Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Uma metodologia usada pelo Centro de Ciências Rurais (CCR) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para ajudar o agricultor na previsão da produtividade da lavoura de arroz passou a ser usada por outras instituições de ensino do Estado. Com isso, além da Região Central, produtores rurais da Fronteira Oeste e da Zona também recebem auxílio.
A metodologia tem por base o SimulArroz, software que faz o cálculo de produtividade do grão levando em conta, por exemplo, o período de semeadura, crescimento do cereal e condições climáticas as quais está sujeito. O programa de computador tem a capacidade de prever como o arroz se comporta e qual o possível resultado no período da colheita, simulando diferentes situações. Por meio desses dados, dá para fazer correções no cultivo caso seja necessário.
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- É um método bastante detalhado. Nós informamos as condições meteorológicas diárias, a data da semeadura e o nível tecnológico da lavoura. Com essas informações, o sistema calcula os principais processos fisiológicos da planta e no final nos dá o rendimento de grãos de arroz que pode ser colhido nesta lavoura - explica o professor Nereu Augusto Streck, do Centro de Ciências Rurais (CCR) da UFSM.
Entre as instituições que aderiram ao sistema estão a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), na Fronteira Oeste, e a Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), na Zona Sul, as duas com enfoque em pesquisa e extensão em arroz.
Cada boletim do SimulArroz é publicado de 15 em 15 dias no site do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e da UFSM, com quem há pareceria, além dos portais das outras instituições de ensino. Neles, há detalhes sobre as previsões das safras e indicações de práticas de manejo da cultura.
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A parceria foi firmada para durar cinco anos. Conforme o Irga, os dados serão ferramentas importantes para o produtor rural que saberá, por exemplo, a hora mais adequada para realizar a última adubação.
ACERTOS
Para Streck, a parceria com o Irga é fundamental, pois o instituto tem capacidade de obter as condições reais das lavouras de arroz, dados que são necessários para a eficiência do sistema.
Além disso, ele afirma que essa precisão dos dados é uma necessidade, não mero capricho. Isso, pois no século passado, dentro do processo da agricultura, se trabalhava principalmente com insumos, onde se alavancou a produtividade a partir da genética, mas ela precisava de grande quantidade desses insumos, razão pela qual se chegou em um momento de queda na rentabilidade e produtividade.
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Isso pode ser visto nos dados divulgados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS). Na safra 2017/2018, o cultivo do arroz sofreu redução na expectativa da área total e da produção, em torno de 0,8%, que se refere a uma área de 1,09 milhões de hectares e uma produção de 8,4 milhões de toneladas.
E o sistema tem acertado nessas previsões, e proposto correções de acordo. No entendimento do professor Streck, agora, o principal insumo é o conhecimento.
- Conhecer o processo de uma lavoura para otimizar o uso dos insumos e dos recursos, aumentando a lucratividade. Meio-ambiente é um aspecto importante também. A sustentabilidade. Tudo isso em benefício do produtor, que é a preocupação primeira - relata Streck.