Operação Sallitur Visio

Polícia Civil investiga cobrança de consultas pelo SUS em hospital de Pinhal Grande

da redação

Fotos: Polícia Civil (divulgação)

Foi deflagrada, na manhã desta quarta-feira, uma operação que investiga a adulteração de documentos do hospital Casa de Saúde São José em Pinhal Grande. Intitulada Sallitur Visio (expressão que vem do latim e significa aparências enganam), a operação é consequência de uma investigação que a Polícia Civil iniciou em novembro do ano passado e identificou a adulteração em documentos do hospital. O diretor do hospital, Guilherme Rubin, foi afastado por medida cautelar. 

De acordo com o delegado Adriano de Rossi, de Pinhal Grande e que comandou a investigação, e com o delegado regional Sandro Meinerz, que acompanhou o trabalho, havia fraude em documentos sobre entrada de pacientes. A investigação apontou que pacientes que pagavam por consultas particulares eram relacionados como pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, os documentos eram alterados no sentido de aumentar o tempo de internação de pacientes pelo SUS, ou seja, se o paciente ficava internado por um dia, a papelada constava como se ficasse três dias, por exemplo.

A suspeita é que essa prática acontecia há cerca de um ano, mas ainda não se sabe qual foi o prejuízo aos cofres públicos:

- Se sabe que há essa prática, nosso trabalho agora é no sentido de entender a profundidade disso - explicou o delegado Adriano de Rossi. 

Nesta manhã, a operação cumpriu com três mandados de busca e apreensão: no hospital, na casa do diretor onde também funciona uma empresa, e em outro imóvel que pertence a ele. Além da documentação apreendida, que deverá ajudar a investigação a esclarecer detalhes de fraude, a Polícia Civil ainda apreendeu mercadoria que seria de origem paraguaia e seria revendida em comércio, além de munições para arma de calibre 22. Os produtos estrangeiros, que serão encaminhados para Receita Federal, vão desde eletrônicos, perfumaria e brinquedos. 

AFASTADO DA DIREÇÃO 
A Polícia Civil pediu, ainda, o afastamento cautelar do diretor do hospital. Isso significa que ele não pode entrar na Casa de Saúde e poderá ser preso caso descumpra a ordem. O pedido, deferido pela Justiça, é para garantir o andamento das investigações. Ele ainda não foi ouvido pela Polícia Civil. O delegado Adriano explica que ele ainda é investigado por outros crimes, mas os detalhes são mantidos em sigilo para não atrapalhar as investigações.

Por telefone, o advogado de Rubin, Daniel Tonetto, informou que, em um primeiro momento, vai se inteirar do inquérito para que, a partir disso, seja agendado o depoimento do diretor na Polícia Civil. Ainda segundo o advogado, Rubin alega ser inocente das acusações.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Atendimentos no hospital de Pinhal Grande seguem sendo feitos

Próximo

Pinhal Grande terá passeio pelo Rio Jacuí