Um levantamento da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), divulgado na quarta-feira, apontou que 20 prefeitura do Estado atrasariam os salários no final do ano. Entre as citadas, a Famurs incluiu quatro cidades da região: Formigueiro, Ivorá, Restinga Seca e São Vicente do Sul. O Diário consultou as quatro prefeituras para repercutir a informação e todas negaram que atrasarão salários.
Apesar das dificuldades em caixa, por causa principalmente dos atrasos nos repasses dos recursos federais e estaduais (que são as grandes fontes de renda dos pequenos municípios), as contas vão fechar.
Com orçamento anual de R$ 15 milhões, a prefeitura de Formigueiro teve de apertar o cinto para conseguir manter as contas em dia.
_ Vamos conseguir acertas as contas com dificuldade, mas vamos fechar _ disse o prefeito Gildo Bortolotto (PMDB).
Bortolotto explica que a queda de repasses da União e do Estado, que correspondem a até 80% da receita municipal, impacta no cotidiano da prefeitura. A saída é fazer adequações, como o recadastramento dos imóveis para que os valores pagos do IPTU sejam ajustados.
Em São Vicente do Sul a situação se repete. Ainda na quarta-feira, a prefeitura emitiu nota oficial desmentindo a afirmação da Famurs. O secretário de Finanças, Miguel Giacomelli, garante contas em dia.
_ Todos os pequenos municípios estão com dificuldades, mas o 13º está em dia. A folha está em dia. Agora, sofremos com o atraso nos repasses _ explicou o secretário, que teve de cortar a verba de cada secretaria em 15% para equilibrar o caixa.
O secretário de Finanças de Ivorá, Jorge Souza, também nega atraso no pagamento de salários. Segundo ele, mesmo com os atrasos de repasses do Estado e União, que resultou em um rombo de R$ 600 mil no caixa da administração, as contas estão em dia.
_ Cerca de 80% do orçamento (de R$ 10 milhões) vem de repasses. Mas fizemos cortes em hora-extra, diárias e outros gastos para garantir os serviços fundamentais _ contou.
Para melhorar a arrecadação local, a prefeitura de Ivorá também estuda o recadastramento imobiliário para 2015.
Em Restinga Seca, o prefeito Mauro Schünke (PDT) também relata que não haverá atraso em salários. Apesar disso, ele também reclama do atraso nos repasses.
_ Têm obras que foram feitas e que não foram pagas. Com quem fica a responsabilidade desse pagamento agora? _ questiona.
Schünke relata que nos últimos três meses, os repasses do Piratini e do Planalto foram 39% menores. Resultado: serviços para a comunidade tem de deixar de ser feitos.
A saída também passa pelo recadastramento imobiliário e, estuda a prefeitura, a revisão da taxa de lixo.
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