Deni Zolin

Concessionária quer antecipar a duplicação da RSC-287 e concluir de Tabaí a Novo Cabrais até 2026

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A concessionária Rota de Santa Maria, do grupo espanhol Sacyr, que vai assinar contrato nesta terça-feira com o Estado e assumir os pedágios e os 204 km da rodovia em 20 de agosto, confirmou à coluna que tem planos de antecipar as obras de duplicação da estrada. O objetivo é melhorar as condições da rodovia e fazer com que mais motoristas usem a estrada e paguem pedágio.

- Pedimos ao BNDES, que vai financiar as obras, para que possamos antecipar e fazer a duplicação de toda a rodovia, de Tabaí a Novo Cabrais, até o 5º ano da concessão (em 2026). O contrato prevê que esse trecho (de 128 km) só seria duplicado do 6º ao 9º ano. E quando chegarmos no 3º ano da concessão, dependendo do tráfego no trecho, vamos estudar para pedir a antecipação da duplicação do subtrecho 9 (que compreende 18,5 km do trevo de Cachoeira em direção a Santa Maria) e concluí-la também até o 5º ano da concessão, pois acreditamos que há tráfego para isso - disse o diretor geral da Rota de Santa Maria, Renato Ribeiro Bortoletti.

Ele afirmou há planos de antecipar a duplicação do restante da rodovia até Santa Maria, o que só está previsto no contrato para ocorrer entre 2040 e 2042 - ou antes, se volume de tráfego atingir 18 mil eixos por dia. A intenção é que ocorra alguns anos antes disso.

Segundo ele, o interesse da concessionária é ter mais trechos duplicados o quanto antes para que os motoristas não pensem em viajar por outras rodovias. Ele disse que só não haverá condições de antecipar as duplicações de trechos urbanos porque depende de desocupações às margens da rodovia, de pessoas ou empresas que se instalaram irregularmente sobre a faixa de domínio. Em Santa Maria, no 4º ano, será duplicado o trecho de 1,5 km do Trevo do Aeroporto em direção à Base Aérea. O contrato é de 30 anos e prevê R$ 2,7 bilhões em investimentos.

Tarifa deve ficar em R$ 3,70

A assinatura do contrato será nesta terça, às 10h30min, no viaduto Fritz e Frida, em Santa Cruz, com a presença do governador Eduardo Leite (PSDB) e diretores da espanhola Sacyr, que venceu o leilão em dezembro pelo valor de R$ 3,36 - ficou bem abaixo do valor máximo previsto no leilão, que era de R$ 7,37. Porém, a tarifa a ser cobrada ainda precisará passar por atualização da inflação desde maio de 2019, quando o projeto foi feito e calculado. Como a Sacyr, dona da Rota de Santa Maria, vai assumir as praças de Candelária e Venâncio Aires, da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), em 20 de agosto, um pouco antes a agência de regulação Agergs deve bater o martelo sobre o valor atualizado. A tendência é que fique entre R$ 3,70 e R$ 3,80. Ainda assim, será bem menos que os R$ 7 cobrados para automóveis pela EGR. Uma diferença é que, nessa nova concessão, motos passarão a pagar meia tarifa - até agora, eram isentas. Outra é que, agora, a concessão prevê também a duplicação total dos 204 km da rodovia. A concessão antiga e o contrato atual, com a EGR, só preveem obras de manutenção da rodovia.

Reajuste da tarifa por antecipar obras

Se o Estado autorizar a antecipação das obras de duplicação, como pediu a Rota de Santa Maria, haverá a possibilidade de um reajuste da tarifa. Segundo o diretor geral da concessionária, Renato Bortoletti, o reajuste para compensar essa antecipação deve ser pequeno, de 5% a 20% a mais em relação à tarifa inicial do contrato. Tomara que a antecipação não seja só promessa.

Novo local para praça de pedágio

A concessionária teve autorização do governo do Estado para fazer pequena mudança no local da praça de pedágio em Santa Maria. Em vez de ser no km 214, perto do novo posto Santa Lúcia, próximo ao Trevo do Santuário, a praça será construída entre os km 220 e 221, perto da Escola Major Tancredo Penna de Moraes, às margens da rodovia. Na sexta, saiu um edital em que o Estado decreta área de utilidade pública um espaço de meio hectare às margens da RSC-287, ali, para que a concessionária possa desapropriar e construir a praça de pedágio. Essa e as duas novas praças (em Tabaí e entre Paraíso e Novo Cabrais) serão construídas nos primeiros 12 meses e poderão iniciar a cobrança de tarifa em agosto de 2022, só após o reparo inicial nos 204 km da rodovia, o que inclui tapa-buracos, conserto de acostamento e nova sinalização, inclusive com tachinhas reflexivas.

300 empregos no 1º ano de concessão

O diretor da Rota de Santa Maria prevê que a empresa terá 30 funcionários em cada pedágio e que, neste primeiro ano, terá 150 trabalhadores ao todo. Atualmente, serão 60 nas praças de Venâncio e Candelária e o restante na sede, em Santa Cruz. As oportunidades de trabalho são divulgadas pelo Facebook da Rota de Santa Maria.

Em Santa Maria, a previsão é fazer as primeiras contratações no começo de 2022, pois no 6º mês da concessão, será preciso oferecer ambulância e guincho perto de Santa Maria também. Além disso, devem ser gerados 150 empregos nas obras de recuperação da rodovia nesse 1º ano, e bem mais postos de trabalho do 2º ao 5º ano, pois será preciso fazer a recuperação bem mais completa dos 204 km, construir terceiras faixas de Santa Maria a Novo Cabrais e duplicar os trechos rurais, a um total de R$ 599 milhões. E se for aprovada a duplicação dos 128 km de Tabaí a Novo Cabrais, a geração de empregos será muito maior.

Além disso, quando entrar em operação o pedágio entre Santa Maria e o Trevo do Santuário, em agosto de 2022, devem ser criados mais 30 empregos para colocá-la em operação. Não haverá isenção de tarifa para quem mora perto da praça. Quem vai de Santa Maria à Quarta Colônia também terá de pagar pedágio. E vale lembrar: a Faixa Nova ficou fora da concessão e não será duplicada.

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