reportagem especial

VÍDEO: fósseis pré-históricos contam histórias de 230 milhões de anos na região

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Se fosse possível viajar no tempo, um morador da Região Central que voltasse 230 milhões de anos atrás encontraria um cenário de filme por aqui. A obra, mais especificamente, seria Jurassic Park, estrelado por computação gráfica de dinossauros. A região conta com um potencial paleontológico que a coloca como referência nacional, atrai olhares de pesquisadores e envolve a comunidade local para além da academia. 


Os reflexos disso são observados em resultados científicos. Somente em 2020, foram pelo menos três grandes trabalhos sobre animais da região publicados pelo Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mas nem tudo são dinossauros.

Ainda em janeiro, teve o Dynamosuchus collisensis, que era um réptil e parente distante dos crocodilos com cerca de 2 metros de comprimento. Os fósseis dele foram achados em Agudo. O estudo que apresenta o réptil pré-histórico foi publicado por pesquisadores da UFSM, do Museu de La Plata (Argentina) e do Virginia Tech (EUA).

Na mesma cidade, viveu o Agudotherium gassenae - e esse leva o nome do município. Diferentemente do outro, ele era pequeno: tinha só 30 centímetros. Porém, faz parte do grupo de animais que deu origem aos mamíferos. O estudo que revelou a espécie foi publicado pelos pesquisadores do Cappa no Journal of Vertebrate Paleontology, periódico científico dos Estados Unidos, especializado em paleontologia.

Uma das últimas publicações é a reconstrução do cérebro do Buriolestes schultzi. E esse era um dinossauro mesmo. Com 1m50cm de comprimento, ele tinha um olfato bem apurado. E isso, assim como outros comportamentos sociais da espécie, foi possível saber a partir desse último estudo. O Buriolestes faz parte de um grupo de animais que deu origem aos dinossauros de pescoço longo - aqueles comuns nos desenhos animados. O trabalho também repercutiu internacionalmente e foi publicado no Journal of Anatomy, um periódico britânico.

Além de ser o fóssil mais antigo encontrado na região, o Buriolestes carrega outro peso: o de homenagem. Seu nome faz referência à família Buriol, cuja propriedade foi o local onde um esqueleto quase completo do Buriolestes schultzi foi encontrado, em São João do Polêsine.

GEOGRAFIA PRIVILEGIADA
A certa facilidade com que fósseis são localizados aqui se explica pela geografia da região. A faixa central do Estado marca um encontro entre o pampa e o planalto. No alto dos morros, ficam rochas sem fósseis, chamadas basálticas e formadas a partir do derramamento de lava. Já na base deles, ficam as rochas sedimentares, que preservam fósseis. Esse tipo de rocha se estende por toda depressão central do Rio Grande do Sul, mas nem sempre está tão visível como é o caso da Quarta Colônia.   

Da inusitada experiência de quem já encontrou ossadas inteiras "no pátio de casa", cujo material ganhou gabarito de grandes descobertas científicas, ao encantamento de muita gente pela paleontologia, a reportagem do Diário ouviu especialistas, estudantes e moradores da região para compartilhar curiosidades e informações sobre o intrigante universo dos dinossauros.

DOS PERIÓDICOS INTERNACIONAIS À COMUNIDADE LOCAL
A relação entre o cenário paleontológico e as pesquisas a partir dele são complementares. O potencial é aproveitado pela ciência, que, por sua vez, divulga e insere a Quarta Colônia em uma rota paleontológica. A representação se dá pelo Cappa, criado, em 2003, bem como pelo projeto que deu origem à criação dos Parques Paleontológicos Integrados da Quarta Colônia, desenvolvido a partir da Secretaria Executiva do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus). 

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Contudo, somente quando o centro se vinculou à UFSM é que as pesquisas intensificaram-se. A série de publicações de 2020, por exemplo, é um desdobramento de estudos iniciados desde 2016, conforme explica um dos técnicos do Cappa, Rodrigo Temp Muller:

- De lá para cá, a gente vem acumulando uma coleção grande de fósseis. Agora, conseguimos colher os frutos e publicar. No ano que vem, vai ter mais, e assim a gente vai mantendo esse ritmo.

