Uma novela que se arrasta por mais de quatro décadas se encaminha para o final. A obra do imponente esqueleto localizado na Avenida Rio Branco, que começou a ser erguido em 1960 e teve a construção parada em 1970, pode ser reformada depois de anos de disputa.
Nessa sexta-feira, a prefeitura recebeu da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), o laudo que aponta que a estrutura de 14 andares está em "plenas condições de uso". O laudo, feito a pedido da prefeitura, era uma exigência do Ministério Público, que tem a guarda do prédio.
Apesar de ter sido alvo de outras avaliações técnicas, o MP exigiu que novo levantamento fosse feito. Desde 2007, a prefeitura tenta se apropriar do imóvel. Primeiro, travou uma luta contra os descendentes de proprietários. Depois, foi a vez de tentar conseguir convencer o MP que a estrutura poderia ser aproveitada, tarefa ainda não concluída.
Nesse período, em pelo menos dois momentos foi sugerida a demolição da obra. Agora, com esse laudo da Cientec, a história pode ter fim.
_ Não tenho conhecimento oficial do laudo. Se isso se confirmar, se o município se manifestar que tem mesmo intenção de fazer essa recuperação, vou apresentar um cronograma para isso. Eles terão de seguir um planejamento _ explicou o promotor Mauricio Trevisan.
A procuradora jurídica da prefeitura, Anny Desconzi, diz que o desfecho do caso está próximo. E este final tem gosto de vitória.
_ Se o MP repassar o prédio, vamos fazer uma proposta de conclusão. Além disso, teremos de definir a utilização do imóvel. Mas certamente vai ser um prédio público. Vamos instalar secretarias _ explica Anny.
Revitalização do Centro
A reforma do prédio da Avenida Rio Branco faz parte do projeto de revitalização do Centro de Santa Maria. Para o prefeito Cezar Schirmer (PMDB) é uma vitória após 40 anos. Apesar do otimismo, o prefeito não deixou claro de onde vai tirar os cerca de R$ 13 milhões necessários para a recuperação do imóvel.
_ Tudo ao seu tempo _ desconversou.
A intenção de Schirmer é, além de colocar no local secretarias e outros órgãos municipais, locar o espaço para empresas privadas, como bancos e outros órgãos estaduais e federais.
"