Foto: Confederação Paraguaia de Futebol
O árbitro santa-mariense Anderson Daronco, 43 anos, atingiu a marca de mil jogos oficiais na carreira. A partida a qual ele alcançou o número ocorreu no dia 14 de novembro, entre Paraguai e Argentina, com vitória dos donos da casa sobre a seleção de Lionel Messi. Há mais de 20 anos na arbitragem, ele já trabalhou em clássicos, decisões de campeonato, partidas entre seleções, além de ser lembrado como um dos principais árbitros da América do Sul.
Em uma postagem no Instagram, após o confronto entre as seleções sul-americanas, Daronco destacou o feito. Ao todo, são 412 partidas pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF), 487 pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e 101 pela Conmebol. Além disso, 848 jogos da carreira foram na posição de árbitro principal.
– É uma satisfação muito grande, uma sensação de orgulho enorme. Quando comecei a carreira, eu não imaginava que iria atingir um número tão expressivo de jogos. São números consideráveis nas três entidades que represento (FGF, CBF e Conmebol), que reforçam uma carreira longeva e de muita regularidade – disse Daronco, orgulhoso.
Arbitragem brasileira
Um tema polêmico para os torcedores é o desempenho dos árbitros no Brasil. Contudo, para Anderson Daronco, os profissionais do país são de extrema qualidade e, por muitas vezes, acabam sendo criticados de forma exagerada, pois trabalham em um ambiente menos favorável se comparado ao continente europeu, por exemplo.
– Considero a nossa arbitragem muito boa e acho que sofremos comparações injustas. Quando fazem comparações com arbitragens europeias, esquecem de comparar as equipes europeias, os jogadores europeus e a cultura europeia. É uma cultura completamente diferenciada em como eles enxergam o futebol, o respeito dentro de campo – disse.
Além disso, ele reforçou que a arbitragem brasileira é reconhecida no mundo inteiro por sua qualidade, com exceção do Brasil. Na opinião de Daronco, o principal motivo para tal situação é essa comparação com os profissionais do Velho Continente. Ele reforça que o jogador brasileiro muda o comportamento quando vai atuar na Europa, muito em função da cultura diferenciada em relação à América do Sul.
– A arbitragem brasileira é reconhecida em todo o mundo, menos aqui. Fica um ponto de reflexão para que as pessoas julguem um pouco mais o comportamento dos nossos jogadores, quando eles estão aqui, mas também quando vão jogar na Europa. O árbitro lá não tem uma mágica, é uma outra cultura, a comparação é indevida – afirmou.
O contato com os principais jogadores da atualidade
Com uma carreira consolidada, o gaúcho já teve a oportunidade de apitar finais de campeonato, jogos que decidiram vaga na Copa do Mundo, partidas fora do Brasil e foi premiado como o melhor árbitro do Campeonato Brasileiro de 2015. Mesmo assim, algo que chama a atenção do público é a interação de Daronco com craques mundiais, como Cristiano Ronaldo e Messi. O argentino cobrou o brasileiro no intervalo do jogo entre Paraguai e Argentina, cena que viralizou nas redes sociais.
Sobre a relação com atletas deste nível, ele destaca a normalidade, mostrando que todos os jogadores devem ser tratados da mesma forma, independentemente da fama.
– Não existe nervosismo. É claro que eu fico feliz de poder atuar em jogos com os melhores do mundo. Eu me sinto muito honrado por isso. É algo que vou poder levar com muito carinho durante toda a minha carreira, mas tenho que tratar todos os jogadores de forma igual e devo respeitá-los da mesma forma.
Próximos objetivos
Após completar mil jogos oficiais na arbitragem, o santa-mariense assume que ainda tem alguns objetivos no futebol a serem cumpridos. Desde a primeira atuação como árbitro principal em uma partida profissional, no confronto entre Farroupilha de Pelotas e Guarany de Bagé, na Divisão de Acesso de 2004, Daronco não planejava alcançar a marca. No entanto, agora almeja chegar aos 300 jogos na Série A do Campeonato Brasileiro, feito que o mesmo acredita que possa realizar nos próximos anos. Outra meta diz respeito a participar de partidas em todos os Estados do país.
– Gostaria de conhecer todos os Estados brasileiros por meio da arbitragem. No momento, faltam apenas seis. É algo que eu espero que aconteça até o fim da minha carreira – contou, o árbitro, que ainda não conhece Acre, Amapá, Amazonas, Piauí, Rondônia e Sergipe.