Claudemir Pereira

O outro lado de um acordo que une adversários diretos em 2024

O outro lado de um acordo que une adversários diretos em 2024

Foto: Divulgação

Ninguém escondeu. Ao contrário, ficou claro como a luz do dia típico de primavera em que se deu o anúncio. O objetivo do novo acordo diretivo para o derradeiro ano da atual Legislatura comunal, era escantear a Esquerda, até aqui unida ao PSDB, ao Republicanos e ao União Brasil (o “raiz”, de Manoel Badke, não o atual, de Marcelo Bisogno e José Farret).

 
A foto que ilustra esta nota, feita logo após o regabofe que chancelou o contrato político acertado, mostra sorrindo a quase totalidade dos edis que dele são parte. O objetivo foi alcançado, fruto de muita conversa prévia (ninguém acredita em acertos de inopino) e haverá um novo comando no parlamento.

 
Mas... sim, há um porém. Ou alguns poréns, sobre os quais talvez os edis não tenham se debruçado. E esta coluna tem a pretensão de alinhar. Nem são todos, mas quem sabe os mais significativos e que precisam ser colocados, para que depois não se diga ninguém ter falado a respeito. Então...

 
1) A “Esquerda”, na verdade, a ser atingida são o PT e o PC do B. De inhapa, por possível união, mesmo que no segundo turno eleitoral, PDT e PSB entraram na dança. Curiosamente, do ponto de vista prático, petistas são os que menos perdem. Sim, se têm algum CC é nada significativo e facilmente “recolocável”. Ao contrário, tirando a tristeza de ser ver derrotado sem se dar conta, nada mais há a chorar.

 
2) O candidato a presidente é o mesmo do grupo atual, Manoel Badke, o que pode ter facilitado o pacto político (mais que administrativo, dado o caráter ideológico que foi dado ao fato), mas pode trazer outras consequências, se ele virar (como é possível) o vice do futuro tucano Rodrigo Decimo à prefeitura.

 
3) Dos 14 edis que estão no grupo, há um candidato a prefeito certo e um que não pode ser descartado. Respectivamente, Tony Oliveira (Podemos) e João Ricardo Vargas (PP). Em comum eles têm duas coisas: gastura com o petismo e rivalidade eleitoral com o PSDB, que também faz parte do grupo. Mas, nas urnas, serão adversários. E campanha, como se sabe, não é lugar de jogar flores (embora talvez fosse desejável).

 
4) Além do governista PSDB e possíveis aliados como Republicanos e seus dois edis, eventualmente João Ricardo Vargas e certamente Tony Oliveira, o MDB também terá seu candidato a prefeito. E todos são adversários entre si nas urnas de outubro e aliados na condução da Câmara.

 
Resumo da ópera, e para não cansar demais com incongruências óbvias. É um “saco de gatos” composto para antecipar a campanha eleitoral e tentar derrotar o rival comum a todos, Valdeci Oliveira.


Vai dar certo? Pode dar. Talvez dê. Mas colocar as barbas de molho (quem as têm) seria um atestado de prudência. No mínimo.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

imagem Claudemir Pereira

POR

Claudemir Pereira

Núcleos do MDB se organizam para a eleição Anterior

Núcleos do MDB se organizam para a eleição

Opostos na ideologia, mas afinados no trabalho Próximo

Opostos na ideologia, mas afinados no trabalho

Claudemir Pereira