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VÍDEO: 'Esse vírus pode atingir os mais novos e os mais velhos ', diz irmão de vítima da Covid-19

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
A mãe de Edison, 
Lourdes, 65 anos, e o irmão, Lissandro, 37, tentam entender a morte do pastor 

Ainda tentando entender a morte do irmão e parceiro, Edison Silva de Souza, 39 anos, o advogado Lisandro Silva de Souza, 37 anos, lembra com carinho do legado do pastor e do professor de Língua Brasileira de Sinais. Nascido e criado no Bairro Itararé, onde até hoje mora a família, Edison morava há 17 anos no Rio de Janeiro. No início de junho, a mãe, Lourdes Silva de Souza, 65 anos, teve uma fratura no tornozelo. Ela precisou passar por uma cirurgia, na UPA 24h, e após o procedimento retornou para casa. 

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Em função disso, e para cuidar da mãe, Edison viajou da capital carioca para Santa Maria. Cerca de três dias após sua chegada, ele começou a apresentar sintomas, como febre, tosse e falta de ar. 

- Ele veio para me cuidar, durante essa quebradura. Três dias depois ele começou a ter os sintomas. Durante esse período eu fiz a cirurgia. Ele foi ficando pior e a única coisa que eu podia fazer era chamar uma ambulância - relata a mãe. 

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Edison foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência, (Samu), foi encaminhado à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 24h, mas não resistiu e veio a óbito, no dia 12 de junho. O resultado do exame que confirmaria o diagnóstico positivo para o coronavírus veio somente alguns dias depois. 

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Lisandro Silva de Souza, 37 anos, o irmão que também mora no Rio de Janeiro, foi avisado da morte e veio para Santa Maria. Ele chegou um dia depois na cidade. 

- É complicado receber uma notícia dessas, por telefone, e ter que tentar resolver de lá. Os aeroportos fechados, sem voo, para conseguir chegar o mais rápido possível para poder se despedir, e estar junto com a minha mãe. E aí quando eu cheguei, encontrei ela muito mal, desfalecendo na cama. Ela foi para a UPA, fez radiografia, onde foi constatado que ela estava com uma mancha no pulmão. Mandaram ela de volta para casa, receitaram antibiótico, mas a febre não baixava - relatou Lisandro. 

Após a morte de Edison, Lisandro levou toda a família para ser testada para o novo coronavírus. Ainda sem receber o resultado do exame, dona Lourdes precisou retornar à UPA dois dias depois do falecimento do filho, em função de dificuldades para respirar. Foi então que ela foi encaminhada ao Hospital Regional de Santa Maria, onde precisou ser internada na UTI. O resultado dos testes nos familiares chegou após sete dias da morte de Edison. Hoje, a idosa encontra-se recuperada, e em casa. 

- Hoje eu estou conseguindo deixar um pouquinho do legado do Edison, para que as pessoas entendam, primeiramente, que elas têm que se proteger. Chega de brincar, é o momento de salvar vidas. As pessoas têm que entender que esse vírus pode atingir os mais novos e os mais velhos. A dor não é fácil. Tem muita luta pela frente, porque eu quero entender a morte do meu irmão, uma vez que ele tinha 39 anos e não tinha doença pré-existente - disse Lisandro. 

Nem o irmão, nem a mãe puderam se despedir de Edison. A tia, irmã de Lourdes, foi quem fez o contato com a funerária para pagar as despesas. 

- Ninguém teve contato com ele, só a minha tia. Foi aquele saco preto e ele enterrado diretamente, sem velório. Eu recebi uma ligação 23h, da UPA, dizendo que ele tinha morrido de Covid-19, mas foi só depois de sete dias, quando a mãe já estava internada, que veio a conclusão - argumenta o irmão de Edison. 

O PERFIL DOS ÓBITOS
Na quinta-feira, o Brasil atingiu a marca de mais de 61,8 mil mortos pelo novo coronavírus, desde que a pandemia teve início no país. No Rio Grande do Sul, 663 pessoas já perderam a vida para a Covid-19, sendo 46 na Região Central. A maioria (80,43%), foram pessoas com a faixa etária acima dos 60 anos. Os homens foram os mais atingidos e representam 52,17% dos óbitos.  

De modo geral, do total de pacientes que vieram a óbito na região, apenas três não apresentavam nenhuma comorbidade ou fator de risco, e pelo menos 31 pessoas - 67,39% das vítimas - tinham alguma doença cardiovascular (como hipertensão e histórico de AVC, por exemplo) pré-existente. 

Em Santa Maria, foram registrados 17 óbitos até o momento. Desses, 13 tinham mais de 60 (76,47%) e nove eram homens (52,94%). Desse total, 41,17% tinham doenças cardiovasculares, 35,29% tinham diabetes e 23,52 tinham câncer - as três condições foram as que mais prevaleceram entre as comorbidades das mortes por Covid-19 na cidade.

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