O processo de descobrir um fóssil não é rápido. Quando são encontrados, é preciso "envelopar" o pedaço de rocha em que estão integrados com um gesso. Esse grande bloco é removido e começa a ser esculpido, o que é chamado de preparação mecânica. Basicamente, é tirar o fóssil (que é frágil) da pedra. Outra etapa é fazer a comparação com outros animais do mesmo grupo para saber se é uma espécie nova ou não.

Entre as funções do Cappa, além da pesquisa, e também complementar a ela, estão mapear novos sítios de fósseis e coletar os materiais encontrados. No museu, onde peças originais e réplicas são expostas, havia, ainda, visitas guiadas desde 2016 até o começo pandemia do novo coronavírus.

Atualmente, o local tem focado em estudos comparativos de anatomias de vertebrados e na biodiversidade do período Triássico (mais ou menos de 252 milhões a 201 milhões de anos atrás). A pesquisa paleontológica, pois, é esse debruçamento ao passado para, então, tentar projeções de futuro.

- É importante entender o que aconteceu com a vida na terra até chegar aqui, é compreender o lugar que cada pessoa pertence, qual a história desse local. É ter a percepção das montanhas que a gente tem aqui em volta e saber contar a história delas. Além disso, entendendo o passado, consegue-se prever questões do futuro. Tem quem trabalhe com extinções para entender o que pode causar as próximas - explica Muller.

Ao falar em próximas extinções, o pesquisador não se refere a meteoros que possam atingir a superfície terrestre, levantar poeira e causar desequilíbrios na cadeia alimentar como foi a extinção dos dinossauros. O que é comum é haver as chamadas extinções supostamente naturais, muitas causadas por humanos. Segundo Muller, isso pode levar a eventos prejudiciais à própria humanidade.

Um fóssil foi achado na minha propriedade. E agora? 

  • Se for na Quarta Colônia, o Cappa deve ser informado, e quem encontrou não pode mexer no fóssil
  • Uma equipe vai remover os ossos e levá-lo até o centro para ser estudado
  • Fósseis encontrados no Brasil são patrimônios da União. Comercializá-los é crime
  • Caso um fóssil seja achado em uma propriedade, o dono não perde a posse do terreno

ESQUELETO DE 233 MILHÕES DE ANOS NO QUINTAL
O estudo do passado que a paleontologia proporciona permite entender de onde viemos. Mais do que isso, ele faz com que seja compreendido o que estava nesse mesmo lugar a qual pertencemos. O Agudotherium e o Buriolestes habitavam as regiões atualmente do Sul do Brasil na época em que o mundo se dividia entre dois supercontinentes, Laurásia e Gondwana. Não fosse o grande intervalo temporal, essas e outras espécies viveriam nos quintais das casas. E viveram. Ao menos no "quintal" da família Buriol, em São João do Polêsine. A propriedade de cerca de 40 hectares teve uma parte que sofreu um processo de erosão. Esse pedaço não pôde mais ser aproveitado para o cultivo da soja e do arroz, do qual a família tira o sustento, e virou espaço para pesquisa do Cappa. Lá, um esqueleto quase completo do dinossauro mais antigo da região foi achado em 2015. Outro fóssil da mesma espécie também foi encontrada por lá e, com os dois, foi possível montar o Buriolestes completo. 

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O agricultor Onelio Buriol, 57 anos, conta a história de cinco anos atrás como se tivesse sido ontem. Ele faz questão de reiterar que a propriedade sempre fica à disposição para a pesquisa. O sentimento de integração da ciência, estudantes e comunidade ganha expressão no seu relato orgulhoso:

- Para a nossa família, foi uma honra receber o nome em homenagem. Sempre permitimos que o pessoal fizesse as pesquisas e demos todo o apoio, até para tirar o bloco com o fóssil dentro. A gente lembra sempre dessa história, né? É um momento de alegria para gente, para os estudantes e para a cidade.

