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VÍDEO: Santa Maria fecha 2021 com média de 56,8 mortes por Covid a cada mês

Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Especial/Diário)

O ano de 2021 fechou com 30.303 casos confirmados de Covid-19 em Santa Maria. Em 2020, o dado foi de 13.350. As mortes tiveram o auge em abril. Apesar disso, 2021 foi marcado pelo abrandamento na gravidade de casos devido à vacinação. Agora, em 2022, a preocupação é pelo aumento de registros que já era observado em dezembro e novas variantes do coronavírus.


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RETROSPECTO
O começo de 2021 foi com a sequência de casos em alta já iniciada no final de 2020. Santa Maria teve o auge no mês de março, foram 6.204 registros. Isso foi 2.612 a mais que o auge de 2020, em dezembro.

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Quanto às mortes, o pior mês foi abril de 2021. Morreram 153 pessoas,  no mês que o sistema hospitalar também enfrentava falta de vagas para quem tinha Covid. Este momento fez com a média mensal de mortes fosse maior que o ano anterior, mesmo com controle da pandemia nos meses posteriores por meio da vacinação. Por mês, em média, morreram 12,5 pessoas por Covid em 2020 no município (o total foi 150). Em 2021, o dado fechou em 56,8 (e o total, 682).

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PERFIL
A partir da vacinação, o perfil de infectados também mudou. O que até então se entendia como "grupo de riscos" (idosos e pessoas com comorbidades) tiveram prioridade na imunização, e a Covid passou a internar e levar a óbito pessoas mais jovens. Seis meses depois do começo da vacinação, as internações de idosos em UTI caíram 64% em Santa Maria, conforme registro do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs/RS).

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DADOS
Em outubro, a cidade passou por uma redução de casos em relação ao mês anterior. A queda, contudo, não seguiu em novembro. Pelo contrário, aumentou e teve sequência crescente em dezembro. O mês abaixo foi o mesmo em que Santa Maria ficou sem testagem com diagnóstico na rede pública. As amostras para RT-PCR eram enviadas para a rede Testar RS, o que atrasava a confirmação para infecção do coronavírus. Essa testagem só foi retomada em dezembro.

Além da testagem, a disponibilidade de dados também compromete a compreensão completa da pandemia. Desde dezembro, o portal de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre instabilidades ou fica inacessível. Cientistas que acompanham a pandemia chama isso de "apagão de dados".

O boletim especial da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre a pandemia no Brasil em 2021 trata o apagão como um dos desafios para 2022. O material também menciona as variantes do coronavírus e a politização de medidas de isolamento. "As falhas na divulgação de dados sobre a pandemia não são só decorrentes do ataque hacker sofrido pelos portais e sites do Ministério da Saúde, mas combinam vulnerabilidades e fragilidades em todo o processo, que se inicia com preenchimento dos formulários nos estabelecimentos de saúde e municípios. Atrasos ou interrupções na divulgação de dados impedem a produção de informações que são vitais para tomadas de decisões. Na ausência de dados, as incertezas são exponencialmente ampliadas, impedindo decisões adequadas e reforçando ainda mais o princípio da precaução", diz o texto.

'A vacinação continua sendo a melhor ferramenta no enfrentamento da pandemia'
O que já era uma realidade nacional se confirmou em Santa Maria na quarta-feira. Foram diagnosticados os primeiros 16 casos da variante Ômicron. O médico Renato Kfouri, especialista em imunizações e infectologia pediátrica, reitera que o futuro ainda é duvidoso, mesmo com a vacinação avançada.

- Ainda é incerto o futuro que a pandemia nos reserva, que papel as novas variantes terão em relação à eficácia das vacinas e a duração da proteção proferida por essas doses de reforço. Em um período pós-pandêmico, a tendência do vírus é ganhar uma estabilidade maior, transmissão boa, mas sem tanta gravidade, especialmente entre os vacinados. Até que este período chegue, nós vamos precisar manter altas taxas da população protegida - falou o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Em qualquer cenário possível, a prevenção passa por ventilação, uso de máscara e isolamento de casos positivos. Além disso, a vacinação segue indispensável.

- Se nós tivermos, em algum momento, uma variante que escape dessas vacinas hoje disponíveis, a adaptação das vacinas será necessária. Teremos um 2022 desafiador para enfrentar essa pandemia que ainda tem feito muitos casos, e recordes recentes com a nova variante (Ômicron), de alta transmissibilidade. A vacinação continua sendo a melhor ferramenta no enfrentamento da pandemia - conclui Kfouri.

A Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), principal entidade brasileira de fabricantes de testes para Covid e Influenza, estima um aumento de até 200% na procura por testes rápidos em farmácias e postos de testagem. O período analisado é de 26 de dezembro até o dia 4 de janeiro, em em comparação com o mesmo intervalo de tempo em novembro de 2021.

PROTOCOLOS
O cenário de aumento de casos no Rio Grande do Sul, inclusive na região de Santa Maria, fez com que o governo estadual emitisse avisos para todas as regiões. As regras, porém, seguem as definidas no final de 2021, com o abrandamento da pandemia. Bares e restaurantes, por exemplo, não têm limitação de horário de funcionamento. No comércio, a postura muda também com abandono do aferimento de temperaturas nas entradas e menor disponibilidade álcool em gel.

Regras obrigatórias

  • Usar máscara
  • Disponibilizar água e sabão ou álcool 70% para público e trabalhadores, para limpeza frequente das mãos
  • Manter e garantir o isolamento domiciliar de pessoas e familiares com suspeita de Covid-19
  • Exigir comprovante vacinal antes da entrada e para permanência do público e dos trabalhadores em eventos e atividades de maior risco ou aglomeração

Regras recomendadas

  • Manter uma distância segura de no mínimo 1 metro
  • Dar preferência à realização de atividades em locais abertos ou garantir a renovação natural do ar
  • Solicitar a apresentação de comprovante vacinal antes da entrada e para permanência do público e dos trabalhadores
  • Fazer teste para Covid-19 antes* da participação em atividades com maior aglomeração de pessoas e apresentar o comprovante negativo

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