No universo do futebol, onde os principais jogadores são adorados pelo público e mobilizam milhares de pessoas, os árbitros acabam sendo coadjuvantes e, por muitas vezes, passam despercebidos pelo público ou são alvos de críticas. Mesmo assim, alguns profissionais de maior destaque chamam a atenção das pessoas, principalmente quando estão em cidades menores, que não costumam receber partidas de expressão.
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O árbitro santa-mariense Anderson Daronco, 43 anos, é um dos principais de sua função no Brasil e é frequentemente lembrado em partidas sul-americanas. No sábado (23), ele esteve em Fonte Boa, município de cerca de 17 mil habitantes e está a 678 km da capital do Amazonas, Manaus, para apitar a final da segunda edição Copa Floresta, um torneio de futebol amador no interior do Estado que reúne mais de 2 mil atletas e 45 equipes. Na decisão, a Seleção de Silves venceu o Fonte Boa por 5 a 4 nas penalidades, após um 2 a 2 no tempo normal.
Carreata e festa
À convite da Federação Amazonense de Futebol (FAF), Anderson Daronco foi chamado para apitar a decisão que, no ano passado, também teve arbitragem do quadro Fifa, sendo comandada por Edina Alves. Para chegar em Fonte Boa, ele foi de avião até Manaus e, posteriormente, embarcou em um avião de pequeno porte, que foi em direção à cidade.
Em sua chegada, o santa-mariense ficou surpreso com uma carreata pelo município, que estava sendo preparada para recebê-lo. Ele revelou que não estava esperando uma recepção desta forma e que foi surpreendido positivamente.
– Eu nunca imaginava que teria algo do tipo. Geralmente, as pessoas me abordam e dizem que são fãs do meu trabalho, mas lá foi muita gente ao mesmo tempo. A maioria dizia que era minha fã, que gostavam muito de me ver apitando. Fiquei até constrangido um pouco, fui pego de surpresa, nem sabia o que fazer – afirmou Daronco.
Experiência cultural
Recentemente, Anderson Daronco completou mil jogos oficiais na carreira. Em conversa com o Diário, ele revelou que deseja trabalhar em todos os Estados do Brasil e sonha em conhecer diferentes locais do país. Pela primeira vez no Amazonas, ele destacou a experiência de ter sobrevoado a Floresta Amazônica como o ponto que mais lhe chamou a atenção na viagem.
– Foi muito enriquecedor conhecer um novo Estado, principalmente no meio da Floresta Amazônica. Poder sobrevoar de pertinho boa parte da floresta e ver a realidade de alguns povos ribeirinhos foi uma experiência que vou lembrar para sempre – disse o árbitro.
O amor por jogos amadores
Assim como a maioria dos árbitros, o gaúcho também iniciou no futebol amador. Em Santa Maria, cidade em que tais campeonatos são tradicionais, Daronco ganhou experiência e, até hoje, guarda com carinho as recordações. Quando recebeu o convite para a final da Copa Floresta, não pensou duas vezes. Era mais uma chance de estar próximo do seu início na carreira.
– Comecei no futebol amador. Então, sempre que existe um convite e a possibilidade de ir, eu vou, gosto muito. Sem falar que conserva um pouco do futebol raiz. Isso me encanta – revelou.
O árbitro Fifa ainda comentou que existe a chance de apitar jogos amadores no interior do Mato Grosso do Sul, de São Paulo e do Rio Grande do Sul, ainda em 2024. No momento, ele está verificando a possibilidade de datas.
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