Fotos: Pedro Piegas (Diário)
Megan, a cachorrinha, ganhou uma irmã felina, a Berenice, e as duas precisaram se adaptar
A chegada de um novo cão ou gato em casa é marcada por descobertas. Mas quando já há outros animais no mesmo ambiente, é preciso tomar uma série de cuidados e fazer uma adaptação entre todos os pets para construir um relacionamento tranquilo e saudável, e isso começa antes mesmo de levar o animal para o novo lar.
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De acordo com a veterinária Monique Soares Comoreto, do Ninho Hospital Veterinário, para escolher um novo amiguinho de quatro patas, o tutor precisa levar em consideração a idade e o temperamento dos animais que já moram consigo.
_ Se há um cachorro com uma idade avançada, por exemplo, a melhor opção é dar preferência para outro animal que tenha o comportamento mais tranquilo, um cão adulto que não tem toda aquela energia de filhote, justamente para tentar fazer com que o animalzinho não saia muito de sua rotina _ explica Monique.
Já em casa, durante a apresentação entre os animais, é essencial que o tutor esteja presente e atento a qualquer sinal de estranhamento, que pode levar a uma briga. De acordo com a veterinária da Casa do Pet, Camyla Santos Silveira, a aproximação dos bichinhos deve ser natural.
_ Introduzir um novo animal na casa não é simplesmente largar o dois no mesmo ambiente, exige calma para que haja adaptação de ambas as partes, do animal da casa que terá que dividir a atenção e o espaço, e do animal que chega em um ambiente que não conhece e com pessoas e animais estranhos a ele. Até que estejam totalmente adaptados, não devem ficar sozinhos sem supervisão _ acrescenta a veterinária.
As duas veterinárias recomendam que nas primeiras semanas os animais sejam mantidos em ambientes separados, principalmente quando se trata de um cão chegando em uma casa com gatos ou ao contrário.
_ A adaptação entre gatos tende a ser mais difícil que entre cães. Pelo temperamento do felino, autoritário e possessivo, em um primeiro momento o que ocorre é o atrito com o novo animal. A dica é colocar o novo gatinho ou cachorrinho preso num local onde o gato da casa possa enxergá-lo, mas sem tocá-lo. Aos poucos, devem ser soltos no mesmo ambiente por pequenos períodos de tempo, que devem ser aumentados gradativamente _ comenta Camyla.
HOJE MEGAN E BERENICE SÃO BOAS AMIGAS
Há 11 anos atrás, a cachorrinha Megan - uma mistura de Shih-tzu com Lhasa apso - entrou na vida da arquiteta e digital influencer Marina Scarsi, 25 anos. Durante muito tempo, ela foi a única "bebê" da casa, mas tinha contato com outros animais por meio dos pets de Marcelo, namorado de Marina. Com os cães ela se dava bem, já com os gatos... não podia nem enxergá-los. Até que um dia ela ganhou uma irmãzinha, a gata Berenice.
No ano passado, o namorado de Marina estava morando em outra cidade e queria adotar um gato para não se sentir tão sozinho. Nessa época, a cunhada de Marina resgatou filhotes que haviam nascido no presídio onde ela trabalha, e uma delas - a Berenice - foi adotada pelo casal.
_ Eu disse para ele adotar, porque eu também gostaria de ter uma gatinha e ajudaria a cuidar, mas sabia que a Megan seria um problema. Era para ela ir morar com ele, mas acabou que eu me apeguei tanto que ela ficou comigo _ conta Marina.
Hoje Berenice e Megan são grandes amigas, e adoram estar juntas brincando. Só que os primeiros meses com as duas exigiu paciência e cuidado:
_ Mais ou menos por uns dois meses, a gente deixava elas separadas, a Berenice ficava da porta do corredor para os quartos e a Megan na sala. Eu soltava a Megan para ir cheirar a Berenice só quando eu estava junto. Não houve nenhuma briga, mas levou um tempo para elas conviverem bem _ relembra a arquiteta.
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Para a veterinária Monique, a atitude da tutora foi correta e é recomendada nesses casos:
_ É importante que eles não tenham esse contato visual imediato, mas se reconheçam pelo olfato. Em um primeiro momento, deixar em ambiente separado que eles possam ter contato por uma porta, que possam sentir o cheirinho pela fresta _ complementa a veterinária.
Segundo a veterinária Camyla, não existe uma regra de quanto tempo vai levar a adaptação, e por isso o tutor precisa estar ciente e disposto a se dedicar aos animais para uma boa convivência.
_ Uma adaptação leva no mínimo 30 dias, pode ocorrer em menor tempo, mas na maioria das vezes para que haja harmonia na casa leva em torno desse período. Em casos de animais que não se adaptam, o melhor é procurar um profissional que tenha conhecimento em bem estar animal para que ajude nessa adaptação de forma não traumática _ completa Camyla.
DICAS PARA ADAPTAÇÃO
- Antes de levar um outro animalzinho para a casa, é recomendado escolher um pet que tenha um temperamento semelhante aos outros animais que já estão no ambiente
- No primeiro contato entre os animais, o tutor deve estar junto e não deixar os dois soltos ao mesmo tempo
- Quando se trata de adaptação com cachorros, a dica é apresentá-los em um ambiente externo, como em um parque, e depois levá-los para casa
- Já quando a adaptação é entre um gato e um cachorro ou entre dois gatos, o recomendado é, no primeiro momento, deixá-los em locais que não possam se tocar, como colocar o recém chegado no box do banheiro
- O tutor pode colocar um paninho com o cheiro do novo animal próximo ao animal residente para que ele se acostume com o amigo
- Gradualmente, eles podem comer em um mesmo ambiente, mas com uma certa distância, para que associem a presença um do outro a um momento de prazer
- À medida que ambos forem sentindo-se mais confortáveis um com o outro, é possível deixá-los no mesmo ambiente, inicialmente sempre com supervisão
- Caso não haja adaptação entre os pets, o recomendado é procurar um profissional que tenha conhecimento em bem estar animal
