Foto: Ricardo Zimmer (Arquivo pessoal)
Imagem de Padre Gonzales e do coroinha Adílio Daronch foram usadas durante a apresentação e a procissão
Um espetáculo de som e luz sobre a história do padre Manuel Gonzales e do coroinha Adílio Daronch encantou o público na noite de sábado, em Dona Francisca, na Quarta Colônia. Com quase duas horas de duração, a produção, que reuniu cerca de 70 atores e figurantes da própria comunidade, contou a saga dos mártires. Padre Gonzales e o coroinha Adílio Daronch foram assassinados por questões políticas em 21 de maio de 1924, próximo a Três Passos, na Região Noroeste do Estado. Eles foram beatificados pela Igreja Católica em 2007 e estão em processo de canonização (para virarem santos).
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A saga ocorreu quando o Rio Grande do Sul vivia um conturbado período político com sangrentas batalhas entre chimangos e maragatos pelo poder. Adílio Daronch nasceu em Dona Francisca, em uma família italiana. Em 1912, foi morar em Nonoai com os pais e irmãos. Foi naquela cidade da Região Noroeste que seu destino cruzou com o do padre Gonzales, nascido na Espanha, pois virou coroinha do religioso. Um dos grupos políticos que disputavam o poder no Estado não gostou do fato de o religioso ter feito o sepultamento de inimigos e passou a perseguir o padre. Em 20 de maio de 1924, Gonzales e Daronch foram realizar missas, batizados e casamentos em Três Passos, quando caíram em uma embosca, foram atados em árvores, torturados e mortos a tiros.
A direção da peça é do cineasta Ricardo Zimmer, diretor cultural da Fundação Ângelo Bozzetto, de Faxinal do Soturno, e a produção, da secretária de Cultura e Turismo de Dona Francisca, Rosa Christina Kittel. Agora, Zimmer pretende contar a saga em um filme. Uma procissão, na manhã de ontem, foi organizada para os dois mártires.