Sem detalhar em números os cortes nos gastos públicos que fazem parte do pacote de ajuste fiscal do governo federal, o Ministro da Defesa Jaques Wagner defendeu os investimentos do setor.
O meu principal argumento para que o governo não reduza as compras das indústrias nacionais ou das estrangeiras sediadas no Brasil na área da defesa é este: os empregos, principalmente de especialistas. Demora-se 10 anos para formar um quadro especializado e um mês para perdê-lo respondeu Wagner à pergunta de um repórter que enumerou demissões em fábricas de helicópteros, após a redução no número de equipamentos a serem adquiridos pelo governo federal.
O ministro também defendeu os pontos da Estratégia Nacional de Defesa que dizem respeito à descentralização da indústria e da transferência de tecnologia. Como ex-governador da Bahia, ele assumiu como compromisso pessoal trabalhar para que haja investimentos em diferentes regiões do país.
A indústria da defesa está, hoje, no Sudeste, e alguma coisa no Sul. É algo que eu preciso fazer, a descentralização, que é uma política relativa à indústria de forma geral acrescentou.
Respondendo aos questionamentos de jornalistas de diferentes países, Wagner também comentou que as compras dos caças Gripen, que serão, em parte, fabricados no Brasil, pelo governo argentino, pode encontrar obstáculos. Os aviões da sueca SAAB contêm tecnologia britânica e, por conta da histórica disputa pelas ilhas Malvinas, o Reino Unido pode impedir que a Argentina tenha acesso às aeronaves.
A coletiva encerrou a participação de Jaques Wagner na LAAD Feira Internacional de Defesa e Segurança, que vai até sexta-feira, no Riocentro, no Rio de Janeiro.