Lembra dele? Confira como está o famoso Restaurante Augusto, fechado há cinco anos

Lembra dele? Confira como está o famoso Restaurante Augusto, fechado há cinco anos

Foto: Deni Zolin

Ao entrar no prédio do famoso Restaurante Augusto, fechado há cinco anos, o cérebro puxa rapidamente as lembranças. O salão está vazio, só com algumas mesas e cadeiras. Mas logo vêm à memória o cheiro inconfundível do galeto que eu e tantas outras pessoas apreciaram por anos ou décadas naquele local. 


+ Entre no canal do Diário no WhatsApp e confira as principais notícias do dia

Parece que estou vendo o garçom trazer o pão com manteiga e, logo depois, vir com a tábua aquecida com o galeto ao primo canto. 



Não está mais ali o seu Augusto, nem seus filhos Augusto e Fernanda, nem o genro Marco, nem os garçons. Mas as memórias e o afeto estão muito presentes.

 
Na última sexta (9), acompanhado de Fernanda Fank, uma das donas do prédio e filha de seu Augusto, falecido em dezembro de 2015, pude reviver algumas dessas lembranças e andar por esse local que marcou gerações, tanto em festas de família quanto em reuniões empresariais e de políticos nacionais renomados.

 
Na frente do prédio, segue uma grande placa envidraçada com o cardápio e os preços de cada comida, assim como o horário de funcionamento. Está lá que o galeto ao primo canto custava R$ 31.

 
Nas paredes, no salão principal, não estão mais as fotos do fundador, seu Augusto, acompanhado de políticos como Leonel Brizola. Parte do acervo está guardado na casa dos filhos. Perto dali, a estrutura de madeira de acesso ao banheiro está intacta. Assim como o balcão do caixa, com telefone, modem, equipamento mecânico de passar cartão de crédito, cardápios com preços e os livretos para entregar a conta aos clientes.


Ao lado, na copa, seguem aparelhos de telefone, cardápios, caixas de papelão para tele-entrega, com o logotipo e telefone do Augusto, e até o escaninho onde os pedidos de cada mesa ficavam até serem enviados ao caixa.

 

Atrás, a cozinha está vazia. Os equipamentos foram vendidos. Duas churrasqueiras estão sem os espetos giratórios, mas bastaria uma reforma para voltarem a exalar o cheirinho gostoso dos galetos que deixaram saudade em tanta gente. Na cozinha, os azulejos brancos, com desenhos em amarelo, seguem intactos.


Entre as duas portas de acesso aos salões de festas, uma placa de bronze segue na parede e diz: “Ao Augusto, pela sua atenção e carinho, o reconhecimento da 1ª Turma de Medicina de Santa Maria no seu Jubileu de Prata. Dezembro de 1984.”


Abrindo as portas duplas, com molas, lembro de algumas vezes em que fui acompanhar reuniões de políticos ou empresariais naqueles salões. Bastaria tirar o pó e dar uma boa faxina, que eles poderiam voltar à vida. No outro salão, relíquias estão em cima da mesa, na escuridão. 



Ilumino com uma lâmpada e vejo dezenas de pratos de sobremesa com o logotipo antigo do Restaurante Augusto, com os emblemas desgastados pelo uso. Ao lado, pratos com a marca mais recente do estabelecimento.

 
Bem nos fundos, no escritório, mais relíquias estão guardadas. Blocos de notas fiscais com o emblema do restaurante, máquina de escrever antiga, vários troféus em homenagem a Augusto e ao restaurante, um quadro com a foto do tradicional galeto ao primo canto, uma foto de seu Augusto, centenas de comprovantes de pagamentos de cartão de crédito e de cheques, uniformes novinhos dos funcionários e uma calculadora manual, bem antiga.



O Augusto não vai reabrir. O prédio segue à venda.


Confira as imagens:

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Entenda por que Restaurante Augusto não deve reabrir Anterior

Entenda por que Restaurante Augusto não deve reabrir

UFSM avalia mudanças em cursos com número alto de vagas não preenchidas Próximo

UFSM avalia mudanças em cursos com número alto de vagas não preenchidas

Deni Zolin