou Valmir Dutra, proprietário do posto.

DESABAFO
A rapidez com que o aumento anunciado pela Petrobras, na quinta, chegou aos postos surpreendeu motoristas e especialistas. A gasolina teve reajuste de 18,8%, enquanto o diesel ficou 24,9% mais caro nas refinarias.

- É complicado, cada vez aumenta mais. A única coisa que não sobe é o salário. Prejudica muito no dia a dia - desabafou o comerciante Rodrigo Amaral, de 45 anos, ao abastecer o carro na tarde de sexta.

- O reabastecimento dos postos de combustíveis seria de sexta à noite para sábado de manhã. O que o posto de combustíveis faz? Ele sai na frente e já aplica o reajuste sabendo que não tem muita oferta de combustível disponível. É esse movimento que de fato está ocorrendo - diz o economista Mateus Frozza, da Universidade Franciscana.

Ainda sobre valores, a possibilidade de novos acréscimos nos preços é cogitada neste panorama de conflito entre Ucrânia e Rússia, um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

- Fazia 60 dias que não havia reajuste. Está acontecendo a guerra, não se sabe o real impacto que isso vai ter, lembrando que a Rússia controla a oferta de petróleo e também de gás - observa Frozza.

O preço do etanol não sofreu reajuste no país. Na tarde de sexta, o litro era vendido na cidade por valores entre R$ 5,99 e R$ 7,45, conforme o aplicativo Menor Preço.

*Colaborou Marcos Fonseca 

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OS PREÇOS APÓS O REAJUSTE

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LEI SANCIONADA POR BOLSONARO PODE BAIXAR PREÇOS
Para tentar frear o aumento dos combustíveis devido às variações do valor do petróleo no mercado internacional, o Senado e a Câmara aprovaram dois projetos de lei, entre a quinta-feira e a madrugada de sexta, com duas medidas para tentar frear o aumento dos combustíveis. O primeiro cria um fundo de estabilização, que funcionará como um mecanismo de amortecimento contra flutuações do preço do petróleo no mercado internacional.

O outro projeto de lei, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) já na sexta, também prevê a cobrança em uma só vez do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, inclusive importados. A cobrança será feita com base em alíquota fixa por volume comercializado e única em todo o país. Essa proposta afeta principalmente o diesel, que deve baixar, garantiu o presidente.

- No final das contas, o governo entra com aproximadamente R$ 0,30, os governadores com R$ 0,30, e o contribuinte com os outros R$ 0,30 - afirmou.

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Pelas contas de Bolsonaro, o aumento de R$ 0,90 no litro do diesel deve diminuir para R$ 0,30 na bomba.

- Eu lamento apenas a Petrobras não ter esperado um dia a mais para realizar esse reajuste - acrescentou o presidente, referindo-se ao anúncio de reajuste dos preços feito na quinta, mesmo dia em que o Senado votaria o projeto de lei.

A proposta é tentar acabar com o efeito cascata na cobrança do ICMS, já que o tributo é cobrado mais de uma vez ao longo da cadeia de produção dos combustíveis. Agora, o imposto estadual incidirá uma única vez.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Gasolina subiu, em média, de R$ 0,50 a R$ 0,70 na cidade e em alguns postos o litro custa mais de R$ 7

ALIMENTOS TAMBÉM SOBEM
Os impactos do reajuste dos combustíveis não atingem apenas as bombas dos postos. A alimentação também vai ficar mais cara, alerta o economista Mateus Frozza. Ele acredita que, já neste sábado, os preços de verduras e frutas, além de outros produtos perecíveis, já fiquem mais caros nas gôndolas dos supermercados, espalhando-se, posteriormente, a toda a cadeia produtiva. A alta é provocado pelo frete mais caro, já que o diesel subiu.

- Estamos empobrecendo - diz Frozza, ressaltando que a seca também provocou alta dos alimentos.