Desde a notícia da gravidez até o nascimento do bebê, a mulher se sente mais segura quando tem um acompanhamento profissional. Alguém que lhe dê informações confiáveis sobre todas as mudanças que acontecerão em sua vida e em seu corpo no período gestacional e depois. Por muitos anos, as grávidas contaram, sobretudo, com os médicos na representação desse papel. Mas, na atualidade, é crescente a procura
pelas doulas.
É importante frisar que a doula não substitui o médico no atendimento à mãe e ao bebê, e, sim, trabalha para complementar o trabalho dele. Profissional da área nos últimos 30 anos, Maria da Graça Rota explica:
O médico está focado no parto, as enfermeiras atendem diversas grávidas. Criou-se uma lacuna: quem cuida das parturientes? Para isso é que existem as doulas, que estão lá para auxiliar as mulheres nesse momento tão importante. Quando a doula consegue que o casal tenha tranquilidade, ela atingiu seus objetivos.
A doula é uma profissional que acompanha a mulher antes, durante e após o parto, aplicando, geralmente, métodos e técnicas do nascimento humanizado.
Conforme a enfermeira obstetra e doula Kelen Pompeu, 33 anos, no período gestacional a doula leva informações à mulher sobre a gravidez, auxilia na busca por uma maternidade, conversa com a mãe e a família sobre as mudanças que ocorrerão na vida deles.
Durante o parto, auxiliamos a mulher a trocar de posição, fazemos massagem, ajudamos no banho e tranquilizamos os familiares. E, nos primeiros dias em casa, ajudamos a mãe no processo de amamentação e, principalmente, com conversas sobre as emoções dessa mulher, já que, muitas vezes, a família se centrano cuidado do bebê e esquece da mãe explica.
Nascer Sorrindo
Para divulgar o trabalho de uma doula e principalmente para dar apoio às gravidas e a sua família, Kelen e a também enfermeira obstetra Lizandra Flores, 45 anos, iniciaram há quatro anos o grupo Nascer Sorrindo. Hoje, com seis coordenadoras, o grupo promove encontros mensais com rodas de conversa sobre assuntos que envolvam a gravidez e tira dúvidas das gestantes.
A ideia é que as pessoas não confundam doulas com parteiras. O papel da doula é fornecer informações sobre esse momento singular. Conhecer a família e conversar sobre o que ela espera da chegada do integrante. Ela traz orientações de como se preparar física e emocionalmente para o parto, mostrando métodos de respiração, de exercícios que aliviam a dor, auxílio no cuidado com o recém-nascido. Mas não pode interferir no trabalho da equipe de saúde que acompanha a mulher durante o ciclo da gravidez comenta a estudante de enfermagem Luana Raznieviski, 31 anos.
Em Santa Maria, o grupo Nascer Sorrindo já organizou cursos de capacitação de doulas para que as pessoas pudessem se informar e pesquisar sobre o assunto.
A doula é uma mulher treinada, que realizou uma capacitação para tal e está constantemente se atualizando com formações complementares para prestar apoio físico e emocional a outra mulher e sua família na gestação, parto e no pós-parto acrescenta a enfermeira Lizandra.
Busca por formação e reconhecimento
O trabalho da doula ainda não é regulamentado, porém é reconhecido pelo Ministério do Trabalho na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), que define a atuação como de suporte contínuo à gestante no ciclo gravídico puerperal, favorecendo a evolução do parto e bem-estar da gestante. E, após uma década de pesquisas científicas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a presença das doulas é benéfica para mães e crianças.
Além disso, o que garante a presença da doula junto à gestante em um hospital é Lei Federal 11.108/2005 e a Lei Municipal 5.746/2013, que"