Quem chega na casa dos Buriol mal imagina o caminho até a erosão onde os fósseis foram encontrados. Primeiro, é preciso ir até os fundos da residência em direção ao galpão onde são guardadas ferramentas de agricultura. Lá, se embarca no trator, que é o único veículo que faz o percurso pela estrada de terra e barro que leva ao interior da propriedade. O caminho circunda um açude, tem leves subidas e inclinações que fazem parecer que o veículo pode virar de lado a qualquer momento, não fosse a tração nos pneus. A erosão que deixou o terreno propício para a busca de fósseis também dificulta o acesso. Quando o trator finalmente para, a terra vermelha indica a chegada no sítio.

Quando os ossos do Buriolestes foram encontrados, todo o processo de preparação do bloco de rocha para retirada precisou ser feito. Onelio acompanhava as buscas, mas sem participar ativamente, já que, segundo ele, é melhor deixar essa parte para quem já tinha experiência. A remoção, contudo, precisou de ainda mais reforços, para fazer o caminho de volta.

- Usamos um trator com guindaste e colocamos no reboque o bloco todo. E, aí, levamos até lá embaixo, e eles levaram para onde fazem a pesquisa - relembra Onelio.

O agricultor não estudou paleontologia. Segundo ele, o contato com os dinossauros veio a partir de um fóssil que estava, praticamente, do seu lado. Isso não o impediu de avaliar, à sua maneira, o serviço de quem o homenageou.

- É bonito o trabalho deles. Achar os ossinhos, juntar tudo, e montar o dinossauro - diz, enquanto sorri.

DESCOBERTA, PERTENCIMENTO E HOMENAGEM
A sequência do nome segue com homenagens. "Schultzi" faz referência ao paleontólogo Cesar Schultz, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O "lestes", de Buriolestes, vem do grego "caçador". 

A espécie deu origem a linhagem dos saurópodes, dinossauros gigantes e herbívoros que foram os maiores animais que já andaram sobre a Terra. Já Buriolestes era faunívero (comia carne, insetos e animais invertebrados) e tinha "apenas" 1m50cm de comprimento.

Recentemente, mais uma pesquisa sobre a espécie foi publicada pelo Cappa. É uma análise sobre a coluna vertebral Buriolestes. A estrutura foi crucial para que outras espécies sucessoras pudessem ser tão grandes. Esse trabalho foi desenvolvido inteiramente por pesquisadores da UFSM. É um caso diferente da pesquisa que reconstruiu o cérebro da espécie, que contou com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Na avaliação da pesquisadora Annie Schmaltz Hsiou, o Rio Grande do Sul é um dos principais polos para a pesquisa paleontológica. O destaque da Quarta Colônia faz, conforme Annie, que a população encare a área com mais consciência:

- Para mim, no Brasil, a região da Quarta Colônia, a região do Araripe, em Pernambuco e a Bacia do Acre são os lugares mais ricos. O Brasil é muito rico em fósseis, não dá para esquecer do estado de São Paulo e o Triângulo Mineiro, mas quando vamos para a Quarta Colônia, a gente percebe que tem muito fóssil aflorando e que devem ser preservados e ter educação ambiental no sentido de informar a população. E acho que, no Rio Grande do Sul, isso está muito mais avançado que no restante do país.

ROTAS QUE LEVAM AOS RASTROS DA QUARTA COLÔNIA
O pernambucano José Darival Ferreira, 32 anos, e a santa-mariense Lívia Miron, 22, têm diferentes trajetórias acadêmicas, mas desenvolvem seus estudos no Cappa. 

Não é novidade que estudantes de diferentes locais do país tomem caminhos para a região central do Rio Grande do Sul. A UFSM recebe novos alunos de fora da cidade a cada começo de semestre, e a pesquisa paleontológica é um dos muitos atrativos acadêmicos da instituição. A área que coloca a região como destaque no país também atrai pessoas de outras cidades, como Ferreira, nascido em Serra Talhada, município do sertão pernambucano a cerca de 400 km da capital Recife. Foi na cidade natal que ele se graduou em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Em 2012, ele ingressou no mestrado em Geociências na UFRGS e, desde 2018, desenvolve sua pesquisa no doutorado em biodiversidade animal pela UFSM. No Cappa, ele promove um estudo diferenciado.

