Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Dados da Emater estimam que R$ 175 milhões vão deixar de circular em Santa Maria neste ano por causa da seca que afetou o setor agrícola. Além dos danos mais aparentes no milho e soja, a falta de chuva e o calor excessivo também impactaram na pecuária e hortifrutigranjeiros (veja os números abaixo).
Todos os 39 municípios da região decretaram situação de emergência pela seca
Com todas as lavouras de soja e milho colhidas no município, o levantamento, feito na segunda-feira, aponta prejuízo de mais de 50% nas duas culturas. Só na soja, houve perdas de mais de R$ 152 milhões. O chefe do escritório municipal da Emater, Guilherme Godoy dos Santos, explica que o alto preço da cotação atual da soja faz com que os números pareçam ainda mais alarmantes.
- Fizemos os cálculos de prejuízo da soja com base no valor de R$ 98 por saca, que é o preço médio pago atualmente. Como houve um aumento significativo do preço nos últimos meses, muito em função da própria seca, os valores de prejuízo ficaram bem acima da nossa estimativa inicial - destaca Guilherme.
A média de sacas de soja colhida por hectare em Santa Maria foi de 24, número semelhante ao registrado em toda a região. Mas, o chefe da Emater conta que houve grande variação nas plantações do município.
- Esse número foi a média calculada. Mas houve lavouras que produziram até 60 sacas por hectares, e outras que colheram apenas cinco. A disparidade foi grande - explica.
ARROZ TEVE POUCAS PERDAS
O arroz foi a única cultura de verão que não teve perdas expressivas registradas. Guilherme explica que, inicialmente, havia uma estimativa de perdas de 10%, mas, como as lavouras colhidas mais tarde tiveram produtividade acima da média, no final, não foram contabilizadas perdas no levantamento da Emater.
- Alguns produtores tiveram sim um prejuízo inicialmente, porém, em números gerais, esse prejuízo acabou se diluindo com o andar da colheita e foi praticamente zerado no nosso levantamento, já que as plantações tardias colheram bem - afirma.
EXPECTATIVA DE MELHORA
Agora, a preocupação é com as chamadas culturas de inverno, que englobam, principalmente, o trigo e as pastagens. Como a previsão é de acumulados de chuva mais altos nos próximos meses, a expectativa da Emater é de uma melhora no cenário agrícola.
- Os prejuízos já registrados são todos irreversíveis. Agora, torcemos para que chova de forma regular, porque nossa preocupação é com a alimentação na pecuária e também com o trigo, já que são plantados mais de 500 hectares da cultura no nosso município - analisa o chefe do escritório municipal da Emater.
*Colaborou Janaína Wille