Fóssil de um novo animal do Triássico é achado no interior de Santa Maria

O fóssil de um animal que viveu entre 235 milhões e 230 milhões de anos perto de um local onde hoje fica o Autódromo de Santa Maria, na Faixa de Rosário, será apresentado nesta quarta-feira (31), às 19h, no Museu Gama D’Eça. Mas não é um dinossauro. 


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Encontrado pelo professor Leopoldo Witeck Neto, do Colégio Politécnico da UFSM, colaborador do Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia (CCNE/UFSM), o fóssil é de uma nova espécie que ainda era desconhecida dos paleontologistas. 


Após as pesquisas, chegou-se à conclusão de que os ossos fossilizados do Cornualbus primus, como foi nomeado, são de um pararéptil. Esses são animais que têm uma linhagem evolutiva em paralelo com os répteis, tanto os extintos (como dinossauros e pterossauros), quanto os atuais (como tartarugas e crocodilos).

 
Segundo os pesquisadores da UFSM, existem diversas famílias de pararépteis, desde animais gigantescos como os pareiassauros do Permiano (cerca de 260 milhões de anos), encontrados em regiões como São Gabriel e Aceguá, até animais de pequeno porte, como os procolofonóides do Triássico (entre 250 e 225 milhões de anos), conhecidos nos municípios de Dilermando de Aguiar, São Vicente do Sul, São Francisco de Assis, Paraíso do Sul, Faxinal do Soturno e Candelária.


Na região central do Rio Grande do Sul, já foram localizados pararépteis datados de antes e depois do surgimento dos dinossauros. A Formação Sanga do Cabral, com cerca de 250 milhões de anos, registra as espécies Procolophon trigoniceps e Oryporan insolitus. 


A Formação Santa Maria, com idades variando entre 240 e 230 milhões de anos, só tinha o registro de Candelaria barbouri. Já a Formação Caturrita registra o Soturnia caliodon, encontrado em Faxinal do Soturno.


Por ser um novo sítio, as rochas foram analisadas e comparadas com outras na região, indicando que se trata de rochas contemporâneas a sítios descritos em Santa Maria, com presença de dinossauros e outros répteis. No entanto, nenhum pararéptil tinha sido encontrado ainda com esta idade.


A pesquisa foi desenvolvida como parte da tese de doutorado de Eduardo Silva Neves, principal autor do artigo, publicado no periódico Journal of Systematic Paleontology, tendo como coautores Átila Augusto Stock da Rosa (orientador, UFSM), Sean Modesto (Universidade Cape Breton, Canadá) e Sérgio Dias da Silva (coorientador, UFSM).


Segundo eles, o Cornualbus primus preenche uma lacuna do conhecimento sobre os pararépteis, e reforça a importância da pesquisa científica na região e suas repercussões internacionais.


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