Fotos: Pedro Piegas
À frente, Fred de Oliveira (faixa amarela), que tem os filhos matriculados na escola, e Luiz Felipe Machado Ramos, também foram acolhidos pela iniciativa
Em 1998, o professor Rogério Xavier começou um trabalho de ensino de judô na Escola Estadual Castelo Branco. Naquele ano, a proposta foi realizada apenas porque Rogério necessitava realizar um estágio com crianças para ser designado à faixa preta. No entanto, no ano seguinte, para além da obrigação, ele decidiu dar continuidade ao voluntariado e oficializar o projeto como uma academia, o Judô Castelo Branco.
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Hoje, 22 anos depois, o sensei (professor) ainda se empolga ao falar a respeito da iniciativa. Rogério, que é vigilante, hoje, tem um assistente, o professor Álvaro Leão. Eles não cansam de se empenhar para ver os alunos lutando em competições:
- Muitos estudantes passaram por aqui. Alguns, mesmo formados, continuam treinando conosco. Não tínhamos ideia de que trabalharíamos com essa ação por tanto tempo.
A turma é formada por cerca de 30 integrantes, divididos em duas turmas, de idades entre 5 anos e 40 anos, da escola e de fora.
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De acordo com Álvaro, a modalidade é indicada para todos, sem distinção de idade, peso, altura ou habilidades motoras:
- O esporte é importante em todos os aspectos. Ajuda na orientação e motricidade, a prevenir lesões ao longos dos anos e coopera com o desenvolvimento emocional de quem participa.
A ação de Rogério Xavier e Álvaro Leão (3º e 4º, a partir da esq, em pé, respectivamente), beneficia cerca de 30 participantes
O treinador explica que a criança não precisa ser forte ou veloz para praticar judô. Eles são treinados a partir das condições que chegam.
- Recebemos o pequeno atleta e o ajudamos da melhor maneira possível - diz Álvaro.
Com empatia e muito treino, Adrian Reginato, 18 anos, recebeu auxílio do grupo e do esporte para viver mais centrado e tranquilo
O competidor Adrian Reginato, 18 anos, entrou para a equipe em 2015, quando ainda era estudante do colégio. Ele conta que o judô o ajudou a controlar sintomas de hiperatividade.
- Em decorrência do acolhimento do grupo, aprendi a ser mais calmo e concentrado.
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Atualmente, o aluno disputa campeonatos em Santa Maria e em outras cidades e Estados.
A merendeira Giovana Borba Oliveira faz parte da equipe desde 2014. Ela, o marido, Fred, e os dois filhos, Eduardo e Isadora, são apaixonados pelo esporte. Giovana e Fred também são voluntários do grupo.
- Sempre tive vontade de contribuir com uma ação que, de alguma forma, tirasse crianças das ruas, oferecendo a elas algo produtivo. Sou muito feliz em fazer parte desta causa. Hoje, não me vejo praticando outro esporte - diz a merendeira.
Devido ao custo elevado das participações em campeonatos, que custa cerca de R$ 70 por inscrição e R$ 70 de transporte, professores e voluntários promovem risotos e rifas, na escola, a fim de arrecadarem fundos para, ao menos, as passagens da equipe. Também buscam doações, como de quimonos para aqueles que não têm condições de comprá-los.
- O judô mostra o quanto se precisa do adversário para vencer. Nos tatames, fazemos amigos e aprendemos a ter disciplina, respeito, responsabilidade e educação - fala Giovana.
COMO AJUDAR?
- Em 8 de março, o grupo promoverá um risoto beneficente. A porção será vendida a partir das 11h50min, na Escola Castelo Branco (Estrada Capitão Vasco Amaro da Cunha, 1.390), a R$ 9. Mais informações pelos telefones (55) 99163-9504 ou 99706-4525.
*Colaborou Gabriele Bordin