Covid-19

O que é a vacina bivalente e quem pode se imunizar

Foto: Eduardo Ramos (Diário)
O combate ao coronavírus no Brasil voltou a ser uma prioridade em 2023. O Ministério da Saúde acredita que, para diminuir a transmissão do vírus, os números de casos confirmados e os óbitos de brasileiros em decorrência da doença, a melhor aposta ainda é a vacinação.

Conhecido como monovalentes, os primeiros imunizantes contra a Covid-19, criados ainda em 2020, eram compostos pela cepa original do vírus Sars-CoV-2, responsável por causar a doença. Na medida em que novas variantes do vírus foram surgindo, como a Gama e a Ômicron, enxergou-se a necessidade de investir mais em pesquisas para reformular as vacinas já existentes e garantir uma resposta imunológica maior contra a doença.

É neste contexto que as vacinas bivalentes são elaboradas e passam a ser distribuídas, com o propósito de proteger contra duas versões do vírus de uma vez só. Na composição, além do vírus original, os imunizantes agora contam com cepas mais recentes da doença, inclusive das subvariantes da Ômicron, BA.4 e BA.5.

No início de fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde distribuiu os primeiros lotes de vacinas bivalentes para os Estados brasileiros. Os repasses foram feitos antes do início oficial da primeira fase da campanha, que integra o Programa Nacional de Vacinação (PNV) este ano. Até o momento, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) recebeu e distribuiu cerca de 355 mil vacinas aos municípios gaúchos para imunizar os grupos considerados prioritários e que são compostos por pessoas mais suscetíveis a desenvolver quadros graves da Covid-19.

Conforme a SES, o público estimado para essa primeira etapa no Rio Grande do Sul é de 1,2 milhão de pessoas, sendo mais de 30 mil em Santa Maria. Uma parcela desse público já foi imunizada, inclusive.

Em 14 de fevereiro, Santa Maria começou a vacinar com doses bivalentes pessoas em instituições de longa permanência, e no último sábado, ampliou a campanha para pessoas com 70 anos ou mais, aplicando mais de 2 mil doses até o momento.

Desde o anúncio das ações, muita gente tem perguntado sobre quem pode receber esta nova dose e quando ela será aplicada na população em geral. Para alguns questionamentos, o Ministério da Saúde já tem respostas. Entretanto, outras dependerão das porcentagens de cobertura vacinal contra a Covid-19 alcançadas em todo o país.

Para receber essa dose, por exemplo, é preciso ter concluído, pelo menos, o esquema primário de vacinação, que é composto por dose única ou duas doses de vacinas monovalentes feitas há quatro meses.

Atualmente, 5,7 milhões de pessoas estão com alguma dose em atraso contra a Covid-19 no Rio Grande do Sul. Desse quantitativo, 138.135 pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos, são de Santa Maria.

A aplicação das doses bivalentes contra a Covid-19 faz parte do cronograma do PNV 2023, divulgado no dia 31 de janeiro pelo Ministério da Saúde. A campanha começou oficialmente na segunda-feira. As etapas foram organizadas conforme os estoques existentes.

O Ministério de Saúde reforça que o planejamento pode ser alterado, adiantado ou até mesmo sobreposto, caso o cenário de entregas seja modificado ou tão logo novos laboratórios tenham as solicitações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Além dos grupos prioritários atuais, está prevista a intensificação da vacinação contra a Covid-19 de toda a população acima de 6 meses de idade em março. As estratégias envolvem: mobilizar a comunidade escolar, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, além de comunicar estudantes, pais ou responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação.

O que é e quem pode tomar a vacina bivalente*?

Conforme o Ministério da Saúde, a vacina bivalente é uma versão atualizada do imunizante usado na campanha de vacinação iniciada em janeiro de 2021. Ela foi elaborada com base na variante original do coronavírus e na variante Ômicron, que é atualmente a de maior circulação no país todo. Até o momento, essa dose será aplicada apenas em pessoas que compõem os grupos prioritários da primeira etapa. Conforme o cronograma do governo federal, os Estados e municípios devem vacinar:

  • Pessoas de 70 anos ou mais; pessoas vivendo em instituições de longa permanência (abrigados e os trabalhadores dessas instituições); imunocomprometidos; comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas
  • Pessoas entre 60 e 69 anos
  • Gestantes e puérperas
  • Trabalhadores da saúde
  • Pessoas com deficiência permanente

*A disponibilidade das doses para os grupos elencados dependerá do planejamento de cada gestão estadual e municipal

Indivíduos imunocomprometidos

Pessoas imunocomprometidas ou em condição de imunossupressão também serão contempladas

