Pela primeira vez, em sua história, uma das mais importantes entidades empresariais de Santa Maria tem duas mulheres no comando. Fundada em agosto de 1964, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) é presidida por Marli Rigo desde maio de 2016. Reeleita em 6 de junho, Marli tem como vice Maria Elizabeth Flores, fato pioneiro na entidade que completará 53 anos no dia 28.
Empresárias do ramo de vestuário, Marli e Elizabeth têm mandato até 2019 à frente da entidade ligada aos segmentos do comércio e da prestação de serviços. Entre 2002 e 2004, a também empresária do setor lojista Maria Inês Biscaro foi a primeira mulher a comandar a CDL, mas o vice era um homem.
18 vagas em lojas na Acampamento e Praça Nova
As novas dirigentes destacam que pretendem dar continuidade a projetos das gestões anteriores, mas adiantam que querem imprimir sua marca na CDL. Já em outubro deste ano, deverá estar concluída a obra de ampliação da sede própria, na Rua Dr Astrogildo de Azevedo, uma construção de três pisos que esteve parada por 17 anos e que deverá aumentar a área em mais de 700 m2. O investimento deverá ser de aproximadamente R$ 400 mil.
Entidade sem fins lucrativos, a CDL tem 40 sócios patrimoniais (chamados sócios proprietários) e um cadastro de 1.200 empresas dos segmentos de serviços e comércio. Na relação de serviços aos associados, estão o CDL Cobrança, consulta sobre devedores, cursos de capacitação e assessoria jurídica, entre outros.
Falta de peritos atrasa conclusão de investigações por mais de ano
Mas é no reforço à divulgação e na defesa e capacitação das empresas filiadas que a nova diretoria quer deixar sua assinatura. O próximo desafio será a 2ª Convenção do Varejo da Região Centro, marcada para outubro, com a parceria da Associação Gaúcha de Desenvolvimento para o Varejo (AGV). A programação dos três dias de evento, no Recanto Maestro, prevê palestras, painéis, debates e outras ações voltadas ao empreendedorismo.
– Queremos fazer uma gestão com nosso feeling feminino – resume Marli, que só aceitou continuar presidente desde pudesse escolher sua vice.
Como empresárias do ramo de confecções, Marli e Elizabeth sentem na pele os obstáculos ao crescimento das empresas locais. As feiras itinerantes, como a Feira da Serra Gaúcha, realizada em julho e que foi alvo de disputa judicial, e o comércio informal são considerados prejudiciais ao comércio santa-mariense e continuarão sendo combatidos.Por fim, as dirigentes citam a crise econômica, a alta carga tributária, os preços dos aluguéis e até o comportamento de parte dos consumidores como obstáculos ao desenvolvimento da cidade, inclusive à geração de empregos. Confira abaixo posição de Marli e Elizabeth sobre economia, política e temas polêmicos.
