saúde

Infância, alimentação e saúde mental

Muitas pessoas no mundo passam fome por não terem acesso suficiente a alimentos. De acordo com o relatório lançado pela ONU neste ano intitulado "O estado de segurança alimentar e da nutrição no mundo" 821,6 milhões de pessoas passaram fome em 2018 no mundo. Neste documento é destacada a meta da pactuação em atingir a situação de fome zero no ano de 2030. Esta está vinculada ao objetivo de desenvolvimento sustentável voltado para a erradicação da pobreza e fome. No entanto, pode-se identificar que houve um aumento destes índices se comparado com o ano de 2017 cujo patamar era de 811 milhões de pessoas que viviam com fome em nível global.

De acordo com a ONU a fome vem aumentando em países cujo crescimento econômico está estancado. Isto se agrava ainda mais naqueles que dependem do comércio internacional para adquirir produtos e matérias primas destinadas à alimentação. Na América Latina e Caribe existem 42,5 milhões de pessoas que vivem com fome.

Apesar de muitos avanços que foram feitos no que tange a fome em nosso país, trata-se de uma problemática que ainda atinge em torno de 2,5 % da população e refere-se a uma condição social que tem implicações para a saúde das pessoas, de maneira geral. Para as crianças esta privação pode levar a prejuízos severos que poderão marcar a sua vida e, especialmente a sua saúde mental.

A fome leva a desnutrição, um problema muito sério e com consequências gravíssimas para a saúde de uma criança. As principais consequências são: irritabilidade, choro, dificuldade de aprendizagem, déficit de atenção, hiperatividade, alterações no sono, atraso na linguagem, baixa interação social, tristeza, diminuição afetiva e oscilações de humor e apatia entre outras manifestações.

Sob o ponto de vista físico, podem sofrer alteração no nível de energia, cabelos fracos, pele ressecada, autocontrole, baixa resistência a doenças, hipoatividade. No entanto, o principal aspecto que é afetado no que tange esta dimensão é a dificuldade no crescimento. Neste sentido, é importante o acompanhamento dos profissionais da saúde em relação a estes parâmetros.

Nem todo quadro de desnutrição decorre da falta de alimentação, pois existem outros fatores que podem implicar nesta situação. Há crianças que se alimentam, mas não estão nutridas, pois comem alimentos que não apresentam o necessário a sua saúde.

Temos muito a avançar ainda neste sentido, muita comida ainda vai para o lixo, muitas crianças ainda vão para a escola para terem a refeição do dia porque não tem o que comer em casa. Neste sentido, ações que envolvem o combate à fome e a prevenção à desnutrição são muito bem vindas e precisam ser potencializadas.

Vivemos em uma sociedade que precisa parar de fechar os olhos para os problemas que afetam a todos e buscar soluções criativas e caminhos a serem construídos, pontes capazes de fortalecer os laços sociais, bem como a empatia em relação ao problema que afeta o outro. Ao nos aproximarmos desta realidade identificamos que se trata de um fenômeno que exige um olhar atento da sociedade, do estado e dos profissionais, especialmente dos profissionais da área da saúde e educação que necessitam se articular interprofissional e intersetorialmente no intuito de oportunizar ações voltadas para superar esta realidade bem como oferecer um cuidado integral e contínuo às crianças e suas famílias neste processo.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Vamos jogar Uno?

Próximo

Infância, alimentação e saúde mental