  • Pessoas transplantadas de órgãos sólidos ou de medula óssea
  • Pessoas vivendo com HIV
  • Pessoas com doenças inflamatórias imunomediadas em atividade e em uso de corticoides em doses maiores ou iguais a 20 mg/dia de prednisona, ou equivalente, por 14 dias ou mais
  • Pessoas em uso de imunossupressores e/ou imunobiológicos que levam à imunossupressão
  • Pessoas com erros inatos da imunidade (imunodeficiências primárias)
  • Pessoas com doença renal crônica em hemodiálise
  • Pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses
  • Pessoas com neoplasias hematológicas

Santa Maria já aplicou 2,5 mil doses bivalentes

Em 14 de fevereiro, começaram as ações com vacinas bivalentes em Santa Maria. Seguindo a orientação do Ministério da Saúde, as primeiras doses foram destinadas a pessoas em instituições de longa permanência, como foi o caso do Lar das Vovozinhas, no Bairro Duque de Caxias.

Em entrevista para a Rádio CDN 93,5FM, o secretário municipal de Saúde, Guilherme Ribas, falou sobre o atual cenário. Santa Maria conta com 26 entidades que se encaixam na categoria e, por enquanto, apenas sete foram atendidas. A prefeitura ressalta que algumas instituições ainda aguardam a passagem do intervalo de aplicação da última dose, que é de quatro meses. Nesses espaços, são imunizados tanto os abrigados quanto os trabalhadores.

Paralelo a isso, um segundo passo foi dado pelo município na ampliação da cobertura:

– No dia 25, demos o pontapé no reforço com a vacina bivalente para os idosos de 70 anos ou mais. Tínhamos disponíveis, nas ações do Clube Dores para pedestres e na Loja Havan para pessoas em veículos, 2,4 mil doses, ou seja, 1,2 mil doses em cada ponto. É importante reforçar que foi uma ação que fluiu muito bem. Alguns idosos chegaram um pouco antes das 7h, mas o fluxo foi constante desde o início da aplicação, às 8h, até final da ação, ao meio-dia – afirma Ribas.

Apenas nesse dia, 1.957 doses foram aplicadas, o que corresponde a 81,54% do total disponibilizado nas ações. Para o gestor, a significativa adesão da população idosa a nova fase da vacinação contra a Covid-19 não é surpresa.

– Tivemos quase 2 mil doses aplicadas. Desde o início da campanha, lá em janeiro de 2021, esse foi o público que mais aderiu a todas as doses que foram ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações. Nessa ação, tivemos o mesmo formato – afirma Ribas.

Até terça-feira (28), 2,5 mil doses bivalentes haviam sido aplicadas em Santa Maria. O planejamento local baseia-se no repasse de vacinas feito pela 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS), que até agora foi 9 mil doses do tipo ao município.

Conforme a SES, a estimativa de público santa-mariense a ser vacinado na primeira etapa é de mais de 30 mil pessoas, entre idosos com 70 anos ou mais, pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos de idade, pessoas vivendo em instituições de longa permanência a partir de 12 anos, além de comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Conforme Ribas, novas ações devem ser divulgadas em breve.

– Devemos atualizar, entre terça e quarta-feira, a agenda de vacinação com novas ações, disponibilizando a vacina bivalente. Estamos analisando os grupos que são elegíveis na fase um para ter uma adesão se não igual, muito próxima (a do público idoso).

Estimativa de público na primeira etapa

Conforme a SES, a população estimada de Santa Maria que irá receber a vacina bivalente contra a Covid-19 é:

  • Pessoas de 80 anos e mais – 8.930
  • Pessoas de 75 anos a 79 anos – 6.874
  • Pessoas de 70 anos a 74 anos – 10.029
  • Pessoas imunocomprometidas (a partir de 12 anos) – 2.608
  • Pessoas vivendo em instituições de longa permanência (a partir de 12 anos) – 1.565

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde

Doses em atraso em Santa Maria*

Além de fazer parte dos grupos prioritários, é preciso ter concluído o esquema primário de vacinação contra a Covid-19, que é composto por duas doses de vacinas monovalentes, para receber a bivalente. A última realizada em, no mínimo, quatro meses. Atualmente, Santa Maria tem:

  • 15.595 pessoas (entre crianças, adolescentes e adultos) estão com a segunda dose em atraso (6,9% do total de primeiras doses aplicadas)
  • 67.403 pessoas estão com a dose de reforço em atraso (31,49 % do total de segundas doses aplicadas)
  • 55.137 pessoas estão com a segunda dose de reforço em atraso (52,18 % do total de terceiras doses aplicadas)

*Atualizado em 28/02/2023. Fonte: Painel de Monitoramento Imunização Covid-19, SES/RS

Imunização para pessoas acamadas

  • Para agendar a vacinação em pessoas acamadas, a população pode entrar em contato com o Setor de Imunizações da Secretaria de Saúde pelo telefone (55) 99167-4172
  • Por meio desse número, é possível também esclarecer dúvidas sobre a dose bivalente ou enviar mensagem no WhatsApp, sendo por áudio ou escrita

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