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VÍDEO: de Caçapava do Sul para as pistas de Tóquio: corredor é esperança de medalha

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
José e Ida, pais de Anderson, exibem orgulhosos a coleção de medalhas

Quem entra na casa da família Henriques, em Caçapava do Sul, logo de cara já percebe que o local abriga uma família orgulhosa. Na parede ao lado da porta de entrada, uma coleção com dezenas de medalhas que vão de vitórias de torneios escolares à competições mundiais. Ao lado, um grande quadro. Nas estantes, mais uma coleção de fotografias. O orgulho que a dona de casa Ida Narcisa, 55 anos, e o montador de móveis José Osório, 58 anos, sentem pelo filho certamente não cabe nas paredes, nas estantes, nem no álbum de recortes de jornal. Mas, esses objetos ajudam a materializar todas as memórias dos tempos de menino e também de preparação para aquele que será o maior desafio na vida do atleta olímpico Anderson Henriques.


O corredor de 29 anos embarcou na sexta para Tóquio, onde representará o Brasil nos Jogos Olímpicos. Desde os 17 anos, ele vive longe de Caçapava, mas não esquece as origens e visita a família sempre que possível.

- Eu tenho um carinho muito grande pela cidade e recebo muita torcida de lá. O meu lugar preferido em Caçapava é a região do Forte. Para mim, a visão da cidade é muito bonita de lá, é uma das paisagens mais lindas que eu conheço. E foi na pista de areia que tem ao lado do Forte que eu comecei a treinar, então tem toda essa memória afetiva - afirma Anderson.

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Conforme a mãe, a aptidão para o esporte foi descoberta quando ele ainda era pequeno e se mostrava uma criança hiperativa.

- Ele fazia tudo correndo. Não conseguia caminhar, para tudo ele corria, para terminar as coisas antes. Quando criança, jogou futebol, andou de skate, mas foi se encontrar mesmo no atletismo - lembra Ida.

Da família, nunca faltou amor, incentivo e também cobrança. O pai conta que, na época do colégio, acompanhava o filho nas disputas e também cobrava para que tivesse boas notas. Agora, de longe, dia de competição continua sendo sagrado na casa dos Henriques.

- O orgulho que temos por ele é imenso. Ganhando ou perdendo, para nós, ele vai ser sempre o melhor de todos. Não importa se a competição é de dia ou de madrugada, não desgrudamos da TV - revela José.

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Foto: Divulgação 

NA TERCEIRA TENTATIVA, A VAGA OLÍMPICA FOI CONQUISTADA 
Até carimbar o passaporte para a primeira Olimpíada, a jornada foi desafiadora. Nas últimas duas edições dos Jogos, foram duas frustrações. Em 2012, Anderson teve uma pubalgia (lesão no osso do púbis) e não pode competir. Já em 2016, nos Jogos do Rio de Janeiro, ele se recuperava de uma fascite plantar (inflamação no músculo do pé) e também ficou de fora. A prova em que ele costuma competir é a corrida de 400 metros.

Porém, para Tóquio, a vaga veio em outra modalidade, de revezamento 4x400 metros misto, com dois homens e duas mulheres. É a primeira vez na história que a categoria mista integra as Olimpíadas. Agora, além da vaga, ele sonha alto e é uma das apostas de medalhas para o Brasil.

- A ideia é subir ao pódio. Como somos vice-campeões mundiais, temos uma expectativa de conseguir. Mas, só de participar da maior competição do mundo, que é a Olimpíada, já é uma grande vitória - conta.

A equipe brasileira do 4x400 metros mistos ganhou a prata no Mundial de Revezamentos disputado em maio deste ano. Além disso, no currículo, Anderson traz outras conquistas em competições nacionais e internacionais: na Universíade de 2013 em Kazan (Rússia), conquistou a medalha de prata. No Campeonato Mundial de Moscou, em 2013, quebrou duas vezes o próprio recorde pessoal, chegando à final. Nos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, foi finalista, terminando em 8º lugar.

