Livro-me, livra-te: modos de livrar-se entre livros

Daniela Minello

“Livrai-nos de todo o mal”...
“E a verdade os libertará”...
“Livre para poder sorrir”...
“Livre estou, livre estou”...
“Liberdade, liberdade”...
“Liberdade pra dentro da cabeça”...
“Livre é o meu jeito de ser”...
“Livre é o meu jeito de amar”...
“Será que alguém sabe dizer onde a liberdade está”?
“Liberdade é não ter medo”...
“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta”...
“Sempre livre”...
“O que é que vou fazer com essa tal liberdade”...
“A leitura é, provavelmente, uma outra maneira de estar em um lugar”...


Livre-se! Livros libertam!

Assim como compositores, poetas, escritores, filósofos, historiadores e outros tantos, dispo-me das amarras que limitam meu pensamento e ponho-me a escrever dançando esta escrita. Ou seria dançar escrevendo esta dança? Livro-me de tudo o que me impede de sonhar os possíveis e os impossíveis. Livro-me para poder viajar por entre páginas escritas, rabiscadas, declamadas, cantadas, sonhadas, interpretadas, declamadas e desenhadas... Livro-me dos excessos para minimizar externos extravasando internos. Livro-me todos os dias dos apegos que me acorrentam impedindo-me de voar o voo longevo e sereno das aves. Livro-me das palavras mal expressadas por outrem que não encontram na liberdade seus jeitos livres de viver. Livro-me em todos os lugares com páginas preenchidas por histórias vividas na intensidade de quem ama. Livro-me por entre páginas em branco, sempre que me permito deleitar na paz do meu existir. Livro-me quando busco existir, resistir e me permitir. Livro-me das prisões que sem querer tentaram criar morada em minha vida.


Livro-me! Minha liberdade formatada!

Como é livre poder livrar-se de todas as formas formatadas e informadas possíveis. Livrar-se é processo de encontros e desencontros, consigo e com outros. Livrar-se, é saber, que na companhia dos livros, também tecemos livres encontros. Livrar-se é poder estar só e no silêncio das palavras escritas, escutando o barulho e o silêncio dos outros. Quantos silêncios e ruídos encontramos por entre páginas folhadas dos livros. O silêncio que para alguns acalma, ensurdece o que para outros agita. Como você se livra de tudo aquilo que encontra e não encontra em você? Como você se livra de tudo o que excede seus pensamentos e ações? Cada qual livra de si o que o livro pode também livrar. Encontro nos livros, almas livres para expressarem suas liberdades e amarras. Que bom seria se cada um encontrasse sua liberdade em tantas formas livres de ser. Eu encontro nos livros o quão livre sonho ser. Minha escrita, também me livra de mim e dos outros. Leio o que escrevo e o que está inscrito em mim. O que os outros leem de mim dependerá de quão livres as liberdades lhes permitem livrá-los com seus livros e escritas sobre si e sobre o mundo. Os livros e os livres exalam por entre páginas de suas vidas, os sentidos de um viver em busca de si. O que você tem livrado em seus encontros e desencontros? Vale, primeiramente, fazer uma boa leitura sobre a sua vida, antes mesmo de querer encontrar nos livros a liberdade que nos liberta de quem somos!


Eu li o livro! E ele libertou os meus sentidos! 

O “livro” pode até ser o objeto direto do verbo “li”, que completa o sentido do verbo sem preposição, mas ei que aqui, proponho, sim, uma dança entre as palavras para que possamos nos permitir uma liberdade que acabamos nos esquecendo de viver: “os livros”. Qual o sentido de uma ação se ela não tiver uma reação? Qual o objetivo de ler se não compreendermos que a leitura nos livra, dentre tantas coisas, da ignorância de nos sentirmos presos? Recomendo aqui, um “presente do indicativo” para você: eu leio, tu lês, ele lê, nós lemos, vós ledes e eles leem, além de nos livrar! 

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