saúde animal

Cadeiras de rodas para pets é uma opção para retomar a mobilidade

da redação*

Fotos: Charles Guerra (Diário)
Após ter sido constatada lesão irreversível, a tutora Paula Schimite salvou a gatinha Lana da mesa de eutanásia

Doenças ou lesões são os principais responsáveis por prejudicar a mobilidade de pets. Quando o quadro clínico é agravado, não há muito o que fazer quanto à perda parcial ou total dos movimentos. Tutores que resolvem cuidar de bichos de estimação com restrições físicas, logo percebem que é preciso muito mais do que amor para garantir qualidade de vida. Entre as opções existentes para amenizar a paralisia, estão as cadeiras de rodas adaptadas para pets. Tanto cães quanto gatos podem usufruir do equipamento, que, apesar de aumentar a mobilidade, não pode ser utilizado sempre.

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Em 2015, a médica veterinária santa-mariense Paula Schimites, 27 anos, estava no primeiro ano da residência em anestesiologia veterinária na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No Hospital de Clínicas Veterinárias (HCV) da UFRGS, ela conheceu a gatinha Lana, de 40 dias. Após ter sido espancada por uma criança, a gatinha foi internada no setor com uma fratura na lombar, que a privou dos movimentos nas patinhas de trás. Consequentemente, ela havia perdido o controle para urinar e defecar.

- A tutora anterior deixou a gatinha internada durante o final de semana porque nós havíamos pedido para ela dar uma chance ao animal para que pudéssemos avaliar se haveria alguma melhora para evitar a eutanásia. Durante esse tempo, fiquei responsável por comprimir a bexiga dela, alimentá-la e higienizá-la. A gatinha não foi visitada em nenhum momento. No dia da eutanásia, eu não pensei duas vezes e falei para avisarem a tutora que ela havia sido adotada. Por isso, digo que a Lana é minha herança da residência - conta.

Para exercitar Lana, Paula aposta na cadeira de rodas para pets

Desde então, Paula nunca mais ficou longe de Lana. Três anos depois, a gatinha ainda necessita de cuidados especiais. Por conta da parte paralisada do corpo, ela retém urina e fezes e precisa ter bexiga e intestino comprimidos pelo menos cinco vezes por dia para poder se aliviar. Por mais que sejam necessários os cuidados especiais, a gatinha leva uma vida normal. Recentemente, Paula ganhou uma cadeira de rodas para a mascote. Com o equipamento, Lana garantiu sessões curtas de passeio. A pet pode fazer uso, de forma diária, por quatro sessões de 15 minutos ou duas de 30 minutos.

- É uma boa forma de exercício. É preciso cuidar o peso, para não sobrecarregar a coluna. Sem a cadeirinha, preciso cuidar o tipo de piso onde ela fica, pois ela pode ferir os membros, já que se arrasta. Isso também pode fazer acumular sujeira, pelos, cabelos e fios - diz.

COMO FUNCIONA
A cadeira de rodas não é milagrosa, mas, se bem aplicada, pode ser um excelente método para exercitar e garantir qualidade de vida ao pet. A médica veterinária e professora da UniRitter Amanda Andrades diz que, para que possa ser instituído o uso da cadeirinha, o pet deve ser avaliado primeiramente por um veterinário. A partir do momento em que são descartadas lesões que contraindicam a movimentação excessiva e a carga sobre coluna e articulações, o equipamento pode ser escolhido.

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A médica veterinária Rubia Zancan acrescenta que não são só os acidentes que trazem sequelas aos membros, mas problemas neurológicos também afetam e medula espinhal, assim como outras doenças. O aparelho é encaixado no pet por meio de suportes no peitoral. Assim, as rodas da cadeira conseguem auxiliar na movimentação, desempenhando o papel dos membros prejudicados.

INDICAÇÕES
Quais pets podem e devem usar a cadeirinha de rodas? Confira, abaixo:

  • Animais com dificuldade ou ausência de movimentos das patas
  • Bichos com dificuldade ou que não conseguem se manter em pé sem ajuda

COMO USAR
Apesar de benéficas e capazes de auxiliar na prática de exercícios dos pets com mobilidade reduzida, as cadeirinhas precisam ser usadas com moderação. Veja, abaixo, como ajudar o animal:

  • A cadeira de rodas deve ser feita sob medida para o pet que a utilizará. Medidas específicas como altura, comprimento, largura do tórax e da pelve devem ser levadas em consideração 
  • O material utilizado para confeccionar a cadeira deve ser leve o suficiente para facilitar o deslocamento do pet. Locais que pressionam partes do corpo do animal devem ser bem acolchoados
  • Para usar a cadeira de rodas, o pet deve passar por um período de adaptação que envolve recomendações importantes. Deve-se iniciar o uso por períodos curtos do dia, em ambientes e situações agradáveis, como momentos de brincadeiras em que se pode oferecer, por exemplo, um petisco.
  • Mesmo que o animal se adapte à cadeira de rodas, deve-se usar com moderação. Lembrar que, naturalmente, o animal descansa vários períodos durante o dia.
  • A cadeira de rodas pode servir como uma atividade de fisioterapia e, para isso, é necessário que um médico veterinário especializado na área faça as recomendações necessárias para cada caso.

Fontes: Amanda Andrades, médica veterinária e professora universitária e Rubia Zancan, médica veterinária

*Colaborou Lorenzo Seixas

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