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
O secretário da escola, Ivanói Fontoura Brito, e os professores de educação física Sílvio Tondo e Paulo Roberto Benites exibem o presente recebido do ex-aluno

AS PRIMEIRAS ARRANCADAS VIERAM NA ESCOLA
Assim como na casa dos Henriques, na escola onde Anderson estudou, as memórias também estão materializadas. Na sala da direção, dezenas de troféus esportivos, a maioria conquistada com a ajuda do atleta olímpico, permanecem expostos. Por lá, também há um quadro recebido de presente do ilustre aluno. A Escola Técnica Estadual Dr. Rubens da Rosa Guedes (ETERRG) é considerada, pelo próprio Anderson, como uma das grandes responsáveis por ajudá-lo a se descobrir no esporte.

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">Na instituição, existe o projeto Atleta Campeão, criado em 2006 pelos professores de educação física Silvio Tondo e Paulo Roberto Benites. Além de Anderson, o projeto também revelou o jogador de futebol Jaílson, que passou pelo Grêmio e agora está no futebol chinês.

- Quando criamos o projeto, tínhamos dois grandes objetivos: ajudar na formação dessas crianças e adolescentes como cidadãos, através do esporte, e criar equipes competitivas para os jogos escolares. Eu fui até a casa do Anderson para convencer os pais a matricularem ele na nossa escola, porque era nítido que ele era um atleta diferenciado - afirma Tondo.

DISCIPLINA
Como a escola é agrícola, Anderson ainda se dividia com as atividades práticas do meio rural. Nos jogos escolares, não disputava só atletismo. Competia também no futebol, futsal e outras atividades.

- Ele sempre foi um atleta compenetrado e disciplinado. Nas competições da escola, em dias de viagem, colocava o fone de ouvido e ficava quieto. Sabia que o emocional era importante. Não costumava participar das folias do ônibus - recorda Benites.

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Um dos locais onde Anderson treinava era na pista do Areião, ao lado do Forte 

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">Em 2011, o corredor foi campeão brasileiro juvenil de atletismo na categoria 400 metros. Para comemorar, Anderson foi recebido com carreata e passeou pelas principais ruas de Caçapava do Sul enquanto era ovacionado pelos conterrâneos.

MARIA PORTELA TAMBÉM REPRESENTA A REGIÃO
A abertura oficial da Olimpíada está marcada para a próxima sexta-feira, dia 23. Além de Anderson, outra atleta vai representar a região. A judoca Maria Portela, 33 anos, que nasceu em Júlio de Castilhos e começou no esporte em um projeto social de Santa Maria, já está no Japão junto da delegação. A primeira luta dela será em 28 de julho.

O sorteio das chaves da disputa, quando a Raçudinha conhecerá a primeira adversária, ocorrerá no dia 22. Como está entre as oito judocas melhores ranqueadas da sua categoria, será cabeça de chave.

Esta deverá ser a última participação de Maria Portela nos Jogos Olímpicos. Ela já disputou em Londres, em 2012, quando foi eliminada logo na estreia, e no Rio, em 2016, quando perdeu nas oitavas de final. Além de competir na categoria de até 70 kg, ela deverá participar da disputa por equipes mistas. Neste ano, Maria já subiu duas vezes ao pódio: conquistou o ouro individual no Grand Slam da Geórgia e o bronze por equipes no Mundial da modalidade, disputado em junho.

Em Tóquio, porém, o Brasil deverá ter dificuldades na competição por equipes. É que o país não terá representante na categoria feminina até 57kg, que faz parte da disputa mista com três homens e três mulheres. Com isso, uma judoca de até 52kg, provavelmente, terá de lutar contra atletas mais pesadas para completar o time.

Recentemente, o Diário preparou uma surpresa para a judoca:


AGENDA
Fique de olho nos dias e horários das competições de Maria Portela e Anderson Henriques. Os horários são com o fuso de Brasília

28 de julho

Judô feminino até 70kg

  • 0h40min - oitavas de final
  • 1h40min - quartas de final
  • 5h20min - semifinal
  • 6h40min - final

30 de julho

Revezamento 4x400 metros misto

  • 8h - semifinal (classificatória)

Judô equipes mistas

  • 23h - oitavas de final
  • 23h30min - quartas de final

31 de julho

Judô equipes mistas

  • 1h20min - repescagem
  • 1h55min - semifinal
  • 6h20min - final

Revezamento 4x400 metros misto

  • 9h35min - final (com as oito melhores classificadas na semifinal)

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