- É uma questão histórica em paleontologia no Brasil. Por muito tempo, ela foi focada no trabalho do campo e descoberta de novas espécies. Hoje, a gente reconstrói partes moles do crânio, como o cérebro - explica.

Também há quem saiu, mas voltou para seguir a pesquisa. Lívia se formou em Ciências Biológicas na UFSM. Em 2020, depois de concluir a graduação, ingressou no mestrado na Universidade de São Paulo (USP). Com a pandemia do coronavírus, ela deixou o campus de Ribeirão Preto. O Cappa acolheu a egressa:

- Sempre gostei de pesquisar, brincar, assistir a filmes (sobre dinossauro), mas eu nunca associei isso ao interesse em trabalho. Foi em uma disciplina de paleontologia que eu percebi que era disso que eu gostava mesmo.

Lívia estuda uma espécie de réptil, a Tuatara, que hoje em dia existe apenas na Nova Zelândia, mas era abundante aqui na região durante o período Triássico. Por ainda haver indivíduos, a espécie é chamada de "fóssil vivo", mesmo que o termo não seja amplamente aceito na comunidade científica.

- Eu faço também a parte de reconstrução de estruturas. Com isso, podemos fazer inferências sobre como era o modo de vida de alguma espécie. A maior parte destes trabalhos foca em mamíferos ou aves. O que estamos fazendo é algo que não se trabalha ainda.

Em comum, independentemente da origem, os paleontólogos têm as dúvidas e motivações para estudar o passado. Seja para descobrir o que veio antes dos humanos, seja como "surgiram as coisas", na definição de Darival:

- Para mim, são essas questões: como surgiu a vida e como ela se desenvolveu. Acho que, por isso, tomei esse ramo. Ainda não consegui responder, é uma resposta de uma vida toda.

A ARTE DE CRIAR
Você já imaginou como era a vida há mais de 200 milhões de anos? Quais animais habitavam a Terra e como eles eram fisicamente? O trabalho dos paleoartistas é justamente reconstruir imagens de animais extintos, como os dinossauros, e aguçar o imaginário do público. Uma tarefa nada fácil, uma vez que inexistem testemunhos de como eram, de fato, esses animais. 

Ilustrador há 21 anos, Márcio Castro, 45, é parceiro do Cappa desde 2015 e trabalhou na reconstrução artística das últimas descobertas dos pesquisadores do Centro.

- Sempre gostei de desenhar e sempre gostei de dinossauros. Trabalho há muito tempo com ilustração de livros infantis e já tinha feito vários desenhos de dinos para as crianças. Um certo dia, o pessoal do Cappa viu o meu trabalho e fez contato para encomendar uma arte. Desde então, viramos parceiros. Só que, agora, as minhas criações são feitas com um rigor científico, mas sem perder a criatividade - afirma o ilustrador, que vive em Belo Horizonte e mantém contato com o centro de pesquisas pela internet.

Castro recebe as informações "cruas" dos pesquisadores, com fotos dos fósseis encontrados, dados de tamanho, característica da pele, hábitos alimentares, ambiente em que viveu... Tudo isso ajuda a recriar o animal com maior riqueza de detalhes. E não é só o animal em si que é retratado artisticamente, há preocupação em reconstruir todo o habitat, com as plantas existentes na época:

- Primeiro de tudo, eu crio um esboço e, depois, transformo em uma figura estática. No final, a gente pensa até em deixar o dinossauro em uma pose interessante. Se ele é uma presa, damos um aspecto um pouco mais arisco. Se é predador, algo mais ameaçador. Não faço animações, mas, mesmo com uma foto, podemos exercitar o imaginário, sempre com fidelidade àquilo que a pesquisa relata - conta o paleoartista.

