Política

O que pensam os políticos de Santa Maria sobre a condenação de Lula

José Mauro Batista

A avaliação da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por lideranças de Santa Maria deixa bem clara a polarização política no país e na cidade. Enquanto os petistas se mobilizam e acusam o juiz federal Sérgio Moro de estar a serviço de quem teme a candidatura de Lula à presidência da República em 2018, tucanos e peemedebistas, mesmo com alguma cautela, reafirmam apoio ao magistrado.

Os deputados federal Paulo Pimenta e estadual Valdeci Oliveira, do PT, fizeram os discursos mais fortes em relação ao juiz da Operação Lava-Jato.

– É uma condenação sem respaldo jurídico. Vamos intensificar a defesa do presidente Lula no Brasil e no Exterior – frisa Pimenta.

O diretório municipal do PT terá reunião na próxima segunda-feira com Pimenta e Valdeci para definir mobilizações. Segundo a presidente do partido, Helen Cabral, a orientação nacional é para que os militantes permaneçam em vigília.

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Para o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), adversário ferrenho do PT, a condenação "tem base em provas juntadas no processo". Cauteloso, lembrou que Lula ainda pode recorrer, e que o Judiciário, em segunda instância, confirmará ou não a condenação.

Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que investigou compra e reforma de um triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. A sentença divulgada quarta-feira tem como base denúncia de que a empresa OAS reformou o imóvel como pagamento de propina por contratos ilícitos envolvendo Lula, a empreiteira e a Petrobras. 

Lula é condenado a 9 anos por corrupção no tríplex

O que pensam os políticos

"É uma condenação política, sem nenhuma prova. Trata-se de uma sentença exclusivamente embasada em delações e teorias jurídicas de fora do Brasil, em desacordo com a legislação brasileira. Para nós, não foi nenhuma surpresa. O Moro tenta inabilitar a candidatura a presidente da maior liderança brasileira."
Paulo Pimenta, deputado federal do PT

"Já esperávamos porque o Moro foi o tempo todo um juiz parcial. A gente chama o Moro de político de toga. Ele quer impedir o Lula de concorrer em 2018, mas acreditamos na Justiça."
Helen Cabral, presidente municipal do PT

"O Poder Judiciário julga um processo com base nas provas juntadas. Defendo que todo e qualquer envolvido em corrupção seja condenado, independentemente de partido, mas que seja-lhe garantido o absoluto direito de defesa."
Jorge Pozzobom, prefeito de  Santa Maria, filiado ao PSDB

"Quem erra, tem que pagar. É inegável que ele foi um grande líder, mas não é por ter sido presidente da República, que ele deve estar abaixo ou acima da lei. Se errou, tem que pagar."
Alexandre Lima, presidente municipal do PSDB

"Tenho a clareza de que a condenação do Lula, em primeira instância, é uma condenação política, sem nenhuma prova concreta. Pelo contrário, o Moro fez 280 páginas para tentar argumentar uma condenação sem prova. Não aceito é que a pena imputada ao Lula seja política e seletiva. Acredito que ele será absolvido em segunda instância."
Valdeci Oliveira, deputado estadual do PT

"Quem não deve, não teme. A Justiça está fazendo o que realmente tem que fazer, cobrando situações incorretas de quem se utiliza do poder para atos de má-fé."
Cezar Gehm, presidente municipal do PMDB

"Quem diria, há dois anos, que hoje a presidente Dilma estaria cassada, o Lula condenado, o Temer com o governo a prêmio, políticos e empresários na cadeia? Há uma mudança radical no Brasil."
Cezar Schirmer, secretário estadual da Segurança Pública, filiado ao PMDB

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