Foto: Deni Zolin
Uma pesquisa do IBGE apontou que 7,2 milhões de crianças de 0 a 3 anos no Brasil estão fora da escola, sendo que 2,5 milhões são por falta de vagas em creches. Ou seja, mães e pais que tentaram matricular os filhos em 2022, mas não conseguiram. Já outros 4,1 milhões não estão em creches por decisão dos próprios pais, pois não há obrigação ainda de colocar o filho dessa idade na escola.
Agora, imagine o prejuízo para essas 2,5 milhões de crianças e também para suas famílias. Os pequenos ficam sem um aprendizado importantíssimo nessa fase de vida, o que provavelmente vai impactar negativamente na vida escolar dessas crianças no Ensino Fundamental e no Médio – aumentando a evasão escolar e a repetência.
Já muitas dessas mães têm um grande prejuízo, pois não conseguem trabalhar ou estudar, pois precisam cuidar dos filhos por falta de vagas nas creches. É menos renda, que acaba forçando o governo a gastar mais com programas como Bolsa Família, para ajudar na sobrevivência dessas famílias.
Em Santa Maria, temos exemplos disso. Das 10 creches da Proinfância prometidas há 10 anos, a grande maioria segue inacabada (leia mais na página 4). Só que aquelas crianças que tinham 2 anos lá em 2014 ou 2016 e ficaram sem creche na época, perderam um aprendizado importante que não poderá nunca mais ser recuperado. Hoje, elas estão com 11 ou 9 anos de idade. Se tivessem frequentando uma escola de educação infantil há 10 anos, provavelmente estariam com melhor rendimento e até mais socializadas atualmente.
É um prejuízo difícil de ser mensurado, mas que vai gerar ainda muitos gastos no futuro, seja tendo de pagar mais Bolsa Família ou tendo de investir mais em segurança ou presídios, já que uma parcela dessas pessoas que evade da escola e fica à margem da sociedade acaba ficando à mercê da criminalidade.