POTENCIAL TURÍSTICO
Uma nova rota de cicloturismo deve começar a funcionar em 2021 na região central do Rio Grande do Sul. O trajeto, chamado de Circuito Vale dos Dinossauros, abrange sete municípios em quase 320 quilômetros. O objetivo é explorar o potencial turístico paleontológico na região. 

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

A rota principal inclui Candelária, Cerro Branco, Agudo, Restinga Sêca, São João do Polêsine, Dona Francisca e Ibarama, mas há possibilidade de novos municípios integrarem os passeios. O caminho passará por cidades vizinhas, como Silveira Martins e Nova Palma, E locais turísticos como o Recanto Maestro, distrito Vale Vêneto e o porto em Dona Francisca, junto ao rio Jacuí. O trajeto ainda inclui passagens pelos sítios paleontológicos da área e ao Cappa.

- A questão dos fósseis é uma singularidade daqui. Nenhum outro lugar tem essa riqueza que temos. Com o turismo, além de divulgar as belezas e as áreas históricas, fomentamos a economia local - afirma Valserina Gassen, secretária-executiva do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus).

A ideia é que o trajeto seja percorrido em sete dias por ciclistas de todo Mercosul, em trechos de 30 a 60 quilômetros diários. A iniciativa da União dos Municípios do Circuito Paleontológico (UMCP), fundada no mês de agosto, pretende valorizar a cultura e o meio ambiente locais, além do desenvolvimento econômico por conta da movimentação em restaurantes, bares, lancherias, hotéis, pousadas e lojas de bicicletas.

Ainda faltam detalhes acerca do mapeamento, da disponibilidade de hospedagem dos viajantes, assim como os locais de referência para alimentação e outros serviços. Tudo deve ser verificado para que não ocorra imprevistos e nem que os ciclistas passem por dificuldades no percurso.

Ao contrário dos eventos que a região recebe, que são periódicos, a rota estará disponível o ano inteiro. O viajante planeja a visita e faz o circuito autoguiado através das placas ou com ajuda de GPS e aplicativos para o trajeto.

Além disso, para alavancar o turismo paleontológico na região, há um projeto para construção de um novo museu para o Cappa. O projeto já foi entregue ao Ministério do Turismo e a expectativa do Condesus é que seja aprovado em 2021. São esperados investimentos em torno de R$ 3,5 milhões. O museu deve ser construído em área ao lado da atual sede do Cappa.

MATA: REFERÊNCIA INTERNACIONAL E RESERVA DE FÓSSEIS
Conhecida como a "cidade de madeira que virou pedra", Mata é referência internacional como reserva de fósseis vegetais e de animais. A pequena cidade de 4,8 mil habitantes tem um acervo estimado em 2,5 mil itens de peças arqueológicas como utensílios domésticos e urnas funerárias com cerca de mil anos. Boa parte deste acervo está no Museu Municipal Padre Daniel Cargnin. 

O religioso que dá nome ao museu foi pioneiro na valorização dos fósseis encontrados na região. Ele ganhou destaque entre paleontólogos, ao provar, nos anos 1980, que a cidade era uma imensa floresta de pedra.

O turismo paleontológico é tão importante para a cidade, que uma estátua de dinossauro foi colocada na entrada do município para recepcionar os visitantes. E o dino faz sucesso. Todo mundo para tirar uma foto com o animal.

- Ele foi construído em 2013 e fica no limite com São Vicente do Sul. A estrutura passou por restauração em 2018, depois de ser estragado por um temporal - explica o secretário de Turismo de Mata, Jeferson Saurin.

Há, ainda, o Jardim Paleobotânico, uma área de 3,6 hectares, descoberta em 1976 pelo padre. No local, há uma variedade de fósseis de madeira petrificada. O fenômeno é resultado de ações de 200 milhões de anos, quando a madeira ficou soterrada, coberta por água e terra, e a matéria orgânica dos vegetais foi trocada pelos minerais.

*Colaboraram Janaína Wille e Leonardo Catto

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