Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Apesar de a Petrobras ter anunciado recentemente que não faria mais reajustes diários e que tentaria ficar até 15 dias com o mesmo preço da gasolina, oito dias depois ela voltou a aumentar os valores nas refinarias. E foram dois reajustes seguidos praticados na semana passada, que provocaram aumento de 5 centavos nas próprias refinarias. Os reflexos já foram sentidos pelos motoristas, que não param de reclamar dos preços nas alturas. Ontem, o Diário voltou aos 25 postos que costuma pesquisar em Santa Maria e constatou que, em 10 deles, o litro da gasolina já passa de R$ 5 (veja abaixo). Até ontem, apenas uma revenda mantinha o preço do combustível na comparação com a última pesquisa, feita em 3 de setembro. Os demais fizeram reajuste do valor.
PESQUISA: como ficou o preço do gás nas revendas de Santa Maria
A gasolina mais barata custava ontem R$ 4,74, e a mais cara, R$ 5,15, entre as 25 revendas pesquisadas pelo Diário, para pagamentos em dinheiro.
O lojista Antonio Silveira, 55 anos, diz que está um absurdo o preço do combustível e acompanhar os reajustes. Ele conta que precisa de 55 litros para encher o tanque de seu automóvel e usa 110 litros por semana para dar conta de todos os compromissos. Com a média do litro da gasolina, entre os 25 postos, de R$ 4,98, Silveira desembolsa R$ 547,80 por semana.
Já o representante comercial João Henrique Duncke, 31 anos, tem um utilitário e, para encher o tanque de diesel, precisa de 60 litros. Com a média do litro, entre os estabelecimentos visitados pela reportagem, de R$ 3,67, Duncke paga R$ 220,20 para completar o tanque do veículo.
AVALIAÇÕES
O diretor financeiro do posto Coopaver, Renato Stefano, 53 anos, conta que tenta manter o reajuste o mais baixo possível para que o estabelecimento não tenha prejuízo. Ele explica que, diariamente, a revenda faz avaliações dos preços ofertados na distribuidora e no site da Petrobras para encontrar um equilíbrio entre as contas do posto e o valor cobrado do consumidor.
Alta do dólar provoca aumento nos preços de remédios e alimentos
Stefano avalia que o governo deveria fazer tabelas e manter o preço por, pelo menos, 30 dias para que os postos e os clientes "consigam respirar e se organizar melhor".