Sociedade

Eleições? Princípios que podem nos ajudar

Carolina Suptitz


"Aonde quer que eu vá, serei Luz... [...] Seguir os passos e os ensinamentos de Jesus." Cada vez mais acredito, sinto e vivo a verdade e potência destas palavras cantadas por Thiaguinho e Natiruts. Mas como e o que significa sustentá-las num momento tão intenso e difícil como esse que estamos vivendo no nosso país?

Das intenções dos candidatos à Presidência da República não tenho como saber com certeza, mas acredito que nós eleitores temos as mesmas intenções de paz, justiça e prosperidade para todos e em todos os âmbitos. Não é isso que você quer? Eu, seus vizinhos, parentes, amigos, colegas de trabalho... também. O que pode nos diferenciar é a forma como achamos que isto poderá ser alcançado (ou ao menos chegar o mais próximo disso). 

Quero falar então especialmente a partir do que nos une, convidando a todos para co-criarmos juntos a realidade que queremos a partir da "maior força [que há] na terra": o pensamento (Swami Sivananda, O poder do pensamento pela ioga). 

Pelo que tenho acompanhado dos discursos relacionados às eleições, estamos todos vibrando medo, preocupação, agressividade e boa parte do tempo estamos pensando no que NÃO queremos. Acontece que, segundo ensinamentos milenares e, recentemente, os da física, aquilo que pensamos e especialmente sentimos é o que acabamos atraindo para nossas vidas. Se estou sempre preocupada com falta de dinheiro, por exemplo, acabo atraindo mais situações para seguir sentindo e pensando o mesmo.

Um exercício simples e extremamente eficiente neste sentido é o Samkalpa, que consiste numa técnica de controlar a imaginação. Não se trata de eliminar a capacidade de imaginar, mas de direcioná-la a nosso proveito. "Aquilo [...] que a imaginação diz que vai acontecer, muitas vezes só acontece pela força que a imaginação lhes dá. Os preocupados geralmente são homens de imaginação fecunda. Os gênios também. Nos primeiros, ela é destrutiva. Nestes, criadora" (Hermógenes, Yoga para nervosos: aprenda a administrar seu estresse).

Você pode criar um Samkalpa para conquistar a mudança que quiser na sua vida individual ou coletiva. O fundamental é, sem nunca duvidar, mentalizar, visualizar e especialmente sentir como já sendo uma realidade a mudança que quer através de uma afirmação positiva. No caso do Brasil, se você quer mudar a realidade de corrupção, violência ou desigualdade, pode criar qualquer um dos seguintes samkalpas, respectivamente: "No Brasil as pessoas são honestas"; "No Brasil convivemos todos em paz" ou "No Brasil, todos são tratados e vivem em condições de igualdade". Crie um único samkalpa para você e o pratique no mínimo uma vez por dia. O recomendado é manter o mesmo até ele se concretizar. Outra opção é focarmos todos num mesmo samkalpa. Um já sugerido é o seguinte: "há paz no meu país, e do meu país há paz no mundo."

Se isto tudo lhe parecer bastante fantasioso, eu te entendo perfeitamente. Também já duvidei totalmente deste papo. Recentemente, porém, tenho aprofundado meus estudos e especialmente testado na prática técnicas como esta e já não tenho como duvidar. Um vídeo simples e recente que explica melhor estas questões é o do cientista Gregg Braden:


Além do mais, acreditando que tudo na vida são oportunidades de aprendizado, sinto que o atual momento é um belo teste para treinarmos e ampliarmos a nossa capacidade de confiar. Para o Yoga e tantos seres humanos com sabedoria e capacidades muito especiais, como é o caso de Jesus, mais livres e potentes seremos quanto maior for a nossa fé. Afinal, se eu confio que tudo são oportunidades de aprendizado que têm sempre o objetivo de me conduzir ao meu melhor, não me preocuparei nem sentirei medo, e assim, vibrando positivo, atrairei situações e pessoas também positivos. Essa é a lei.

Como disse Krishna, "quem permanece sereno e imperturbável no meio de prazer e sofrimento, somente este é que atinge a importalidade." Difícil o que nos propõe Krishna, sem dúvida! Mas esta é a nossa meta a cada situação de vida: permanecermos em estado interno de serenidade e confiança mesmo quando o contexto externo for desafiador. 

Até mesmo porque o nosso ego tem perspectiva limitada da realidade. O que ele acha ruim talvez não necessariamente seja, como sabia Jesus quando, na noite anterior a da sua condenação e execução, assim disse: "Meu pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas, sim, o que tu queres" (Mateus, 26, 39-40).

Que fique claro que isto não significa inação ou conformismo. Também devemos seguir e nos comportar conforme as normas do plano material e, no caso, buscarmos identificar o melhor candidato para nele votar (não excluída a possibilidade de votar em branco ou nulo). Se sentirmos que é esta a nossa missão no momento, também podemos agir de modo mais atuante, conversando com outras pessoas, participando de manifestações e atos políticos etc, privilegiando sempre a amorosidade, já que esta lei está acima de todas, e sem perturbação interna.

E para finalizar, respeitando de coração todas as dores, mágoas e decepções que podem estar te guiando neste momento de escolha de um candidato à Presidência da República, gostaria apenas de destacar que se estes realmente forem os teus motivos (me parece que tem sido assim para muitos de nós) seria bem importante reavaliá-los. E não preciso nem apresentar argumentos para isso, basta você ser honesto consigo mesmo e refletir sobre as consequências decorrentes de situações passadas da tua vida em que você agiu por motivações deste tipo (de medo). 

Também vivi minhas decepções, me frustei, mas, no aqui e agora, no momento presente, busco agir não a partir das mágoas do passado, nem mesmo do medo do futuro, mas do que vejo em cada um dos dois candidatos e respectivos vices. Como canta a música que trouxe no início do texto, busco sempre ser luz e seguir os ensinamentos de Jesus, Krishna, Buda e outros seres de tão elevado nível de consciência. E todos eles, defendendo o amor, a paz e a compaixão diante de todos os seres, me conduzem à opção em favor dos mansos, dos pacíficos [porque serão estes os chamados filhos de Deus e que possuirão a terra] (Mateus, 5, 5;9). 

Se todos os seres humanos erram e, portanto, numa família e muito mais num partido muitos serão os erros cometidos por seus integrantes, nos resta encontrar nos candidatos aquele cujos erros são menos danosos à nossa coletividade. E, como sempre ouvi dizer entre os grandes professores que tive na faculdade de Direito: ameaça de danos à vida e à liberdade é muito mais grave que suspeita de novos roubos e mentiras. E você, o que acha?

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