Agronegócio

Briga EUA-China ajuda a soja gaúcha

Deni Zolin

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Chineses taxaram soja dos EUA, o que deve aumentar procura pelo produto brasileiro

A decisão do governo chinês de começar a cobrar taxa de 25% sobre a soja e outros 105 produtos importados dos Estados Unidos afetou diretamente os mercados internacionais, interferindo inclusive nos preços do grãos para os produtores da região. Logo após o anúncio, a cotação da soja na Bolsa de Valores de Chicago chegou a cair mais de 4%, ou 45 centavos de dólar por bushel (equivalente a 27,2155 kg), causando grande repercussão em toda a cadeia produtiva do grão no mundo e aqui na região. A cotação em Chicago fechou em 10,16 dólares, com queda de 21 centavos. Porém, o prêmio para a soja brasileira teve forte alta ontem, o que deve melhorar os preços no Brasil.

A cotação da soja na Cooperativa de Júlio de Castilhos (Cootrijuc) caiu de R$ 72 para R$ 71 ao longo do dia, mas segundo o gerente comercial da cooperativa, Luiz Cezar Moro, apesar da grande instabilidade ontem devido à decisão da China, a previsão é de que o preço irá melhorar para os produtores brasileiros e aqui da região.

É que devido à cobrança de uma taxa de 25% de importação para a soja dos EUA, a tendência é que a China compre mais grãos de outros países, como o Brasil, de onde não são cobradas essas sobretaxas. Isso deve aumentar a procura dos chineses pela soja brasileira e, ontem, isso já estava elevando os prêmios de exportação, que são um dos itens que compõem o preço do produto.

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Segundo Cezar, o prêmio para entrega da soja "explodiu" no Porto de Paranaguá, subindo da faixa de 110 a 120 pontos para 160 pontos ontem. Na prática, mesmo com a queda de 21 centavos de dólar na cotação do bushel em Chicago, isso significa que houve compensação com a alta de 40 a 50 centavos de dólar para o prêmio no Brasil. Por isso, é provável que a soja tenha alta de preço hoje.

O anúncio da taxa chinesa inclui uma nova lista de 106 famílias de produtos que serão sobretaxados, incluindo a soja, carros e outros itens norte-americanos. A data em que a medida entra em vigor ainda será anunciada. A medida ocorre em meio a um embate comercial com os EUA.

As ações do presidente americano Donald Trump para proteger a economia de seu país a partir da sobretaxação de produtos importados e as contra-ofensivas da China, principal alvo do republicano, vêm despertando o temor de uma guerra comercial entre as duas principais potências mundiais.

O primeiro movimento foi de Trump, que, em 22 de janeiro, impôs tarifas comerciais contra painéis solares e máquinas de lavar, importados especialmente da China. Ali a Casa Branca afirmava que sua intenção era proteger os trabalhadores americanos e a indústria local da importação massiva de produtos com preços baixos. Em 8 de março, Trump assinou o ato que estabelece tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importado pelos EUA. Em 22 de março, Trump impôs tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos chineses. O montante corresponde a cerca de 10% das exportações chinesas para os EUA. Agora, veio a resposta da China, em taxar produtos dos EUA. (Com informações da Folhapress)

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