Foto: Renan Mattos (Diário)
Cadela Belinha apresentou problemas de saúde e, por isso, passou a ser alimentada com uma dieta natural
Um quadro clínico de obesidade na cadelinha Belinha, identificado por uma veterinária de confiança da família, deixou o casal Vera Fulcher, 55 anos, e Adriana Altermann, 46, de cabelos em pé. Para as tutoras, restou seguir as recomendações clínicas e alterarem, lentamente, a dieta de Belinha. Além disso, foi preciso muita paciência, já que o tratamento pedia que a pet abandonasse rações industriais e comida de gente para comer somente alimentos cozidos ou crus, como carnes, legumes e frutas.
- Adotei a Belinha quando ela tinha 35 dias. Devido à obesidade e ao estilo de vida que ela tinha, tivemos que refazer o planejamento dietético dela. Hoje, ela come mais frango cozido e legumes e frutas crus - conta Vera.
Aos poucos, a perda de peso tornou-se aparente. Apesar de uma esperada resistência inicial, Belinha aceitou o novo plano. Aos poucos, a cadelinha trocou a ração inteiramente por alimentos naturais. Hoje, ela degusta apenas comidas cruas e cozidas e vai retomando a saúde, para a alegria das tutoras, que celebram os resultados obtidos por Belinha.
TROCA GRADUAL
Adepto do método, o acadêmico de Medicina Veterinária Augusto Dalcin, 23 anos, diz que o uso da alimentação natural tem se tornado bastante difundido, tanto entre tutores quanto entre médicos veterinários. Ele conta que a dieta é uma ótima alternativa para animais que não conseguem se adaptar à alimentação convencional ou que precisam mudar velhos hábitos. Entretanto, o estudante ressalta que o plano necessita do acompanhamento de profissionais:
- Hoje, a expectativa de vida de um animal de companhia é bastante longa. Porém, a alimentação industrializada é uma das causas do aumento de alterações crônicas no organismo dos animais. Os pets que comem ração não têm necessariamente uma qualidade de vida inferior, mas a alimentação natural, se planejada com acompanhamento veterinário e implantada gradualmente, apesar de ser bem mais trabalhosa, também demonstra ser ótima para a saúde do bicho.
TENDÊNCIA
Médicas veterinárias da petshop Emporium Pet Store, Ana Carine Nemitz Pretto e Suelen Soares dizem que o interesse pela alimentação natural e caseira para os pets está em alta, no Brasil. Ana conta que a dieta natural pode ser uma excelente fonte nutricional dos pets, no entanto, a mudança deve ser acompanhada por um profissional que reconheça as necessidades fisiológicas dos pets.
Sabemos que, assim como nós, seres humanos, os animais requerem quantidades adequadas de vitaminas, minerais, fibras, carboidratos, proteínas. Alimentos crus podem ser oferecidos para os animais, desde que devidamente lavados, inspecionados e selecionados. No entanto, como toda mudança na dieta dos animais, essa alteração deverá ser feita de forma gradual, para darmos tempo para microbiota e flora intestinal se adapte - explica.
PROBLEMAS
Suelen alerta que, se escolhida, a mudança na dieta deve ser feita de forma gradual. Isto porque, segundo a veterinária, mudanças bruscas na alimentação são frequentes causas de vômitos e diarreias (como gastroenterites e enterites) em animais de qualquer faixa etária:
- Indicamos que seja feito, pelo menos, um intervalo de 10 a 15 dias, com a adição dos alimentos da nova dieta feita de forma gradual. Para adaptar um animal que só come ração industrial à alimentação natural, é preciso, impreterivelmente, levar o pet ao veterinário. O processo passa pelo fornecimento de alimentos cozidos, depois pré-cozidos e, então, poderão ser ofertados alimentos in natura.
VANTAGENS
Por fim, Ana diz que, entre as vantagens da opção dietética, estão a redução de conservantes e químicos na alimentação do animal, além da diminuição de doenças no trato urinário do bichinho. Apesar disso, quando se está acostumado com a praticidade do alimento industrializado, ter que se dedicar ao preparo do cardápio natural pode ser um desafio.
*Colaborou Lorenzo Seixas
