Impostos

Prefeitura quer cobrar ISSQN de mais serviços

José Mauro Batista

Profissionais liberais e segmentos ainda não incluídos na lista de contribuintes do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) podem preparar o bolso. A partir do ano que vem, a prefeitura pretende cobrar o tributo de uma série de serviços que hoje não pagam por falta de previsão legal. Entre os casos de futuros contribuintes estão criadores de jogos eletrônicos e de aplicativos.

Em algumas situações, foram incorporados serviços resultantes de novas tecnologias ou de novas tendências estéticas, como a cobrança por serviços de aplicação de piercings, por exemplo. Ou, ainda, para novos serviços que surgirão no município, a exemplo da cremação, prevista no contrato da empresa que administra os cemitérios Parque Jardim Santa Rita de Cássia e São José, mas que só deve entrar em operação a partir de 2020.

Hoje é o último dia para inscrição nos concursos da BM e Corpo de Bombeiros

Foto:

A média de arrecadação anual de ISSQN é de R$ 62 milhões com a cobrança de 40 setores que prestam uma série de serviços, como limpeza, estacionamento, vigilância, saúde e estética. A prefeitura não tem, ainda, uma estimativa de quanto arrecadará a mais com os novos contribuintes.

– Não há como mensurar porque há muita coisa nova. Primeiro, vamos aprovar a lei para alcançar setores fruto da economia criativa, de todo esse processo novo. Depois, vamos atrás – diz o secretário de Finanças, Jean-Pier Esquia.

38 famílias de São Sepé recebem as chaves da casa própria

No entanto, para poder cobrar de novos agentes econômicos, a prefeitura precisa alterar o Código Tributário, legislação municipal que regra a questão dos impostos, tributos e taxas. O projeto de lei que faz essa inclusão já está tramitando na Câmara de Vereadores, que formou comissão especial para tratar do assunto.

Segundo o presidente da comissão especial que analisa essas alterações, vereador Manoel Badke (DEM), Maneco, a audiência pública para discutir a matéria será realizada na próxima quarta, às 17h, no Plenarinho. O relator do projeto, João Ricardo Vargas (PSDB), Coronel Vargas, explica que a ideia é votar as mudanças em dezembro para que a prefeitura possa começar a cobrança em 2018. Antes de ir à votação, os santa-marienses poderão fazer sugestões no prazo de 15 dias, que começa a correr na quinta, após a audiência.

Nova loja de shopping abre 16 vagas de emprego

A orientação é que o interessado (pessoa, empresa ou entidade) entregue suas propostas escritas direcionadas à comissão especial, no Setor de Protocolo, que funciona das 8h às 12h e das 13h30min às 17h30min, de segundas a quintas, e das 7h30min às 13h30min, às sextas, na Câmara (Rua Vale Machado, 1.415). Também podem ser enviadas ao e-mail cel.vargas45@camara-sm.rs.gov.br, ao relator.

Dinheiro de cartões de crédito ficará na cidade

Paralelamente ao projeto que inclui novos contribuintes no ISSQN, a prefeitura planeja outras iniciativas para arrecadar mais. Além de ações pontuais, há outro projeto de lei na Câmara regrando a questão do Imposto sobre Serviços (ISSQN) cobrado sobre as operações de cartões de crédito e débito, leasing e planos de saúde. Com o ISSQN dessas operações, a prefeitura estima arrecadar em torno de R$ 8 milhões a R$ 8,6 milhões por ano.

Esses recursos, que antes iriam para as sedes de bancos e operadoras de cartão, a maioria sediada em cidades paulistas, ficarão, agora, nos municípios onde forem feitas as operações. Essa mudança foi possível graças a uma mobilização de lideranças municipais na 20ª Marcha dos Prefeitos em Defesa dos Municípios, de 15 a 18 de maio, em Brasília.

Guia do IPTU poderá ser retirada a partir da próxima semana

Com a pressão dos prefeitos, o Congresso Nacional derrubou, em maio, veto do presidente Michel Temer a uma mudança na legislação federal, justamente na parte que invertia uma lógica de anos: o imposto sobre uma operação de crédito fica para a cidade onde foi feita a compra e não mais na sede da operadora.

– Antes não podíamos cobrar porque o ISSQN era recolhido na matriz. Agora vamos poder ficar com esses recursos – diz Jean-Pier.

A estudante de Engenharia Sanitária Ambiental da UFSM Vanessa Tamiosso, 21 anos, diz que o consumidor já está acostumado a pagar impostos e mais impostos, mas que o maior problema não é esse:

– O problema é que não vemos o retorno dos impostos em serviços públicos de qualidade.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Cursinho de Santa Maria abrirá filial em Porto Alegre

Próximo

TSE lança canal no Twitter para tirar dúvidas do eleitor

Economia