"Foi uma alegria muito grande receber a premiação dentro de um quadro tão qualificado", diz Rafael Klein, o melhor árbitro do Brasileirão 2024

O árbitro Rafael Klein foi eleito o melhor da função no Campeonato Brasileiro de 2024. Nascido em Poço das Antas, no Vale do Taquari, ele morou durante 11 anos em Santa Maria e iniciou a carreira esportiva na cidade. Em 2024, além do prêmio conquistado, Klein apitou a final da Copa do Brasil, participou de um jogo das Eliminatórias para a Copa do Mundo, foi o melhor árbitro do Campeonato Gaúcho e atuou em outras inúmeras partidas pelo país.

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– Foi uma alegria muito grande receber esta premiação dentro de um quadro tão qualificado de árbitros, em uma competição que se não for a mais difícil, é uma das mais difíceis do mundo – disse Klein sobre o prêmio de melhor árbitro do Campeonato Brasileiro.

Relação com Santa Maria

Em 2009, Rafael Klein veio estudar Educação Física na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e concluiu a formação em 2013. Durante a graduação, o interesse pela arbitragem surgiu após apitar um campeonato entre cursos da universidade. Em 2012, fez o curso de arbitragem da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e, no ano seguinte, começou a trajetória apitando jogos das categorias de base.

Conforme foi evoluindo, Rafael Klein buscou experiências com a Associação Santamariense de Árbitros de Futebol (Asaf) e passou a apitar jogos dos campeonatos de veteranos. De acordo com o profissional, foi um momento essencial na sua carreira.

– Tenho muita gratidão pela Asaf e por Santa Maria. Inicialmente, tive um período curto na Associação Central de Árbitros de Santa Maria (Acasm), mas eles me indicaram para a Asaf, em que trabalhei por oito anos. E Santa Maria por ter o campeonato de veteranos, que se não for o maior do Brasil, é um dos maiores, oportuniza muitos jogos aos árbitros para que possam trabalhar – comentou o árbitro.

Conforme foi crescendo na FGF, o gaúcho passou a conciliar os jogos com partidas dos veteranos e de competições amadoras. Além disso, ele também deu aulas de educação física e futsal em duas escolas de Santa Maria. No ano de 2020, quando a pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil, Klein foi morar em Teutônia e resolveu ficar próximo da família. Em 2024, voltou a Santa Maria para apitar a semifinal da Divisão de Acesso entre Inter-SM e Pelotas.

Amizades na arbitragem

Assim como entre os jogadores, o meio dos profissionais da arbitragem também é repleto de amizades e boas relações. Por ter iniciado em Santa Maria, Klein criou uma proximidade com árbitros que também passaram pela cidade, como Anderson Daronco e Maíra Mastella Moreira. Além disso, o gaúcho de Poço das Antas explica que a relação com os profissionais mais experientes serve de aprendizado na trajetória esportiva.

– Por ter vivido 11 anos em Santa Maria, eu tenho uma proximidade grande com o Anderson Daronco e com a Maíra Mastella Moreira. Então, tenho uma amizade muito grande com eles, mas com outros árbitros também. É uma relação de muito respeito, lealdade e transparência. Diante dos árbitros mais experientes, eu tento aprender o máximo com a experiência deles em cada oportunidade que tenho, para crescer e evoluir – explicou Rafael Klein.

Conquistas em 2024

Mesmo sem admitir, o ano de 2024 foi o que o árbitro deu o maior salto na carreira. Em janeiro, foi incluído no quadro Fifa. Em abril, foi eleito omelhor da função no Campeonato Gaúcho, além de apitar o segundo jogo da final entre Grêmio e Juventude.

Em um ano em que apitou 21 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro e foi premiado como o melhor árbitro da competição, Klein também foi o responsável pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil, entre Flamengo e Atlético-MG, e estreou em jogos sul-americanos. Em maio, esteve em uma partida da Copa Sul-Americana. Contudo, foi em novembro que viveu um dos momentos mais marcantes da carreira, quando foi o quarto árbitro do duelo entre Paraguai e Argentina, pela 11ª rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo.

– Uma das oportunidades mais emocionantes que tive foi participar de um jogo de Eliminatórias para a Copa do Mundo. Eu fui o quarto árbitro e tive a oportunidade de conhecer um pouco sobre a competição, ver como é um jogo entre seleções, o ambiente, as torcidas, o jogo em si… E isso acaba sendo um aprendizado, ainda mais por estar ao lado de árbitros que vejo como referência, que neste jogo foram Anderson Daronco, Bruno Pires e Rafael Alves – disse o gaúcho, que viu Lionel Messi pela primeira vez, neste jogo.

Para o futuro, o árbitro prefere ser cauteloso e revela que não estipula metas quanto a prêmios individuais. Contudo, conta que possui um caderno de anotações, no qual marca os próximos objetivos, além de riscar aqueles que já foram alcançados.

– Eu já fiz meu primeiro jogo da Copa Sul-Americana. Quero fazer meu primeiro jogo na Libertadores da América. Posteriormente, participar de torneios de categoria de base da Fifa ou da Conmebol. No futuro, trabalhar com alguns jogos de Eliminatórias de Copa e ser coroado com uma Copa do Mundo – destacou o gaúcho.