Canabidiol para saúde mental: o que de fato sabemos sobre o assunto?

Maurício Scopel Hoffmann

O uso do canabidiol (CBD) como tratamento alternativo para ansiedade, depressão e outros transtornos mentais tem ganhado cada vez mais popularidade. No entanto, as evidências científicas disponíveis ainda não confirmam sua eficácia para essas condições. As principais revisões de estudos na área apontam que não há respaldo suficiente para recomendar o uso de canabinoides no tratamento de depressão, ansiedade, TDAH, estresse pós-traumático, psicose ou autismo. Embora alguns estudos sugiram benefícios pontuais, especialmente para sintomas de ansiedade, a maioria dessas pesquisas é de baixa qualidade metodológica, o que impede conclusões seguras para aplicação clínica. Além disso, efeitos adversos são frequentes, sobretudo em populações psiquiátricas, e muitos pacientes interrompem o tratamento devido a esses efeitos indesejáveis. Também não há dados robustos que esclareçam se compostos da cannabis, como o CBD, podem representar riscos adicionais em pessoas vulneráveis, por exemplo no desenvolvimento de quadros psicóticos, como já se observa com o uso da maconha. Apesar do entusiasmo crescente, a Sociedade Brasileira de Psiquiatria alerta que o CBD ainda não deve ser usado rotineiramente em saúde mental. A prioridade deve ser a realização de estudos clínicos rigorosos, que garantam segurança e eficácia antes de qualquer recomendação ampla.


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Vacina contra herpes pode ajudar a prevenir demência

Um grande estudo no Reino Unido revelou que a vacina contra herpes zoster – o conhecido “cobreiro” – pode ter um efeito adicional: reduzir o risco de desenvolver demência. A pesquisa comparou pessoas nascidas logo antes e depois da data em que a vacina passou a ser disponibilizada gratuitamente, eliminando outras diferenças entre os grupos. O resultado foi claro: quem tomou a vacina teve 20% menos chance de ser diagnosticado com demência nos sete anos seguintes. O efeito foi ainda mais forte em mulheres. Ainda não se sabe com certeza o motivo desse efeito, mas duas hipóteses se destacam: a vacina pode impedir a reativação do vírus no sistema nervoso ou estimular o sistema imune de forma protetora. O estudo é um exemplo de como vacinas podem ter efeitos benéficos além do esperado. Sabemos, por exemplo, que vacina contra gripe diminui risco para infarto e outros problemas cardiovasculares. No presente caso, proteger-se contra o herpes pode também ser uma forma de cuidar da saúde do cérebro.


​EUA fora da OMS: impacto na saúde global
Em 2025, os Estados Unidos anunciaram sua saída da Organização Mundial da Saúde (OMS), repetindo a decisão tomada durante a gestão de Donald Trump em 2020. A medida tem implicações sérias para a saúde global. Os EUA são o maior financiador da OMS, respondendo por 16% do orçamento da organização. A saída compromete iniciativas fundamentais, como o controle de surtos, vacinação global, vigilância de doenças e acesso a medicamentos em países pobres. Além disso, os próprios EUA passam a ter menos acesso a dados globais essenciais para agir rapidamente em futuras emergências sanitárias. Em um mundo interconectado, agir sozinho não é uma vantagem – é um risco. A OMS é a principal rede internacional para resposta a pandemias e outros desafios coletivos de saúde. Retirar-se dela, afirmam os especialistas, é colocar o mundo inteiro em risco.

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